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3 fatos para hoje: inflação na China; rombo na Americanas; medidas econômicas

Inflação acelera na China impulsionada por alimentos; demissão de Rial e rombo no caixa da Americanas pode impactar ações da varejista; Haddad fará anúncio de medidas econômicas.

1 – Inflação acelera na China em dezembro

A taxa anual de inflação ao consumidor chinês acelerou em dezembro, impulsionada pelo aumento dos preços dos alimentos mesmo que a demanda doméstica vacile em meio à atividade econômica contida.

Economistas esperam que a inflação continue a acelerar no primeiro trimestre de 2023.

O índice de preços ao consumidor subiu 1,8% em dezembro na base anual, de 1,6% em novembro, mostraram dados do Escritório Nacional de Estatísticas nesta quinta-feira. O resultado ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters%.

A queda anual do índice de preços ao produtor diminuiu em dezembro para 0,7%, de recuo de 1,3% observado no mês anterior. A expectativa era de um declínio de 0,1%, refletindo a interrupção da indústria devido ao alto número de casos de Covid-19 no final de 2022.

A China abandonou suas medidas rigorosas de covid zero no mês passado, levantando os lockdowns, removendo a quarentena e suspendendo os testes regulares. Como resultado, os economistas esperam que a inflação continue a acelerar no primeiro trimestre.

“Há alguns sinais iniciais de que a transição para viver com a Covid está começando a pressionar os preços para cima”, disse Zichun Huang, economista da Capital Economics. “Mas é improvável que a elevação da inflação seja tão grande quanto a observada em muitas outras economias quando elas reabriram.”

Analistas não esperam que o aumento da inflação provoque um aumento nas taxas de juros.

“Como a inflação permanecerá controlável no futuro próximo, acreditamos que o Banco do Povo da China precisará baixar a taxa MLF em 10 pontos-base no primeiro trimestre”, disse Zhou Hao, economista-chefe do Grupo Guotai Junan.

Os preços dos alimentos avançaram 4,8% em dezembro sobre um ano antes, após um aumento anual de 3,7% visto em novembro.

O núcleo da inflação, que exclui os preços de alimentos e energia, ainda é moderado, embora tenha subido de uma taxa anual de 0,6% em novembro para 0,7% no mês passado. Isso refletiu os efeitos iniciais da reabertura nos setores de saúde e viagens, onde a inflação disparou.

2 – Rombo na Americanas pode refletir nas ações

A varejista Americanas (AMER3) disse na quarta-feira (11) que seu presidente-executivo e seu diretor financeiro renunciaram após a descoberta preliminar de cerca de R$ 20 bilhões em “inconsistências” contábeis no balanço da companhia. Sergio Rial sai 10 dias após assumir o cargo, depois de seis anos à frente do Santander Brasil. Rial substituiu Miguel Gutierrez, que foi presidente da Americanas por cerca de 20 anos. O diretor financeiro Andre Covre também havia acabado de ingressar na Americanas.

A varejista afirmou que a decisão de Rial de sair refletiu a “alteração de prioridades da administração” e que ele continuará como assessor dos acionistas de referência, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, fundadores da 3G Capital.

O grupo afirmou que apesar de não conseguir determinar todos os impactos no balanço da empresa neste momento, acredita “o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial”.

Como referência, o atual valor de mercado da Americanas, um dos maiores grupos varejistas da América Latina, é de cerca de R$ 11 bilhões. O patrimônio líquido da companhia no fim de setembro era de R$ 14,7 bilhões.

Em carta aos funcionários, Rial disse que a posição de caixa da Americanas é de R$ 8 bilhões e que a empresa “continuará pagando fornecedores e outras obrigações em dia”. Rial também disse que a empresa precisará abordar sua posição de patrimônio líquido, o que pode exigir um aumento de capital, mas essa não seria a única opção. O agora ex-presidente da Americanas discutirá as conclusões sobre a contabilidade da companhia em uma conferência com investidores organizada pelo BTG Pactual na manhã de quinta-feira, confirmou o banco.

Para profissionais do mercado, o anúncio deve acertar em cheio as ações da companhia.

“Como uma empresa do tamanho da Americanas, cujos relatórios financeiros passam por auditoria, consegue esconder 20 bilhões de reais de dividas”, questionou Fabrício Gonçalves, presidente da Box Asset Management. “Para nós, isso vai gerar um fluxo vendedor muito grande.”

Segundo a Americanas, as inconsistências foram detectadas em redutores da conta de fornecedores em anos anteriores, incluindo 2022, e a cifra de 20 bilhões de reais refere-se à data-base de 30 de setembro passado.

O conselho de administração da empresa determinou a criação de um grupo para apurar as circunstâncias que geraram os problemas na contabilidade.

americanas

Otimisto abreviado

A ação da Americanas, formada em 2021 com a união das lojas físicas do grupo com a operação online que estava sob a antiga B2W, teve em 2022 queda de 68,7%, em linha com a desvalorização das ações de empresas de tecnologia, diante de desaceleração das vendas, inflação e juros altos. No terceiro trimestre, a Americanas teve prejuízo de mais de 200 milhões de reais.

Em agosto, as ações da Americanas chegaram a disparar quase 20% em um só dia, após o anúncio de que, em substituição a Miguel Gutierrez, que ocupava o cargo por 20 anos, Rial assumiria o comando da empresa, o que aconteceu semana passada.

A revelação das falhas contábeis ocorre após um ano difícil para a Americanas, que começou com a companhia perdendo cerca de 1 bilhão de reais em vendas após um ataque hacker em fevereiro passado.

A Americanas deve divulgar seus resultados de 2022 em 29 de março. Analistas, por ora, esperam um lucro operacional medido pelo Ebitda de 2,9 bilhões de reais e receita líquida de 28,7 bilhões para o acumulado do ano passado, segundo dados da Refinitiv.

3 – Haddad divulga hoje medidas econômicas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai se reunir na manhã desta quinta-feira (12) com a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros. Após o encontro que contará com a presença do número da pasta, Gabriel Galípolo, Haddad vai se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

Após o encontro, será feito o que o mercado vem aguardando desde que Lula assumiu a presidência e depois nomeou Haddad ao cargo de ministro: o anúncio das medidas econômicas. A previsão é que sejam anunciadas às 14h30.

*Com Reuters

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