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3 fatos para hoje: MRV tem queima de caixa; assinatura do Twitter e mais

Twitter lança plano de assinatura anual; Jacinda Ardern renuncia do cargo de primeira-ministra da Nova Zelândia

1 – Twitter lança plano de assinatura anual

O Twitter anunciou nesta quarta-feira que está oferecendo um plano anual de assinatura do serviço “Twitter Blue”, que inclui o selo azul antes usado para diferenciar contas verificadas como pertencentes a seus legítimos donos. O plano, segundo a empresa de Elon Musk, representa um desconto em relação aos valores cobrados na modalidade mensal.

Usuários podem assinar o serviço por um preço anual de 84 dólares em vez de um pagamento mensal de 8 dólares.

O plano anual vai estar disponível nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Japão, Nova Zelândia e Austrália, afirmou a empresa.

Antes de Musk comprar o Twitter por US$ 44 bilhões no ano passado, o selo azul era usado em contas verificadas de políticos, personalidades, jornalistas e outras figuras públicas.

Em dezembro Musk afirmou que o serviço básico do “blue” terá metade da exibição de anúncios e que a rede social vai oferecer uma opção mais cara, sem anúncios, no próximo ano.

Mais cedo, o site de tecnologia The Information publicou que mais de 500 anunciantes do Twitter pararam de investir em publicidade na rede social desde a compra da empresa por Musk.

2 – MRV tem queima de caixa de R$ 540 mi no 4º tri

A MRV (MRVE3) teve uma queima de caixa de R$ 539,5 milhões no quarto trimestre, uma vez que a construtora ainda não conseguiu repassar integralmente para clientes a forte alta nos custos de insumos acumulada nos últimos dois anos.

O consumo de caixa de outubro a dezembro foi inferior aos 1,22 bilhão de reais registrados no terceiro trimestre, período em que teve menores volumes de vendas. A expectativa da empresa é de gerar caixa a partir do segundo semestre de 2023.

A companhia afirmou nesta quarta-feira, em seus números operacionais, que suas vendas totais (VGV) nos últimos três meses de 2022 somaram 2,06 bilhões de reais, queda de 14,2% no comparativo anual, mas aumento de 40,8% na base sequencial.

Segundo o gestor de relações com investidores da MRV, Augusto Andrade, o valor médio dos apartamentos da MRV no quarto trimestre subiu 22,7% ano a ano

“Isso ajudou a companhia na estratégia de recompor margem bruta”, disse o executivo. Segundo ele, após ter chegado a cair a 19% nos últimos trimestres, esse índice nas vendas no Brasil está perto de 28% nas vendas mais recentes, reaproximando-se dos 32% entendidos pela MRV como um nível satisfatório.

Para o executivo, os sinais do governo Lula de reativar incentivos para a faixa 1 do programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida deve ter pouco impacto para a MRV, dado que a companhia atualmente só opera com imóveis voltados para famílias cuja renda se enquadra em faixas superiores.

“Mas mudanças aprovadas no ano passado, como a atualização do teto do valor financiável, são positivas”, disse ele. “Então, temos chance ainda de repassar algum aumento de preços.”

No quarto trimestre, os lançamentos da MRV totalizaram 3,48 bilhões de reais, 7,3% a mais na comparação anual, e um salto de 92,8% sobre o trimestre imediatamente anterior.

A empresa produziu 35,5 mil unidades em 2022, queda de 12% sobre o ano anterior. Mas a meta é de voltar à casa das 40 mil unidades lançadas neste ano.

As ações de construtoras mostraram um desempenho robusto na bolsa paulista nesta quarta-feira, em meio a prévias operacionais quarto trimestre de algumas companhias e alívio na curva futura de juros.

3 – Jacinda Ardern renuncia cargo de primeira-ministra

Primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, discursa em Sydney
Primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, discursa em Sydney 07/07/2022 Dean Lewins/Pool via REUTERS

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, fez um anúncio chocante nesta quinta-feira (19) de que “não tinha mais nada no tanque” para continuar liderando o país, que se deixará o posto no mais tardar no início de fevereiro e não buscaria a reeleição.

Ardern, contendo as lágrimas, disse que foram cinco anos e meio difíceis como primeira-ministra e que ela era apenas humana e precisava se afastar.

“Neste verão, eu esperava encontrar uma maneira de me preparar não apenas para mais um ano, mas para mais um mandato –porque é isso que este ano exige. Não fui capaz de fazer isso”, disse Arden, de 42 anos, em uma coletiva de imprensa.

“Sei que haverá muita discussão após esta decisão sobre qual foi a chamada razão ‘real’… O único ângulo interessante que você encontrará é que depois de seis anos de alguns grandes desafios, eu sou humana”, continuou ela. “Os políticos são humanos. Nós damos tudo o que podemos, pelo tempo que pudermos, e então chega a hora. E para mim, está na hora.”

Eleições

A eleição para escolher um novo líder do governista Partido Trabalhista ocorrerá no domingo. O escolhido será primeiro-ministro até as próximas eleições gerais. O mandato de Ardern como líder será concluído até 7 de fevereiro e uma eleição geral será realizada no dia 14 de outubro.

Ardern disse que acredita que os trabalhistas ganharão as próximas eleições.

O vice-primeiro ministro neozelandês, Grant Robertson, que também atua como ministro das Finanças, disse em uma declaração que não buscará se candidatar como o próximo líder trabalhista.

O sucessor de Ardern como líder do partido e primeiro-ministro enfrenta um teste severo em uma eleição geral, com o apoio do Partido Trabalhista caindo e com a expectativa de que o país entre em recessão no próximo trimestre.

Uma pesquisa News-Kantar divulgada em dezembro mostrou os trabalhistas com apoio de 33%, contra 40% no início de 2022. Isso significa que, mesmo com o tradicional parceiro da coalizão, o Partido Verde, com 9% de apoio, os trabalhistas não conseguiram manter a maioria no Parlamento.

Observdores apontam vários ministros de Ardern como possibilidades para o posto de líder e premiê, incluindo o ex-ministro da Covid e atual titular da Educação e Polícia, Chris Hipkins, e a atual ministra da Justiça, Kiri Allan.

Ardern disse que não estava renunciando porque o trabalho é difícil, mas porque acredita que outros podem fazer um trabalho melhor.

Ela fez questão de dizer a sua filha Neve que estava ansiosa para estar lá quando ela começou a estudar este ano e disse ao seu parceiro de longa data Clarke Gayford que estava na hora de se casarem.

Ardern surgiu no cenário mundial em 2017 quando se tornou a mulher mais jovem do mundo a assumir o posto de chefe de governo aos 37 anos de idade.

Montando uma onda de “Jacinda-mania”, ela fez uma campanha apaixonada pelos direitos das mulheres e pelo fim da pobreza infantil e da desigualdade econômica no país.

Oito meses depois de se tornar primeira-ministra, ela se tornou a segunda líder eleita a dar à luz enquanto estava no cargo, depois de Benazir Bhutto, do Paquistão. Muitos viram Ardern como parte da onda de líderes femininas progressistas, incluindo a primeira-ministra finlandesa Sanna Marin.

Seu estilo de liderança empática foi cimentado por sua resposta aos tiroteios em massa em duas mesquitas em Christchurch, em 2019, que mataram 51 pessoas e feriram 40.

“Seu chamado universal à unidade humana com compaixão me fez chorar de alegria naquela época, e me faz chorar agora”, disse Farid Ahmed, sobrevivente e marido de uma vítima de um ataque de Christchurch.

“Sua bondade, sabedoria e esforços por um mundo pacífico têm sido um exemplo notável para os líderes mundiais”, disse ele. “Entendo que ela precisa de descanso, e desejo-lhe tudo de bom em sua vida.”

Ardern rapidamente rotulou os ataques de “terrorismo” e usou um hijab quando se encontrou com a comunidade muçulmana um dia após o ataque, dizendo-lhes que todo o país estava “unido no desgosto”. Ela prometeu e entregou uma grande reforma na lei de armas dentro de um mês.

Ardern ganhou aplausos em todo o espectro político por ter lidado com a pandemia da covid-19, que viu o país enfrentar algumas das medidas mais rigorosas do mundo, mas que também resultou em um dos menores índices de mortalidade.

Mas sua popularidade diminuiu no ano passado, pois a inflação subiu para os maiores patamares em quase três décadas, o banco central aumentou agressivamente a taxa de juros e a criminalidade aumentou.

O país tem se tornado cada vez mais dividido politicamente sobre questões como a reforma da infraestrutura hídrica proposta pelo governo e a introdução de um programa de emissões agrícolas. Ardern e os trabalhistas viram seu apoio nas pesquisas de opinião sofrer.

Comentaristas políticos dizem que a saída de Ardern reforçará o Partido Nacional conservador da oposição, mas também poderá dar aos trabalhistas uma chance de se refrescarem e se reposicionarem antes das eleições.

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