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5 fatos para hoje: Evergrande alerta para calote; moeda digital em 2022

A companhia foi chamada a pagar US$ 260 bilhões em obrigações de dívida.

Evergrande
Visãio externa do China Evergrande Centre em Hong Kong 26/03/2018. REUTERS/Bobby Yip/File Photo

1- Evergrande alerta para possível calote 

O China Evergrande Group alertou para um possível calote de títulos em dólares após ter sido chamada a pagar US$ 260 bilhões em obrigações de dívida. “À luz do atual status de liquidez do grupo, não há garantia de que o grupo terá fundos suficientes para continuar a cumprir suas obrigações financeiras”, disse Evergrande, em um comunicado na sexta-feira (3).

O período de carência de 30 dias para US$ 82 milhões em pagamentos de cupons de títulos onshore e offshore com vencimento em 6 de novembro também está expirando, de acordo com a empresa de pesquisa de dívidas CreditSights. A incorporadora listada em Hong Kong solicitou ajuda do governo chinês, com o governo da província de Guangdong enviando uma equipe de trabalho para ajudar a empresa a gerenciar seus riscos.

2- Banco Central prepara moeda virtual para 2022

Programar uma geladeira inteligente para comprar sozinha os produtos que estão faltando ou ter os itens cobrados automaticamente quando são colocados no carrinho do supermercado sem precisar passar pelo caixa podem parecer cenas de um filme futurista. Mas são promessa do Banco Central para uma realidade não muito distante.

Depois do sucesso do Pix, o BC quer ampliar as formas de pagamento no país com o real digital, ou a versão virtual da moeda brasileira. A instituição lançou na semana passada um laboratório para avaliar possibilidades de uso e a capacidade de execução de projetos com o real digital e prevê começar testes com grupos específicos até o fim de 2022.

O real digital também tende a facilitar e baratear a criação de contratos de empréstimos personalizados, para poucos dias ou com pagamentos em meses específicos. E ainda pode favorecer a integração com sistemas de pagamentos internacionais, permitindo que se faça uma compra em outro país com conversão imediata.

Os testes, contudo, tendem a durar um bom tempo, e a moeda virtual deve demorar muito mais que o Pix para chegar ao consumidor final. O BC vai precisar criar um novo ambiente financeiro para colocá-la de pé, com todas as garantias de segurança e proteção de dados dos consumidores.

“É quase como se estivéssemos fazendo mais um sistema financeiro para funcionar acoplado ao que temos hoje”, destaca o coordenador dos trabalhos sobre o real digital no BC, Fabio Araujo.

3- Bolsa brasileira caminha para ter pior desempenho global em 2021

Uma forte deterioração dos fundamentos da economia brasileira está pavimentando o caminho para que a Bolsa brasileira encerre o ano na lanterna entre os principais índices de todo o mundo. O Ibovespa, o principal indicador da B3, acumula até aqui queda de 12%, ao passo que há alta em outros emergentes, como nas bolsas da China (2%) e da Índia (29%).

Com a escalada dos juros no mercado interno, efeito direto da disparada da inflação, investidores que ao longo do ano passado aumentaram a aposta na renda variável, em busca de mais retorno, mudaram de direção retornando à já conhecida (e mais segura) renda fixa. A leitura é, ainda, de que esse cenário deve se intensificar com a chegada de uma eleição presidencial aguerrida e polarizada, que deve trazer muita volatilidade aos mercados.

O humor do investidor inverteu a direção principalmente nos últimos três meses, depois que a retomada esperada para a economia nacional não se confirmou. Isso se refletiu em revisões contínuas das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) pelas instituições financeiras. Na última semana, o anúncio da recessão técnica após o PIB negativo do terceiro trimestre confirmou as razões para o pessimismo.

“Em junho, quando a Bolsa chegou ao pico de 130 mil pontos, existia uma expectativa de crescimento forte da economia, de uma inflação transitória que não forçaria os juros a subirem tanto, além de uma expectativa de avanço de reformas. De lá para cá, deteriorou em todas as frentes”, diz o estrategista-chefe da XP, Fernando Ferreira.

O executivo afirma que a desconfiança com o compromisso fiscal do governo federal piora o cenário, agravado desde a flexibilização do teto de gastos públicos.

O desempenho do Ibovespa é um sinal da expectativa do fraco crescimento do PIB em relação a outros emergentes no ano que vem. Conforme dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil deverá crescer 1,5% em 2022, ante 2,5% da África do Sul e 2,5% do Chile, por exemplo. A projeção do Fundo, porém, é bem mais otimista do que as estimativas de outras instituições financeiras. No boletim Focus, do Banco Central, a expectativa de alta do PIB em 2022 já está em 0,58%.

4- Variante Ômicron afeta mais ações de small caps do que de grandes companhias

O surgimento da variante de covid-19 Ômicron vem atingindo com maior intensidade as ações de empresas de menor valor de mercado, as chamadas small caps, do que as de grandes companhias ou blue chips. Desde o dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, o benchmark Russell 2000 caiu 7,4%. Na semana passada, o índice recuou após um movimento de correção, perdendo mais de 10% em relação ao seu recorde de novembro. Em contrapartida o Índice S&P 500, que reúne grandes companhias, caiu 3,5%.

As perdas atingiram todo o mercado de small caps dos EUA. Foram registradas quedas de ações de empresas do setor financeiro, de tecnologia, saúde e energia. As mais afetadas do Russell 2000 no período foram farmacêuticas e companhias de biotecnologia, que muitas vezes registram grandes oscilações em razão de dados clínicos ou decisões regulatórias, bem como as de software e varejo, que caíram após relatórios de lucros. Registraram queda, ainda, restaurantes e empresas de entretenimento presencial, que poderão ser prejudicados pela redução do número de consumidores, em virtude de preocupações com a exposição ao vírus.

As ações da rede de restaurantes Cheesecake Factory recuaram 6% desde a notícia da variante; da SeaWorld Entertainment, 10%; e as da Dave & Buster’s Entertainment, 17%.

As small caps tendem a ser mais vulneráveis à decisão de consumidores ficarem em casa ou de autoridades renovando bloqueios porque, geralmente, têm menor diversificação de linhas de negócios do que as concorrentes de maior porte, o que torna as ações uma aposta mais arriscada em tempos de incerteza econômica. “De modo geral, as small caps não estão tão bem preparadas para resistir à tempestade quanto as grandes empresas”, disse o gerente de portfólio do fundo Aberdeen U.S. Small Cap, Tim Skiendzielewski.

5- Crianças são as principais vítimas da crise

Mais de 17 milhões de brasileiros até 14 anos sobreviveram em 2020 abaixo da linha de pobreza, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE. Nesse contingente – equivalente a 38,6% da população nessa faixa etária -, 3,9 milhões estavam em situação extrema, a de miséria.

Além dos mais jovens, a pobreza atinge com mais força as pessoas de cor preta ou parda. São quase três vezes mais negros do que brancos na extrema pobreza. Cerca de 8,8 milhões abaixo da linha de miséria são pretos ou pardos, quase 75%, ou seja, três a cada quatro pessoas nessa condição. Os brancos na miséria, em 2020, totalizavam 3,2 milhões. Entre os brasileiros abaixo da linha de pobreza, 36,8 milhões eram negros, enquanto os brancos somavam quase 13,6 milhões.

As desigualdades regionais também chamam a atenção. O Nordeste concentrava quase metade das pessoas em situação de miséria, cerca de 6 milhões, e pouco mais de 45% dos brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza, 23,2 milhões. Considerando apenas a população local, quatro em cada dez nordestinos viviam na pobreza, e um em cada dez sobrevivia na miséria.

No Norte, abaixo da linha de pobreza estavam 36,8%, e na miséria, 8,5%. Fora do eixo Norte-Nordeste, o Estado com maior porcentual de miseráveis foi o Rio: 5,4% na miséria e 20,7% na pobreza.

O levantamento mostrou ainda que a pandemia agravou as desigualdades no acesso à educação via rede de ensino pública e privada. Os mais pobres tiveram muito menos aulas (presenciais ou remotas), além de enfrentar dificuldades estruturais, como falta de internet e computador até ausência de água e sabão nas escolas para higienizar as mãos.

“A pandemia foi uma catástrofe para a educação básica”, resumiu Betina Fresneda, analista de indicadores educacionais do IBGE.

(*Com informações do Estadão Conteúdo)

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