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5 fatos para hoje: investimento no exterior; novos horários da B3

O total de investimentos financeiros fora do Brasil somou US$ 61,6 bilhões de janeiro a agosto, mostrou o BC.

1- Brasileiro nunca investiu tanto lá fora

O dinheiro dos brasileiros está migrando cada vez mais para o exterior. Antes, o investimento além das fronteiras se resumia a compras de moeda, de ações listadas fora do país ou de uma casa em Miami, mas esse portfólio se sofisticou.

Entre os fatores que pesam nesse movimento estão a trajetória de queda dos juros (interrompida neste ano) e a recente instabilidade política. Segundo o Banco Central, o total de investimentos financeiros fora do país somou US$ 61,6 bilhões de janeiro a agosto, alta de 44% em relação ao fim de 2020. Nem o dólar valorizado esfriou essa procura por segurança.

“Investir no exterior deixou, há muito tempo, de ser uma proteção cambial. É uma diversificação”, diz o responsável pela área de gestão de fortunas do BTG Pactual, Rogério Pessoa. Segundo ele, apesar de o mercado brasileiro estar a cada dia mais sofisticado, os EUA oferecem um leque de produtos muito maior. Hoje, o banco recomenda aos clientes muito ricos – com mais de R$ 10 milhões para investir – uma alocação de 30% no exterior. A média para esse público, atualmente, está entre 15% e 20%.

Embora momentos turbulentos, como o da crise política, incentivem as pessoas a olhar para fora, o executivo do BTG (BPAC11) diz que investimento sempre requer calma. “O importante, no fim do dia, é ter um portfólio balanceado.”

O Itaú Unibanco (ITUB4) tem hoje cerca de 27% do patrimônio de seus clientes aplicados fora do Brasil. O diretor do Itaú Private Bank, Felipe Nabuco, diz que esse porcentual vem subindo por razões óbvias. “Nos últimos dez anos, o mercado internacional teve um desempenho bem melhor do que o daqui.”

2- B3 tem nova agenda de negociações com fim de horário de verão nos EUA

Com o fim do horário de verão nos Estados Unidos, a B3 (B3SA3) terá novos horários de negociação a partir de 8 de novembro. Em ofício circular distribuído no fim da semana, a bolsa brasileira informou que o mercado de ações mantém a abertura às 10h, mas o pregão se estende por mais uma hora, até as 18h. Já o after market fica suspenso, com exceção dos dias de exercício de opções sobre ações.

Os derivativos e operações estruturadas sobre câmbio ganham mais meia hora de negociação, que passa a se encerrar às 18h30. O mesmo ocorre com os principais derivativos de café, que terão negociação estendida até as 16h.

Os contratos relativos ao açúcar ganham mais uma hora, até as 15h. Em ambas as commodities, as negociações after hours terão seu encerramento mantido às 18h. Os derivativos de soja também ganham mais uma hora, até as 16h20.

Os futuros de índices locais ganham mais meia hora para negociação, com fechamentos diversos. O exercício de opções sobre índice de ações acompanha o mercado à vista e prorroga em uma hora o exercício automático de posição titular, para as 18h.

3- Disputa por ‘super-ricos’ acirra rivalidade entre bancos e plataformas

Quem investe há mais tempo no Brasil sempre esteve acostumado a ganhar na renda fixa – cortesia dos altos juros. No entanto, com a taxa real perto de zero, em razão da escalada da inflação, cada vez mais investidores muito ricos, com mais de R$ 5 milhões em reservas, passam a buscar conselhos de gestores especializados para aplicar seu dinheiro.

Excluindo os recursos alocados fora do Brasil, esses brasileiros têm nas mãos um total de R$ 1,8 trilhão em investimentos – volume que cresceu 9% em um ano, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

Com esses milionários buscando gestores e investimentos alternativos para garantir mais rentabilidade à carteira, as plataformas de investimento começaram a fortalecer sua estrutura de private banking.

Além disso, houve um “boom” de casas independentes surgindo no mercado, o que gerou uma “dança das cadeiras” de executivos no setor. A corrida das instituições financeiras tem como objetivo não perder o “filé” da alta renda.

4- Avanço da vacinação incentiva retorno ao trabalho presencial

O trabalho presencial, mesmo de maneira híbrida, já é realidade em grandes empresas como o Magazine Luiza (MGLU3) desde agosto do ano passado. Com o crescimento acelerado da companhia, muitas funções e reuniões precisavam ser presenciais, inclusive na sede, a Arena Magalu, na zona norte de São Paulo. Agora, com o avanço da vacinação, a frequência na sede aumenta semana a semana.

Pesquisa da KPMG realizada entre julho e agosto aponta que 52% das empresas pretendem voltar com a sua operação ainda neste ano.

O Magalu fez um grande esquema para evitar a contaminação dos seus colaboradores. Por lá, quem optou pelo esquema presencial precisa realizar um teste PCR por semana, bancado pelo Magalu. De acordo com a varejista, o escritório alcança diariamente 60% de sua capacidade máxima.

Na sede, todos são obrigados a usar máscaras e a cumprir o distanciamento recomendado. “Nosso time sentia falta dessa agilidade que a conversa e a troca proporcionam às soluções de problemas”, diz Patrícia Pugas, diretora de gestão de pessoas do Magalu.

Assim como a varejista, diversas empresas começam a retomar o trabalho presencial com o avanço da imunização. Na semana passada, o 0aís ultrapassou a marca de 100 milhões de pessoas imunizadas.

Na pesquisa anterior da KPMG, feita entre março e abril, o porcentual era de 39%. Os 48% restantes acreditam que uma volta à vida normal, mesmo que parcial, acontecerá só no ano que vem. “A tendência é positiva. O retorno ao escritório está virando mais regra do que exceção. E uma certeza que temos é de que o modelo híbrido veio para ficar“, diz Roberto Gomez, sócio-líder da KPMG.

Porém, há empresas que estão voltando como era antes. Segundo a pesquisa da KPMG, 15% das empresas ouvidas não devem manter o esquema de home office. A incorporadora Viver (VIVR3) é uma delas. Já está atuando com quase todos os funcionários de maneira presencial, cinco dias por semana.

A exceção é quem é do grupo de risco. Segundo o presidente, Ricardo Piccinini, os próprios funcionários queriam voltar e, como a companhia está colocando novos projetos de pé, o trabalho presencial é mais produtivo. “O processo ocorreu de maneira gradual, começando com os diretores até chegar a todos os funcionários”, diz. O executivo afirma que não obrigou ninguém a se vacinar, mas que todos os 120 empregados tomaram uma ou as duas doses do imunizante.

5- Com pandemia, comércio online mais que dobra

A pandemia provocou um salto na participação das vendas online no faturamento das empresas do comércio varejista brasileiro. Antes da crise sanitária que obrigou o fechamento das lojas físicas, o e-commerce representava, em média, 9,2% da receita. Mas, em julho do ano passado, com apenas quatro meses de pandemia, essa marca mais do que dobrou e foi para 19,8%. E, em junho deste ano, já estava em 21,2%.

“O resultado confirma com números a hipótese de que as empresas aceleraram o processo de digitalização ao longo da pandemia, principalmente para minimizar os impactos negativos da queda de circulação de pessoas nas lojas físicas”, observa o economista Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio, feita pela Fundação Getúlio Vargas.

Os dados fazem parte de um recorte especial da sondagem, obtido com exclusividade pelo Estadão. As vendas online, de acordo com os critérios adotados pelo estudo, incluem os negócios fechados no site, no aplicativo da loja e por WhatsApp.

A rápida digitalização ocorreu praticamente de maneira uniforme em empresas de todos os tamanhos: pequenas, média e grandes. Com a reabertura das lojas físicas, Tobler diz que pode haver uma certa correção nos próximos meses, mas ele acredita que muitas mudanças vieram para ficar. Ele argumenta que essa nova forma de vender atraiu novos consumidores de várias localidades do País e propiciou impacto favorável no negócio dos varejistas.

Para avaliar o saldo líquido nas vendas do comércio provocado pelo abre e fecha e o impulso dado pelo comércio online, o economista comparou o desempenho de dois grupos de varejistas que atuam no online.

As empresas cuja fatia do e-commerce na receita está acima da média do setor conseguiram, desde de meados do ano passado até hoje, obter um desempenho melhor de vendas em relação ao grupo de companhias cuja participação do online nos negócios está abaixo da média de mercado.

O economista destaca dois momentos importantes que mostram que as empresas mais digitalizadas estão à frente das menos digitalizadas em desempenho de vendas. O primeiro momento foi no fim do ano passado, quando a recuperação do comércio foi puxada pelas varejistas cujas vendas do online respondiam por uma fatia maior do que a média dos setor, de acordo com informações apontadas pela sondagem, levando em conta o nível de demanda atual.

O outro momento foi no início deste ano, com a segunda onda da pandemia. O estudo mostra que todo o varejo foi afetado por causa das restrições mais severas ao funcionamento das lojas físicas. No entanto, as companhias com participação das vendas online no faturamento acima da média do mercado sofreram menos e registram uma demanda ainda importante por seus produtos, observa Tobler.

Outro resultado significativo apontado pela sondagem da FGV é que 49,7% das empresas – quase a metade – não faziam nenhuma venda online antes da pandemia. Em julho do ano passado, essa fatia tinha recuado para 28,4% e em junho este ano estava em 20,2%.

Isso significa que quase 80% de todas as varejistas consultadas pela sondagem faziam uso de canais digitais. Esse número é ainda mais significativo para as empresas de grande porte, com mais de 90% das companhias usando canais online. Já as empresas de menor porte continuam mais resistentes à digitalização, com quase 30% do número de varejistas focadas só nas lojas físicas.

(*Com informações de Estadão Conteúdo)

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