1 – Itaú Unibanco tem lucro recorrente 15% maior no 1º trimestre
O Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4) fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido gerencial de R$ 7,361 bilhões, uma alta de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. A alta na margem com clientes diante de um mix de produto mais rentável fez com que o maior banco da América Latina tivesse ganhos maiores no comparativo anual. Na comparação trimestral, o lucro do Itaú subiu 2,8%.
A carteira de crédito do conglomerado, que inclui a operação brasileira e as de outros países da América Latina, encerrou o período em R$ 1,032 trilhão, um aumento 13,9% em 12 meses, e uma expansão mais moderada, de 0,5%, em três. O resultado anual foi puxado pelas operações para pessoas físicas, que saltaram 32,9%.
O desempenho da carteira se refletiu na margem financeira gerencial do Itaú, que reflete o ganho do banco com operações que rendem juros e chegou a R$ 21,047 bilhões no primeiro trimestre do ano, avanço de 12,9% em base anual diante do aumento da rentabilidade. A margem com clientes, beneficiada pelo movimento, foi de R$ 20,039 bilhões, alta de 23,9% em termos anuais.
O Itaú atribui o crescimento da margem ao maior volume de crédito e ao mix de produtos, em que cheque especial, crediário e cartão de crédito, operações mais rentáveis para o banco, ganharam espaço. Por outro lado, houve menores spreads em produtos de crédito para pessoas físicas, efeito parcialmente compensado por um impacto positivo da alta da taxa Selic na margem de passivos.
A taxa média da margem com clientes, uma medida do spread, foi de 7,9%, 0,6 ponto porcentual maior que o valor registrado no mesmo período do ano passado. Em relação ao quarto trimestre, aumentou 0,2 p.p.
Já a margem com mercado, que reflete o resultado da tesouraria do banco, caiu 59,1% em um ano e 22,5% em um trimestre, para R$ 1,007 bilhão. “A redução de 22,5% na margem financeira com o mercado no trimestre ocorreu em função dos menores ganhos com a estratégia de hedge dos investimentos no exterior e de capital, parcialmente compensados por maiores ganhos na administração de ativos e passivos do balanço no Brasil”, afirma o Itaú.
As receitas com serviços, por sua vez, subiram 7,2% em um ano, para R$ 9,772 bilhões, puxadas pelo cartão de crédito.
O presidente do banco, Milton Maluhy Filho, afirmou que o Itaú continua em transformação cultural e digital, mas sem deixar de entregar resultados consistentes. “Além de todos os esforços internos para apoiar a jornada de evolução do nosso negócio, intensificamos os investimentos em aquisições e
parcerias, que nos permitirão fazer essa transformação na velocidade que nossos clientes demandam e o mundo atual exige”, disse ele, em nota à imprensa.
No primeiro trimestre, o Itaú fechou a compra de parte do capital da corretora digital Ideal, avaliada na operação em R$ 1,3 bilhão. Em abril, após o fim do trimestre, anunciou um investimento bilionário no braço de techfin da Totvs, do qual se tornará sócio.
No trimestre encerrado em março, os ativos totais do Itaú chegaram a R$ 2,183 trilhões, um aumento 2,6% em termos anuais, e de 0,8% em um trimestre. Segundo o banco, o crescimento da carteira de crédito impulsionou o avanço anual.
O patrimônio líquido do Itaú, por sua vez, foi de R$ 144,393 bilhões, alta de 2,9% em 12 meses. Com isso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) da instituição foi de 20,4%, um aumento de 1,9 ponto porcentual em um ano, e de 0,2 p.p. em três meses.
Inadimplência
A inadimplência medida por atrasos acima de 90 dias atingia 2,6% da carteira de crédito do Itaú Unibanco no final do primeiro trimestre deste ano, de acordo com release de resultados publicado nesta segunda-feira, 9. O número representa um aumento 0,3 ponto porcentual na comparação com o mesmo período do ano passado, e é 0,1 p.p. maior que o registrado no quarto trimestre de 2021.
O Itaú afirma que o aumento foi puxado pela carteira de pessoas físicas da operação brasileira, que é a maior do banco, e que está relacionado à rolagem de créditos que estavam na faixa de atrasos entre 15 e 90 dias no trimestre anterior. O crescimento da carteira também influenciou na alta.
Na carteira de pessoas físicas no Brasil, os atrasos eram de 4,1%, um avanço 0,2 p.p. em relação a março de 2021. Na carteira de grandes empresas, a inadimplência era de 0,5%, alta de 0,1 p.p. em um ano. Em três meses, os atrasos aumentaram 0,3 p.p. na carteira PF, e ficaram estáveis entre grandes empresas.
Em termos consolidados, a inadimplência da carteira do Itaú segue abaixo dos patamares pré-pandemia. Em março de 2019, atingia 3%, no critério de atrasos acima de 90 dias.
2 – BTG Pactual tem lucro recorrente 72% no 1º tri
O BTG Pactual (BPAC11) anunciou nesta segunda-feira (9) que teve um salto de 72% no lucro líquido recorrente do primeiro trimestre para R$ 2,06 bilhões.
A receita total trimestral do banco atingiu R$ 4,35 bilhões, alta de 56% ano a ano, superando uma receita esperada de R$ 3,76 bilhões de analistas consultados pela Refinitiv.
3 – Sabesp tem salto no lucro do 1º tri apoiado em valorização do real
A Sabesp (SBSP3) teve lucro de R$ 975,6 milhões no primeiro trimestre, quase o dobro do desempenho de um ano antes diante de um impulso gerado por ganhos com valorização do real ante o dólar.
A companhia paulista de água e saneamento teve resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 1,72 bilhão de janeiro a março, crescimento de 5,2% na comparação anual.
A empresa teve receita líquida de R$ 4,87 bilhões no período, alta de 4,1% na base anual, ajudada por aumentos de tarifa e no volume faturado de clientes públicos (+13,2%) e do atacado (+3,5%).
Mas no total, o volume de água e esgoto faturado pela companhia caiu 0,4% no primeiro trimestre sobre um ano antes, pressionado por queda de 4,4% em clientes industriais, enquanto os clientes residenciais, de longe a maior parcela da empresa, tiveram volume 0,8% menor.
Analistas, em média, esperavam Ebitda de cerca de R$ 1,8 bilhão para a Sabesp no primeiro trimestre, segundo dados da Refinitiv. A expectativa para o faturamento era de R$ 4,2 bilhões.
A companhia afirmou no balanço que as despesas com variação cambial sobre empréstimos e financiamentos caíram R$ 731,8 milhões, o que fez o resultado financeiro ficar positivo em 340 milhões de reais ante um desempenho negativo de R$ 354 milhões no primeiro trimestre de 2021.
No período, a Sabesp reduziu o endividamento em moeda estrangeira de R$ 3,55 bilhões para R$ 2,60 bilhões, passando de 21% para 15% do total da dívida da empresa.
4 – Fusão com americana Zanite aproxima Eve da Bolsa de NY
Os acionistas da norte-americana Zanite – uma companhia de propósito específico de aquisição (Spac, na sigla em inglês) focada no setor de aviação – aprovaram na sexta-feira (6) a combinação de negócios com a Eve, startup de “carros voadores” da Embraer (EMBR3). A fusão é considerada um passo decisivo para que a empresa resultante seja listada na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse).
Com a fusão, o nome da Zanite passa a ser Eve Holding. Segundo o Estadão/Broadcast, a Eve vai ser listada na Nyse com o símbolo “EVEX”.
A Embraer e a Eve farão um anúncio na próxima terça-feira, em Nova York. Embora o tema do evento não tenha sido anunciado, a agenda disparou no mercado a expectativa de que a empresa de carros voadores comunique a listagem nos EUA. O motivo é que o encontro vai reunir a direção das duas companhias: o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, e os dois CEOs da Eve: Andre Stein e Jerry DeMuro.
A assembleia extraordinária da Zanite ocorreu de forma virtual e teve duração de apenas 10 minutos, com a aprovação da combinação dos negócios e de outras pautas, como o aumento do número de ações Classe A da Zanite de 100 milhões para 1 bilhão.
Na fusão, a Eve foi avaliada em US$ 2,4 bilhões considerando o equity value, ou seja, o valor de suas ações no mercado, de US$ 2,9 bilhões. Esses valores são ambos maiores do que o da própria fabricante cinquentenária de aeronaves, avaliada atualmente em US$ 2,04 bilhões.
O negócio
A empresa de carros voadores foi criada pela Embraer e desenvolveu o veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVTOL). Recentemente, a estimativa de receita da Eve foi calculada em US$ 4,5 bilhões até 2030. Embora já exista uma carteira de pedidos de eVTOL superior a 1,8 mil unidades, as primeiras entregas estão previstas somente para 2025, quando deve ocorrer a certificação das aeronaves.
Durante o Eve Investors Day, em março, o diretor financeiro da Eve, Eduardo Couto, revelou que o “carro voador” deve chegar ao mercado com preço de US$ 3 milhões (R$ 15 milhões) e que os parceiros da companhia poderão vender passagens a US$ 100 (cerca de R$ 500).
5 – Líderes do G7 prometem aumentar isolamento econômico da Rússia
Os líderes do G7 disseram em um comunicado conjunto neste domingo (8) que vão reforçar o isolamento econômico da Rússia e aumentar uma campanha contra as elites russas que apoiam o presidente Vladimir Putin.
Após se reunirem virtualmente com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, os líderes disseram que vão cortar os principais serviços dos quais a Rússia depende, reforçando o isolamento russo “em todos os setores de sua economia”.
Eles também se comprometeram a eliminar gradualmente a dependência da energia russa, proibindo inclusive as importações de petróleo russo.
“(Nós) continuaremos e elevaremos nossa campanha contra as elites financeiras e familiares, que apoiam o presidente Putin em seu esforço de guerra e desperdiçam os recursos do povo russo”, acrescentaram os líderes no comunicado.
Os Estados Unidos anunciaram neste domingo sanções contra três emissoras de televisão russas, proibiram norte-americanos de fornecer serviços de contabilidade e consultoria a russos e impuseram sanções a executivos do Gazprombank para punir Moscou por sua invasão à Ucrânia.
Putin chama a invasão de “operação militar especial” para desarmar a Ucrânia e livrá-la do nacionalismo anti-russo fomentado pelo Ocidente. A Ucrânia e seus aliados dizem que a Rússia iniciou uma guerra não provocada.
* Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo
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