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Ficou sabendo? iPhone na China, IA para finanças e Fogo de Chão

Lançamento da Apple corre o risco de ser ofuscado por múltiplas controvérsias no país asiático.

Apple corre risco com iPhone na China antes de lançamento

A Apple está tentando evitar uma crise na China poucos dias antes do lançamento de seu próximo iPhone, um evento já de alto risco que testará se novos recursos podem tirar a indústria de smartphones da crise.

O lançamento do produto, previsto para ser transmitido globalmente na sede da empresa na terça-feira, corre o risco de ser ofuscado por múltiplas controvérsias na China – o maior mercado internacional da Apple.

O titã da tecnologia está enfrentando uma proibição crescente do uso do iPhone entre funcionários do governo e um novo telefone controverso da Huawei como competidor local.

Mão segurando celular
Créditos: Pixabay

Mas a maior ameaça potencial para a Apple pode ser algo mais nebuloso: o ressurgimento do nacionalismo chinês que estimula os consumidores comuns a evitar o iPhone e outros dispositivos de marcas estrangeiras.

É algo que a empresa já enfrentou antes. Há quase cinco anos, a Apple registrou números abaixo das previsões para as compras de final de ano para seus recém-lançados iPhone XS e XR devido às vendas fracas na China. Publicamente, a Apple culpou a guerra comercial entre EUA-China e a economia local. Mas num e-mail interno enviado ao conselho de administração da empresa, o CEO Tim Cook também citou o nacionalismo chinês e a crescente concorrência de rivais locais.

Naquela época, a administração Trump tinha recentemente colocado a Huawei em lista indesejada, e as crescentes tensões entre EUA e a China tornaram a vida mais difícil para as empresas profundamente dependentes do país asiático. A receita chinesa da Apple caiu nos anos fiscais de 2019 e 2020, antes de se recuperar em 2021. A empresa gera cerca de um quinto de suas vendas na China, que também é o coração da sua cadeia de abastecimento.

A questão agora é se a Apple enfrentará uma repetição de 2019. As crescentes proibições governamentais são um sinal ameaçador. Trabalhadores de agências e empresas estatais são cada vez mais impedidos de usar iPhones no escritório. A notícia fez as ações da Apple caírem nos últimos dois dias, eliminando US$ 190 bilhões de seu valuation. Um porta-voz da Apple não quis comentar.

Os legisladores americanos também estão renovando o escrutínio a fornecedores da Huawei, com alguns pedindo a suspensão de todas as exportações dos EUA para a controversa empresa tecnológica chinesa.

Os últimos protestos centram-se na principal fabricante de chips da China, a Semiconductor Manufacturing International Corp., que parece ter violado as sanções americanas ao fornecer componentes avançados para o novo telefone Huawei, disseram legisladores dos EUA. Os parlamentares também propuseram a proibição do TikTok, de propriedade da chinesa ByteDance.

Contra esse pano de fundo, o sentimento anti-Apple se espalhou nas redes sociais chinesas. 

Um vídeo publicado online na quarta-feira mostrou forte movimentação em uma loja da Apple em Guangzhou, mas os comentários da postagem rapidamente se encheram de retórica anti-Apple.

“Enquanto os candidatos a emprego usarem um telefone Apple, não os contratarei”, disse um deles. Outros usuários escreveram que “nunca comprarão um telefone Apple” e “se orgulharão de comprar um Huawei”. Outro acrescentou: “Por que não podemos proibir as vendas da Apple enquanto os americanos baniram a Huawei?”

No ano passado, a China ordenou às suas agências governamentais e empresas estatais que substituíssem computadores estrangeiros por alternativas nacionais até 2024. Até agora, essa medida não causou muito sofrimento à Apple, que viu o seu negócio com o Mac crescer 17% no segundo trimestre na China, segundo dados da Canalys.

As proibições podem ser apenas parte de uma tendência de longa data.

“Os funcionários do partido provavelmente evitaram o uso de produtos americanos no local de trabalho muito antes de a proibição oficial ser promulgada”, o analista da Evercore ISI, Amit Daryanani, disse em relatório na quinta-feira.

Se os consumidores na China pretendem abandonar a Apple, o novo telefone Huawei pode ser uma alternativa. Ele ostenta tela e bateria maiores do que do próximo iPhone 15 Pro de última geração. O dispositivo também possui câmeras de maior resolução e um preço inferior ao de seu rival norte-americano.

Ainda assim, ainda não há sinais de uma grande mudança em relação à Apple no mercado de telefonia. Na verdade, a empresa foi um dos poucos vendedores de smartphones a ver as vendas crescerem no segundo trimestre, de acordo com a empresa de pesquisa IDC. A única outra grande fabricante a registrar aumento foi a Huawei, que terminou o período com uma fatia de mercado inferior à da Apple.

Por enquanto, o mercado chinês tem sido um ponto positivo para a Apple durante um período difícil. Suas vendas gerais caíram por três trimestres consecutivos e a receita deverá cair novamente no último período – marcando a sequência mais longa de quedas em duas décadas. A linha do iPhone 15, com detalhes como moldura de titânio e câmera aprimorada, tem como objetivo ajudar a tirar a empresa dessa situação.

Em última análise, a China tem um incentivo para não levar longe demais a proibição do iPhone. A Apple sustenta milhões de trabalhadores no país e seria difícil para o governo punir a empresa sem prejudicar o seu próprio povo.

Ant Group revela modelo de IA financeira

O Ant Group revelou um modelo de inteligência artificial específico para finanças nesta sexta-feira e começou a testar aplicativos para consumidores e profissionais para o produto, juntando-se a uma disputada corrida para implantar a tecnologia na China, que é altamente regulamentada.

A incursão da empresa na IA financeira é notável, pois a companhia fundada pelo bilionário Jack Ma é a maior empresa de fintech da China, com mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo para seu aplicativo de pagamento Alipay.

A divulgação segue os anúncios dos gigantes da tecnologia Tencent e Xiaomi na quinta-feira e do Alibaba, afiliada do Ant Group, em abril. Em julho, na China, mais de 130 empresas haviam introduzido “grandes modelos de linguagem”, o tipo que alimenta o aplicativo de IA generativa ChatGPT da OpenAI, de acordo com a Tencent.

O aplicativo Zhixiaobao 2.0, projetado para dar dicas financeiras aos consumidores, pode se igualar ao profissional financeiro médio em análise de mercado e capacidade de raciocínio, disse o Ant. Ele estará disponível assim que receber aprovação regulatória.

Ao contrário de outros países, a China exige que as empresas apresentem avaliações de segurança e recebam autorização antes de liberar produtos de inteligência artificial para o público.

Outro modelo, o Zhixiaozhu 1.0, pode realizar análise de investimentos e extração de informações, entre outras tarefas de negócios, para profissionais financeiros, disse a Ant.

Deutsche vende US$ 550 mi de dívida para compra da Fogo de Chão

Um grupo de bancos liderado pelo Deutsche Bank iniciou a venda de um empréstimo alavancado de US$ 550 milhões para financiar a aquisição da rede de currascarias Fogo de Chão pela Bain Capital, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

Os investidores que queiram virar credores no empréstimo, com vencimento em sete anos, poderão fazer suas ofertas na segunda-feira, disse a pessoa, que pediu anonimato.

A dívida faz parte de uma onda de financiamentos de aquisição no valor total de mais de US$ 15 bilhões que devem chegar ao mercado global de M&A alavancado este mês. 

“Será um mês ativo”, disse Ken Monaghan, codiretor de dívida de de alto rendimento na Amundi. “Muitos negócios serão precificados.”

Nas aquisições alavancadas, bancos se juntam para emprestar o dinheiro e dar o pontapé inicial no negócio e depois vendem a dívida de alto rendimento para investidores privados. 

Pelo menos 10 empresas de grau especulativo recorreram a empréstimos nos EUA esta semana, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A Bain concordou em comprar a Fogo de Chão em meados de agosto e a transação deverá ser concluída este mês, de acordo com um comunicado.

A Fogo de Chão, fundada no Rio Grande do Sul em 1979, levou o churrasco gaúcho para vários países no mundo.

A rede teve vários proprietários e uma passagem como empresa de capital aberto. A GP Investimentos adquiriu a totalidade do controle da Fogo de Chão em 2011, e depois vendeu o negócio para a Thomas H. Lee Partners em 2012.

A empresa teve capital aberto de 2015 a 2018, até que a casa de private equity Rhône Capital fechasse o capital da rede de churrascarias por meio de uma transação em dinheiro que avaliou o negócio em US$ 560 milhões.

O Deutsche Bank e a Fogo de Chão não responderam imediatamente a pedidos de comentário. A Bain Capital não quis comentar.

*Com Bloomberg e Reuters

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