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5 fatos para hoje: novas sanções à Rússia; preços da Petrobras; Fed

Por enquanto não há nenhuma decisão tomada quanto a ajustes nos preços dos derivados, diz a Petrobras.

5 fatos para hoje: novas sanções à Rússia; preços da Petrobras; Fed
Plataforma da Petrobras durante fase de construção no litoral do Rio de Janeiro 24/02/2011 REUTERS/Sergio Moraes

1 – Petrobras não tem decisões tomadas sobre ajuste de preços de combustíveis, diz Luna

A Petrobras (PETR3, PETR4) analisa a pressão de alta da cotação do barril de petróleo, mas por enquanto não há nenhuma decisão tomada quanto a ajustes nos preços dos derivados, disse nesta quarta-feira à Reuters o presidente da estatal, general da reserva Joaquim Silva e Luna.

Segundo ele, após a invasão da Rússia à Ucrânia, o mercado do petróleo ficou “nervoso” e com muitas “incertezas”.

Nesta quarta-feira, o barril do combustível fóssil tipo Brent fechou acima dos US$ 100, com alta de 7,6% a US$ 112,93, depois de tocar o pico de US$ 113,94 o barril durante a sessão.

A Abicom, associação que reúne as distribuidoras, apontou que os valores médios de diesel e gasolina da Petrobras atingiram defasagem de preço de 25%, o maior patamar em 10 anos.

“O mundo mergulhou num cenário de incertezas (com a guerra)”, disse Luna à Reuters.

“É isso que estamos estudando”, acrescentou ele ao ser questionado até quando a Petrobras suportaria a alta de preços do Brent, sem fazer ajustes nas cotações dos derivados de petróleo no mercado interno.

Neste ano, a forte alta do petróleo no mercado internacional foi parcialmente compensada pela desvalorização do dólar frente ao real. Câmbio e Brent são as duas principais variáveis da política de preços da companhia, que é conhecida como PPI.

O CEO da Petrobras reiterou que o grupo da estatal que avalia a política de paridade de preços analisa o cenário “minuto a minuto” antes de tomar qualquer decisão.

Uma das marcas da gestão de Silva e Luna é não repassar aos preços internos movimentos conjunturais no mercado de petróleo, e os ajustes nos preços são promovidos mediante mudanças estruturais de cenário.

2 – Explosão atinge estação ferroviária de Kiev; avanços russos diminuem

Uma explosão atingiu uma estação ferroviária de Kiev na noite de quarta-feira (02) onde milhares de mulheres e crianças estavam sendo retiradas, disse a empresa ferroviária estatal ucraniana, ao mesmo tempo em que a Assembleia Geral da ONU exigiu que a Rússia encerre a invasão.

Um assessor do Ministério do Interior disse que a explosão foi causada por destroços de um míssil de cruzeiro russo, não por um ataque direto de foguete. Não houve notícias imediatas sobre vítimas e o local da estação sofreu danos menores. Os trens continuaram a circular.

A segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, também sofreu bombardeios pesados ​​no sétimo dia da guerra, mas os ucranianos negaram a alegação da Rússia de que as forças russas haviam tomado a cidade portuária de Kherson, no Mar Negro.

Mais tarde, no entanto, o prefeito de Kherson, Igor Kolykhayev, disse que tropas russas estavam nas ruas da cidade.

Uma autoridade dos Estados Unidos disse que as forças russas parecem estar ficando mais agressivas ao atacar a infraestrutura dentro de Kiev, conforme seus avanços diminuem diante da feroz resistência ucraniana.

A invasão ainda não atingiu o objetivo do presidente russo, Vladimir Putin, de derrubar o governo da Ucrânia, mas já fez mais de 870.000 pessoas fugirem para países vizinhos e abalou a economia global à medida que governos e empresas se alinham para isolar Moscou.

A Assembleia Geral das Nações Unidas votou esmagadoramente para deplorar a invasão “nos termos mais fortes”. E exigiu que a Rússia retire suas forças em uma resolução apoiada por 141 dos 193 membros da assembleia.

Embora as resoluções da Assembleia Geral não sejam vinculantes, elas têm peso político, com a votação de quarta-feira representando uma vitória simbólica para a Ucrânia e aumentando o isolamento internacional de Moscou.

O presidente francês, Emmanuel Macron, elogiou a coragem dos ucranianos diante de uma guerra que ele disse ser responsabilidade exclusiva de Putin. “Os próximos dias provavelmente serão cada vez mais difíceis”, disse Macron em um discurso televisionado.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU informou ter confirmado a morte de 227 civis e 525 feridos durante o conflito na Ucrânia até a meia-noite de 1º de março, causados ​​principalmente pelo “uso de armas explosivas com ampla área de impacto”. Alertou que o número real seria muito maior devido a atrasos nos relatos.

Depois de não conseguir tomar rapidamente as principais cidades e subjugar os militares da Ucrânia, autoridades dos EUA disseram que acreditam que a Rússia tentará cercar cidades, cortando suprimentos e rotas de fuga, atacando com uma força combinada de blindados e tropas terrestres.

“Eles só querem destruir”

O bombardeio mais intenso atingiu Kharkiv, uma cidade de 1,5 milhão de pessoas no leste, transformando o centro em um deserto bombardeado de prédios em ruínas e detritos.

“Os ‘libertadores’ russos chegaram”, lamentou sarcasticamente um voluntário ucraniano, enquanto ele e três outros se esforçavam para carregar o corpo de um homem envolto em um lençol para fora das ruínas de uma praça principal.

Pelo menos 25 pessoas foram mortas por bombardeios e ataques aéreos em Kharkiv nas últimas 24 horas, disseram autoridades.

Pavel Dorogoy, de 36 anos, fotógrafo que mora perto do centro da cidade, contou que as forças russas atacaram prédios, uma central telefônica e uma torre de televisão.

“A maioria das pessoas se escondeu nos porões durante a maior parte do dia de hoje e ontem à noite… Os russos não podem entrar na cidade, então eles estão apenas nos atacando de longe, eles só querem destruir o que podem”, disse.

3 – Fed reduzirá balanço de ativos ao longo deste ano, diz Powell

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, antecipou sua posição pessoal sobre quando será apropriado diminuir o total de ativos do banco central norte-americano. “Vamos reduzir o balanço do Fed ao longo deste ano”, destacou em depoimento na Câmara dos Representantes nesta quarta-feira (2). Em outras ocasiões, Powell destacou que tal processo provavelmente começaria “no final do ano.”

“A taxa de juros neutra nos EUA está entre 2,0% e 2,5% (ao ano) e talvez precisaremos subir o juro além da taxa neutra, mas ainda não sabemos”, disse o presidente do Fed.

No mesmo evento, Powell deu outra indicação nova ainda mais hawkish da condução da política monetária, pois disse que, caso a inflação continue mais elevada do que o esperado pelo Fed, os dirigentes da instituição poderão subir os juros de forma mais agressiva “em uma reunião ou reuniões”.

Isso significa que ele deixou claro que o Fed está considerando, em tais circunstâncias, a necessidade de elevar os juros em 0,50 ponto porcentual em um ou mais encontros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) no curto prazo.

4 – EUA ampliam sanções contra Rússia e anunciam restrições à Bielorrússia

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (2) uma ampliação das sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia. Desta vez, as medidas devem afetar empresas que atuam no setor de Defesa do país euroasiático. Além disso, serão impostas restrições às importações de bens tecnológicos do principal aliado russo, a Bielorrússia, cujo território tem sido usado pelas Forças Armadas da Rússia em ataques contra alvos ucranianos.

“Os Estados Unidos tomarão medidas para responsabilizar a Bielorrússia por permitir a invasão da Ucrânia por Putin, enfraquecer o setor de defesa russo e seu poder militar nos próximos anos, atacar as fontes mais importantes de riqueza da Rússia e banir as companhias aéreas russas do espaço aéreo dos EUA”, informou a Casa Branca, em comunicado oficial.

O fechamento do espaço aéreo do EUA para aeronaves russas já havia sido anunciado na noite de terça-feira (1) pelo presidente Joe Biden, durante discurso no Capitólio (sede do Congresso estadunidense). Com isso, os EUA se somam a mais de 30 países, incluindo a União Europeia, que já fecharam o espaço aéreo para os russos.

As novas sanções anunciadas incluem o bloqueio de 22 empresas e entidades russas do setor de Defesa, incluindo fabricantes de aeronaves de combate, veículos de combate de infantaria, sistemas de guerra eletrônica, mísseis e veículos aéreos não tripulados.

Por meio de controles de exportação de equipamentos de extração de petróleo e gás, o Departamento de Comércio dos EUA vai impor restrições às exportações de tecnologia que apoiariam a capacidade de refino da Rússia a longo prazo. 

“Os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros não têm interesse estratégico em reduzir o fornecimento global de energia – e é por isso que reduzimos os pagamentos de energia de nossas sanções financeiras. Mas nós e nossos aliados e parceiros compartilhamos um forte interesse em degradar o status da Rússia como principal fornecedor de energia ao longo do tempo”, informou o governo norte-americano. 

Em relação à Bielorússia, as restrições anunciadas prometem “sufocar” a importação bens tecnológicos. Na prática, o Departamento de Comércio dos EUA estenderá as rigorosas políticas de controle de exportação implementadas para a Rússia para a Bielorrússia. 

“Essa ação ajudará a evitar o desvio de itens, tecnologias e software da Bielorrússia para a Rússia e degradará significativamente a capacidade de ambos os países de sustentar sua agressão militar e projeto de poder”, destacou a Casa Branca.

Isolamento político e financeiro

Mais cedo, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que condena a invasão russa, durante sessão extraordinária da assembleia-geral, em Nova York. A resolução, que não tem poder legal, pede que a Rússia retire suas tropas. Apesar de não ser uma medida concreta, a decisão tem um poder político muito grande e evidencia o isolamento russo. 

No último sábado (26), países ocidentais já haviam anunciado o congelamento de reservas internacionais da Rússia. Além disso, bancos russos estão sendo desligados da plataforma Swift, um sistema de pagamentos entre instituições financeiras de mais de 200 países, coordenados pelos bancos centrais das dez maiores economias do mundo. Essa medida complica ainda mais o funcionamento do sistema financeiro russo, ao atrasar o pagamento de transações comerciais e financeiras.

5 – Meirelles defende privatizar Caixa: País não precisa de 2 grandes bancos federais

Em defesa da privatização completa da Caixa, o ex-ministro Henrique Meirelles, responsável por coordenar o plano econômico da candidatura do governador João Doria (PSDB) ao Palácio do Planalto, disse nesta quarta-feira (2) que o Brasil não precisa de dois grandes bancos públicos federais.

Durante participação em webinar da Brazilian-American Chamber of Commerce, Meirelles considerou a venda da Caixa ao capital privado, num processo em que seria transferido ao Banco do Brasil o papel de financiador do programa nacional de habitação, como a melhor solução.

“É importante discutir se devemos continuar tendo dois bancos. A nossa conclusão é de que não precisamos e, entre os dois, o que faz mais sentido é a privatização da Caixa, já que o BB é o único que financia o setor agrícola”, sustentou o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central (BC). “Nos bancos, a melhor solução é a privatização completa da Caixa”, reforçou.

Durante o evento, Meirelles manifestou apoio total a privatizações de estatais da União, porém foi menos enfático de qual será o futuro da Petrobras se Doria conseguir vencer a eleição presidencial de outubro.

Ele considerou que a venda da estatal é um passo a ser estudado, sendo que um dos caminhos possíveis seria fatiar a petroleira em diferentes empresas – algo como duas ou três novas companhias – para que elas sejam concorrentes. “Sou contra a mudança de um monopólio estatal para outro privado.”

Ao falar sobre os movimentos de desestatização do governo de São Paulo, onde é secretário da Fazenda, Meirelles disse que o plano ainda é privatizar a Sabesp. “Na minha visão, o ideal é a privatização total da companhia”, afirmou.

*Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil

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