O presidente-executivo do Twitter (TWTR34), Parag Agrawal, afirmou nesta segunda-feira (16) que as estimativas internas de contas de spam na plataforma de mídia social nos últimos quatro trimestres ficaram “bem abaixo de 5%“, respondendo às críticas de Elon Musk sobre o gerenciamento de contas falsas pela empresa.
Agrawal disse que a estimativa do Twitter, que permanece a mesma desde 2013, não pode ser reproduzida externamente, dada a necessidade de usar informações públicas e privadas para determinar se uma conta é spam.
Musk, que na sexta-feira (13) disse que seu acordo de US$ 44 bilhões para comprar o Twitter estava “temporariamente suspenso”, aguardando informações sobre contas de spam, respondeu à defesa de Agrawal da metodologia da empresa com um emoji de fezes.
“Então, como os anunciantes sabem o que estão ganhando com seu dinheiro? Isso é fundamental para a saúde financeira do Twitter”, escreveu Musk.
Logo após seus tuítes, Musk disse em uma conferência privada em Miami que suspeita que bots – ou contas automatizadas – representem cerca de 20% a 25% dos usuários do Twitter, de acordo com tuítes de participantes.
Musk pediu testes de amostras aleatórias de usuários do Twitter para identificar bots e disse que ainda não viu “nenhuma” análise que mostre contas de spam representando menos de 5% da base de usuários.
O bilionário disse no domingo que “há alguma chance de ser mais de 90% dos usuários ativos diários”, enquanto pesquisadores independentes estimam que 9% a 15% dos milhões de perfis do Twitter são bots.
Atualmente, o Twitter não exige que os usuários se registrem usando identidades reais, e perfis automatizados, paródias e pseudônimos são permitidos no serviço.
A rede social proíbe falsificação de identidade e spam e penaliza contas quando a empresa determina que seu objetivo é “enganar ou manipular outras pessoas” envolvendo-se em golpes, coordenando campanhas de abuso ou inflando artificialmente o engajamento.
Ações do Twitter em queda
As ações do Twitter Inc. (B3: TWTR34) operavam em queda nesta segunda-feira (16), eliminando todos os ganhos que tiveram desde que o empresário Elon Musk divulgou sua participação na plataforma de mídia social. Desde então, o papel vinha acumulando forte valorização, mas passou a cair depois que o bilionário anunciou que suspenderia o acordo de compra da rede social.
As ações da empresa com sede em San Francisco, Califórnia, chegaram a cair mais cedo até 7,7%, para US$ 37,58, abaixo do preço de fechamento de US$ 39,31 em 1º de abril, o último pregão antes de Musk divulgar sua participação de 9% na empresa.
Musk, que é um ávido usuário do Twitter, com mais de 93 milhões de seguidores, fez uma proposta para tornar a empresa privada por US$ 54,20 por ação no mês passado. Mas a incerteza em torno do acordo, alimentada em parte por comentários de Musk, deixou as ações negociadas bem abaixo do preço de oferta em meio a dúvidas sobre se a aquisição será concluída.
A diferença entre o preço de compra de Musk e o valor de mercado, um indicador de confiança sobre se o negócio será fechado, aumentou para um novo recorde de US$ 16,62 na segunda-feira.
Acordo suspenso temporariamente
A última queda de ações do Twitter foi desencadeada na sexta-feira, depois que Musk foi à plataforma alegar que sua oferta estava “temporariamente suspensa” para obter dados sobre a quantidade de contas falsas na plataforma de mídia social. Mais tarde, ele disse que “ainda estava comprometido” com o acordo. As ações fecharam em baixa de 9,7% na sexta-feira (13) em sua pior sessão desde 27 de outubro.
O presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, enviou uma enxurrada de tweets na segunda-feira detalhando os esforços da empresa para identificar e remover contas de spam e disse que estimativas externas não são possíveis. Musk respondeu a Agrawal, perguntando como os anunciantes “sabem o que estão ganhando com seu dinheiro?”
*Com informações da Reuters e Bloomberg.
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