O bitcoin é negociado na faixa dos US$ 87 mil, com queda de 3% nas últimas 24 horas. O ethereum (ETH) cai ainda mais forte, com perdas superiores a 6% no mesmo período.
A pressão começa pelo cenário macro. Traders aguardam novos dados de emprego e inflação nos Estados Unidos, que devem influenciar as próximas decisões de juros do Federal Reserve (Fed). O ambiente segue de cautela, com menos apetite por risco.
Os olhos também continuam voltados para o Japão, que pode elevar os juros ainda nesta semana. Um movimento assim tende a afetar o carry trade – estratégia em que investidores tomam recursos em ienes a juros baixos para aplicar em mercados de maior retorno -, o que costuma pressionar ativos de risco, incluindo criptomoedas.
Outro catalisador negativo vem do setor de inteligência artificial. O mercado passa por uma nova rodada de reavaliação, com discussões crescentes sobre excesso de otimismo e até risco de bolha. Vale lembrar que, recentemente, o mercado cripto tem se comportado mais como ações de tecnologia do que como ativo de proteção, como o ouro.
“Para o mercado de criptomoedas, isso cria uma dinâmica mais sutil: a perda de dominância da IA libera atenção e capital, mas o setor cripto continua estruturalmente sensível ao sentimento mais amplo de crescimento. Uma deflação ordenada da narrativa de IA tende a ser construtiva; um desmonte violento, não”, escreveu o trader Jasper de Maere, da Wintermute, em relatório.
Por fim, a pressão vendedora aumentou de forma relevante, especialmente entre investidores de longo prazo. Dados da empresa de análise de blockchain CryptoQuant mostram que o pico de vendas desses holders (usuários que mantêm cripto por um bom tempo) nos últimos 30 dias está entre os maiores dos últimos cinco anos.
Essa pressão vendedora também aparece nos ETFs (fundos negociados em bolsa) de bitcoin listados nos Estados Unidos. Após registrarem entradas líquidas de US$ 49 milhões na sexta-feira (12), o fluxo virou rapidamente. Na segunda-feira (15), os produtos tiveram saídas de US$ 357,6 milhões – o pior resultado diário desde 20 de novembro.
Veja as cotações das principais criptomoedas às 9h30:
Bitcoin (BTC): -3,00%, US$ 87.030,09
Ethereum (ETH): -6,36%, US$ 2.955,00
XRP (XRP): -3,30%, US$ 1,91
BNB (BNB): -2,74%, US$ 863,17
Solana (SOL): -2,85%, US$ 128,80
Outros destaques do mercado cripto
Brasileiros sacam fundos cripto. Em meio à volatilidade do bitcoin, alguns investidores brasileiros em fundos de criptomoedas decidiram reduzir a exposição. Na semana passada, segundo dados da CoinShares, foram sacados US$ 1,7 milhão (R$ 9,1 milhões) desses produtos no Brasil. O movimento vai na contramão do cenário global: no mesmo período, os fundos cripto ao redor do mundo registraram entradas líquidas de US$ 864 milhões (R$ 4,6 bilhões).
JPMorgan e seu novo fundo tokenizado. A onda da tokenização segue ganhando força. O JPMorgan, maior banco dos Estados Unidos, lançou um fundo tokenizado na rede do ethereum. O produto, voltado exclusivamente para investidores qualificados, permite obter rendimento mantendo o capital alocado no fundo. A iniciativa se apoia na própria infraestrutura do ethereum, que oferece o staking – mecanismo de renda passiva que remunera quem mantém ativos travados na blockchain.
ETFs de XRP passam de US$ 1 bi. Os ETFs (fundos negociados em bolsa) de XRP listados nos Estados Unidos vão muito bem, obrigado. Lançados em 13 de novembro, os produtos ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,5 bilhões) em entradas acumuladas. O desempenho reforça que o apetite institucional por criptoativos regulados vai além dos fundos focados apenas em bitcoin e ethereum, as duas maiores criptomoedas do mercado.
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