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Adriano Pires desiste de ocupar a presidência da Petrobras, diz jornal

Segundo O Globo, Pires renunciou à indicação devido a conflitos de interesse.

Petrobras no Rio de Janeiro, Brasil.
Petrobras no Rio de Janeiro, Brasil. 09/03/2020 REUTERS/Sergio Moraes

O economista e consultor Adriano Pires desistiu de ocupar o cargo de presidente executivo da Petrobras (PETR3, PETR4), segundo notícia veiculada pelo jornal O Globo nesta segunda-feira.

Pires foi indicado ao cargo pelo governo federal na semana passada, em substituição ao general da reserva Joaquim Silva e Luna, após críticas do presidente Jair Bolsonaro sobre alta nos preços de combustíveis.

Segundo O Globo, Pires renunciou à indicação devido a conflitos de interesse.

A Petrobras e o Ministério de Minas e Energia não responderam imediatamente a pedidos de comentários, assim como Adriano Pires.

Desistência de indicado ao conselho

Neste domingo, Rodolfo Landim, presidente do Flamengo e ex-executivo da Petrobras, também desistiu de comandar o Conselho de Administração da petroleira.

O Ministério de Minas e Energia passou a procurar um outro nome para o conselho de administração da Petrobras depois da desistência do empresário, que decidiu recusar a indicação para presidir o colegiado. De acordo com a pasta, a nova indicação será avaliada com a “responsabilidade que a situação requer”.

Landim havia sido indicado para o cargo em 28 de março, junto com o nome do economista Adriano Pires para a presidência da estatal. Em carta endereçada ao ministério, Landim, que também é presidente do Flamengo, afirma que, “apesar do tamanho e da importância da Petrobras para o nosso País, e da enorme honra para mim em exercer este cargo”, decidiu abrir mão da indicação e concentrar-se na administração do time.

“Entendo que existiria um risco considerável, caso fosse conduzido à presidência do conselho da Petrobras, de não conseguir exercer ambas as funções com a excelência por mim desejada e à altura que a Petrobras e o Flamengo merecem”, escreveu.

Ex-funcionário de carreira da Petrobras, ele presidiu a antiga BR Distribuidora (agora Vibra Energia), de 2003 a 2006, no governo Lula. Deixou a estatal para assumir cargos de liderança nas empresas do Grupo X, de Eike Batista, com quem tem uma longa rixa, inclusive na Justiça. Em carreira solo, criou sua própria petrolífera, a Ouro Preto, vendida em 2020.

A desistência de Landim elevou ainda mais a temperatura em torno da troca de comando na Petrobras, depois que o presidente Jair Bolsonaro demitiu o general da reserva Joaquim Silva e Luna da presidência da estatal. É que Pires, indicado para o cargo, já tem seu nome contestado pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) por suposto conflito de interesses.

Em representação, o subprocurador-geral do MP-TCU Lucas Rocha Furtado afirmou ter identificado problemas, “tendo em vista sua (de Pires) atuação na iniciativa privada, a lançar dúvidas sobre a possibilidade ética e legal de vir a assumir a presidência da Petrobras”. Segundo Furtado, Pires “mantém relações econômicas de caráter privado com diversas empresas nacionais e internacionais que se relacionam com a Petrobras, inclusive concorrentes diretas da estatal no mercado internacional”.

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