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Negócios

Analistas avaliam como fracos resultados da Movida, mas ações sobem quase 9%

Balanço do quarto trimestre foi impactado por uma depreciação mais alta e margens de aluguel mais baixas.

As ações da Movida (MOVI3) chegaram a disparar mais de 11% na máxima desta terça-feira (7), mesmo após as casas de investimentos avaliarem como fracos os números reportados pela companhia de gestão de frotas, que registrou uma depreciação mais alta e margens de aluguel de veículos mais baixas. O papel fechou em alta de 8,8%, a R$ 7,11, após bater R$ 7,26 mais cedo.

Destaques do balanço

A empresa informou que sua receita líquida consolidada avançou 55,7% no quarto trimestre ante o mesmo intervalo de 2021, para R$ 2,7 milhões. No acumulado do ano, a receita líquida atingiu R$ 9,6 bilhões, uma alta de 80%, quando comparado ao ano anterior.

Em contrapartida, a empresa teve uma queda de 93,6% no lucro líquido no quarto trimestre de 2022 ante o mesmo intervalo de 2021, para R$ 18 milhões. No ano, o lucro também sofreu redução de 32,1%, para R$ 556 milhões.

O desempenho, apontou a companhia, foi impactado pelo aumento das despesas financeiras em decorrência da elevação das taxas de juros ao longo do ano.

Análises

Em relatório, Pedro Bruno, Lucas Laghi e Matheus Sant’anna, analistas da XP Investimentos, disseram que a empresa reportou resultados mais fracos do que o esperado no quarto trimestre, com lucro líquido 44% abaixo de suas estimativas, “principalmente devido às fracas margens de Ebitda do segmento de aluguel, depreciação acima do esperado no RAC (locação) e GTF (gestão de terceirização de frotas) e custos financeiros ainda elevados”.

Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, analistas do BTG Pactual, também consideraram os resultados fracos. “A Movida parece ter feito um pit stop no quarto trimestre (crescimento mais lento da frota e lucros próximos ao ponto de equilíbrio), seguido por uma mudança no CFO no início de fevereiro, esperamos que sinalize um novo momento em termos de rentabilidade”, avaliou o banco.

A receita da companhia ficou 7% acima do previsto pelo banco de investimento, enquanto o lucro superou os R$ 11 milhões previstos pelo banco, novamente impactado pelo aumento das despesas de depreciação, especialmente em RAC, disseram os analistas.

Pelo lado positivo, os analistas da XP Investimentos apontaram a entrada de caixa de R$ 774 milhões no 4º trimestre de 2022 de “cessão de direitos creditórios, com redução da dívida líquida sobre o Ebitda de 3,1 vezes no terceiro trimestre de 2022, para 2,8 vezes no mesmo intervalo do ano passado.

“Notamos que esta é a mesma estrutura utilizada pela Vamos (empresa também do grupo Simpar) em que a carteira de receitas contratuais é antecipada como financiamento adicional (provavelmente idealizada pelo recém-nomeado CFO que saiu da Vamos)”, destacou a equipe da XP.

Para os analistas do BTG, no curto prazo, os investidores devem continuar monitorando: as tendências dos rendimentos (para equilibrar o maior custo de capital com uma concorrência mais acirrada); normalização da oferta de veículos (e condições de compra); margem de aluguel e seminovos; ritmo de renovação da frota e alavancagem financeira.

Para a equipe, a avaliação atual da Movida implica um grande desconto em relação ao seu principal par, mas os analistas consideram que os investidores exigem sinais mais claros de melhoria da rentabilidade para recuperar a confiança no nome.

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