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Leilão do 5G: Vivo, TIM e Claro arrematam lotes da faixa 3,5 GHz; acompanhe
Maior leilão já realizado pela Anatel tem 15 empresas na disputa e pode movimentar R$ 49,7 bilhões.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realiza na manhã desta quinta-feira (4), uma cerimônia com autoridades antes da sessão de leilão da tecnologia 5G, que deve ocorrer logo após o evento.
É o maior leilão já realizado pela Anatel, podendo movimentar R$ 49,7 bilhões. Desse total, R$ 10,6 bilhões são outorgas pelas faixas e R$ 39,1 bilhões em compromissos de investimentos na implementação das redes.
As faixas leiloadas – 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHZ – servirão tanto para ativar o 5G, quanto para ampliar o 4G.
Vencedores da faixa 3,5 GHZ
A Telefônica Brasil (VIVT3), dona da marca Vivo, venceu a disputa do lote B2 da frequência de 3,5 GHZ no leilão de 5G organizado pela Anatel com uma oferta de R$ 420 milhões. A empresa também adquiriu por R$ 80,337 milhões o bloco D35.
A TIM (TIMP3) ofereceu R$ 351 milhões e ficou com o lote B3 e o bloco D34 por R$ 80,337 milhões. A Claro venceu o lote B1, com oferta de R$ 338 milhões, e o bloco D33 por R$ 80,338 milhões.
O lote B4 ficou sem proponentes habilitados uma vez que as empresas menores não apresentaram garantias e as maiores já tinham sido declaradas vencedoras nos lotes anteriores, segundo as regras do leilão.
As empresas terão de fornecer o serviço 5G em municípios com mais de 30 mil habitantes, instalar o backhaul de fibra óptica em cidades, além de compromissos associados à migração de canais transmitidos por TV parabólica para uma nova banda (Ku), e à implementação de redes públicas.
A faixa de 3,5 GHz é exclusiva para o 5G, com capacidade de transmissão de altíssima velocidade. Ela é a frequência mais usada no mundo inteiro para o 5G, com foco no varejo (consumidores finais) e na indústria.
O espectro é considerado ideal para atender áreas urbanas.
Leia também: Entenda a disputa pelo 5G na inovação, nos negócios e na geopolítica
Vencedores da faixa 3,5 GHz por região
A Brisanet Serviços de Telecomunicações S.A (BRIT3) arrematou o lote C05 para prover tecnologia 5G, na faixa 3,5 GHz, na região Centro-Oeste. No leilão a empresa saiu vencedora ao oferecer R$ 150 milhões pelo bloco, com ágio de 4.054%, e terá o compromisso de ofertar o serviço em municípios com menos de 30 mil habitantes na região.
A exceção são dois setores: o Município de Paranaíba, no Estado de Mato Grosso do Sul, e as cidades de Buriti Alegre, Cachoeira Dourada, Inaciolândia, Itumbiara, Paranaiguara e São Simão, no Estado de Goiás. Antes de arrematar o lote C05, a Brisanet também levou o bloco C04 (Nordeste), com uma proposta de R$ 1,250 bilhão e ágio de 13.741%.
A Sercomtel Telecomunicações arrematou o lote C02 também na faixa 3,5 GHz, em municípios com menos de 30 mil habitantes na região Norte e no Estado de São Paulo, com exceção de algumas cidades paulistas. A empresa saiu vencedora ao oferecer R$ 82 milhões de outorga, com ágio de 719,68%.
O certame do lote envolveu uma disputa entre a Sercomtel e a NK 108 Empreendimentos e Participações S.A, que ofereceu R$ 77,7 milhões pelo bloco, contra R$ 72,1 milhões iniciais da Sercomtel. A empresa saiu vencedora após cobrir o valor ofertado pela concorrente. A Mega Net também ofereceu proposta pelo lote, de R$ 10,3 milhões, mas não foi para a disputa.
O Consórcio 5G Sul arrematou o lote C6 na faixa 3,5 GHz, na Região Sul do País. A empresa saiu vencedora ao propor uma outorga de R$ 73,6 milhões, com ágio de 1.454,74%. O compromisso será de prover o serviço em municípios com menos de 30 mil habitantes na região.
O certame do lote envolveu uma intensa disputa entre Mega Net e o Consórcio 5G Sul, que iniciou o leilão com a maior oferta, de R$ 19 milhões, contra R$ 6,627 milhões da Meta Net.
A Cloud2U Indústria e Comércio arrematou o lote C07 para oferecer tecnologia 5G, na faixa 3,5 GHz, nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. A empresa saiu vencedora ao propor uma outorga de R$ 405,1 milhões, com ágio de 6.266%.
O compromisso da Cloud2U será de prover o serviço de 5G em municípios com menos de 30 mil habitantes na região.
Dentro da área de prestação de serviços do bloco (Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais), ficam excluídas algumas cidades mineiras (setor 3 do Plano Geral de Outorgas).
A Algar Telecom SA arrematou o lote C08 para oferecer tecnologia 5G, na faixa 3,5 GHz, em cidades do Sul Minas Gerais; em Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, nas cidades de Buriti Alegre, Cachoeira Dourada, Inaciolândia, Itumbiara, Paranaiguara e São Simão, no Estado de Goiás, e em alguns municípios de São Paulo.
A empresa saiu vencedora ao propor uma outorga de R$ 2,350 milhões, com ágio de 358,5%. O compromisso da Algar será de prover o serviço de 5G em municípios com menos de 30 mil habitantes na região.
A disputa encerrou a fase do leilão de lotes do tipo C (bloco de 80 MHz), em áreas de prestação regional.
Vencedor da faixa 700 MHZ
A Winity Telecom, do Pátria Investimentos, venceu a disputa pela frequência de 700 MHZ do lote A1 no leilão de 5G da Anatel, com uma oferta de R$ 1,427 bilhão, um ágio de 805% sobre o preço do edital.
Foram apresentadas ainda outras duas propostas: R$ 333,3 milhões pela NK 108 e R$ 318 milhões pela VDF Tecnologia. Com isso, a Winity será a nova operadora nacional de telefonia móvel do país, declararam representantes da agência.
Vencedores da faixa 2,3 GHz
A Claro arrematou o lote E03 para oferecer tecnologia 4G no Estado de São Paulo, dentro da faixa 2,3 GHz. A empresa saiu vencedora ao propor uma outorga de R$ 750 milhões, com ágio de 755,1%.
O lote foi disputado lance a lance por Claro e Telefônica (Vivo), que em sua última oferta propôs R$ 682,5 milhões pelo bloco. Ao fim, a Claro ofereceu o maior valor e ficou com o lote.
A área de prestação é formada pelo Estado de São Paulo, com exceção dos municípios de Altinópolis, Aramina, Batatais, Brodosqui, Buritizal, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Colômbia, Franca, Guaíra, Guará, Ipuã, Ituverava, Jardinópolis, Miguelópolis, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Ribeirão Corrente, Sales de Oliveira, Santa Cruz da Esperança, Santo Antônio da Alegria e São Joaquim da Barra.
A Claro também arrematou o lote E08 para oferecer tecnologia 4G em municípios de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e na cidade de Paranaíba, Mato Grosso do Sul, dentro da faixa 2,3 GHz. A empresa saiu vencedora ao propor uma outorga de R$ 32 milhões, e ágio de 406,19%.
Já a Brisanet arrematou o lote E4, na faixa de 2,3 GHz, com uma proposta única de R$ 111,385 milhões para atender com 4G a Região Nordeste.
Na faixa de 2,3 GHz, apesar do compromisso das empresas em cobrir com 4G a relação de 95% da área urbana dos municípios sem a tecnologia, a frequência também poderá ser usada para o 5G.
A Telefônica Brasil (Vivo) arrematou o lote E07 para oferecer tecnologia 4G nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais dentro da faixa 2,3 GHz. A empresa saiu vencedora ao propor uma outorga de R$ 176,4 milhões, e ágio de 124,75%.
O lote foi disputado entre a Telefônica e TIM, que em sua última proposta ofereceu a outorga de R$ 168 milhões. A área de prestação é formada pelos Estados do Rio, Espírito Santo e Minas Gerais, com exceção de alguns municípios mineiros.
A empresa também arrematou o lote F01 para oferecer tecnologia 4G na Região Norte, dentro da faixa 2,3 GHz. A organização saiu vencedora ao propor uma outorga de R$ 29 milhões, e ágio de 1,59%.
Mas não para por aí. A Telefônica Brasil (Vivo) também levou o lote F03, para prestação do serviço no Estado de São Paulo, com exceção dos municípios que serão atendidos pela Claro, com outorga de R$ 231 milhões e ágio de 229,21%.
Por último, a Telefônica Brasil arrematou o lote F05 para oferecer tecnologia 4G na Região Centro-Oeste, dentro da faixa 2,3 GHz. A empresa saiu vencedora ao propor uma outorga de R$ 30 milhões, e ágio de 20,28%.
A área de prestação do F05 é formada pela região Centro-Oeste, mas com exceção do Município de Paranaíba, no Estado de Mato Grosso do Sul, e das cidades de Buriti Alegre, Cachoeira Dourada, Inaciolândia, Itumbiara, Paranaiguara e São Simão, no Estado de Goiás.
Os lotes do tipo F oferecem 40 MHz no bloco, enquanto que os lotes do tipo E dispõem de 50 MHz.
Disputa movimentada
Mais cedo, o presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, afirmou que o órgão entregará nesta quinta-feira o “elemento essencial” para o desenvolvimento da sociedade brasileira.
“A 5G irá remodelar a sociedade e os meios produtivos. Não se trata apenas de aumento de velocidade, a tecnologia de 5 geração tem outras facetas”, disse ele.
O certame terá propostas de 15 grupos, entre empresas e consórcios, interessados nas frequências que serão licitadas pela agência, entre elas Claro, Vivo (VIVT3) e TIM (TIMP3), as maiores teles, além da mineira Algar e da paranaense Sercomtel e dez empresas de menor porte.
*Com Reuters e Agência Estado
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