A companhia de alimentos BRF (BRFS3) registrou prejuízo líquido de R$ 199 milhões referente às operações continuadas no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 307 milhões visto no mesmo período do ano passado em meio a altos custos, conforme balanço divulgado nesta quinta-feira.
A empresa também informou que, considerando o total societário, o prejuízo líquido no trimestre atingiu R$ 240 milhões.
“Estes R$ 41 milhões de prejuízo (além dos R$ 199 milhões) referem-se a operações descontinuadas, na Argentina, que não fazem mais parte do capital da companhia”, disse à Reuters o CFO da BRF, Carlos Moura.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da BRF somou R$ 1,271 bilhão no período, avanço de 23,2% na comparação anual.
Moura afirmou que a companhia, que é uma das maiores processadores de aves e suínos do mundo, foi afetada por um cenário inflacionário, com despesas maiores não só dos insumos usados na ração – milho e farelo de soja – mas também com demais itens que fazem parte do processo produtivo, como plástico, papelão, diesel e energia elétrica.
“Mas graças ao trabalho de suprimentos diferenciado e na gestão matricial de gastos conseguimos mitigar custos e fazer um Ebitda bem consistente”, disse ele, ressaltando que a alta do câmbio também impactou o resultado financeiro da companhia.
Apoiada a preços maiores, a receita líquida da BRF subiu 27,8% no segundo trimestre, para R$ 11,637 bilhões.
No Brasil, a BRF teve incrementos de 2,7% nos volumes e de 24,8% na receita operacional líquida, mas o Ebitda ajustado da unidade caiu 8,8%, para R$ 492 milhões, pressionado pelos custos.
Com relação aos grãos, o CFO disse que a localização geográfica das unidades permite acessar vendedores de insumos com escala e em melhores condições, porém, ainda assim foi necessário recorrer ao mercado externo.
“Temos um momento favorável à importação… Fizemos movimento de importação da Argentina, fomos seguidos pela JBS (JBSS3)”, disse Moura citando a principal concorrente e sem revelar os volumes que foram adquiridos no exterior.
Devido ao cenário de quebra na segunda safra de milho no Brasil, o executivo ainda não descartou a possibilidade de novas importações de milho para ração no país vizinho.
Também de acordo com o CFO, cerca de 50% da receita líquida veio do segmento internacional da empresa, com destaque para negócios com a China, Arábia Saudita, Turquia e oportunidades em países do norte da África.
Quanto a perspectiva para os próximos trimestres, Moura disse que a companhia está confiante na recuperação econômica e segue posicionada em termos de estoques para um cenário de melhora na demanda.
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