A Eneva lançou na terça-feira uma oferta subsequente de ações ordinárias (“follow on”) para levantar cerca de R$ 4,2 bilhões, conforme anunciado em julho. Os recursos vão financiar projetos de geração de energia, exploração de gás natural e possíveis atividades de fusões e aquisições. Precificação sai em 10 de outubro.
A Eneva, uma das maiores investidoras no setor de gás natural do Brasil, oferecerá inicialmente cerca de 228,6 milhões de ações e, dependendo da demanda, poderá aumentar esse número em cerca de 71,4 milhões de papéis por meio de lotes adicionais.
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A empresa disse que seu acionista Partners Alpha se comprometeu a comprar, se necessário, todas as ações, exceto a distribuição extra, a R$ 14 cada. A ação ordinária da Eneva fechou a R$ 13,93.
A oferta deverá ser precificada em 10 de outubro, de acordo com o cronograma no prospecto da operação.
O follow on faz parte de acordos anunciados em julho junto ao BTG Pactual, seu principal acionista, disse o presidente da Eneva, Lino Cançado.
O negócio inclui a aquisição pela Eneva de usinas termelétricas do BTG, em operação que tornará a companhia a plataforma do banco para atuar em geração de energia e gás natural.
Conforme o anúncio de julho, os acionistas da companhia, como o BTG (23,3%), Cambuhy Investimentos (20%) e Partners Alpha (15%), terão direito de prioridade para subscrever até a totalidade das novas ações no “follow on”.
Cançado, ressaltou que, com a operação, a companhia terá um acionista controlador mais próximo, com intenção de explorar a capacidade da plataforma da companhia para capturar oportunidades seja no mercado de geração elétrica, de gás ou de petróleo.
Dentre as oportunidades de investimento, Cançado reiterou que a operação deixará a companhia mais competitiva para participar do leilão de reserva de capacidade, em preparação pelo governo, mas ainda sem data marcada.
No certame, a empresa prevê ganhar contratos para expandir a capacidade da termelétrica Celse em seu Hub Sergipe, além de recontratar as térmicas Parnaíba I e Parnaíba III, cujos contratos vencem no fim de 2027, conforme a empresa falou anteriormente. Também há previsão de recontratação e possíveis projetos de pequenas expansões para usinas que são do BTG.
A licitação, que deverá gerar oportunidades para geradores termelétricos e hidrelétricos, estava originalmente prevista para ocorrer em agosto, mas o Ministério de Minas e Energia não publicou até agora as regras finais e um cronograma atualizado.
(Por Andre Romani)
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