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EUA podem investigar negócios de Musk por motivos de segurança

Ações do Twitter chegaram a cair 16% antes da abertura dos mercados em Nova York nesta sexta-feira (21).

Autoridades do governo Biden estudam se os EUA devem submeter alguns dos empreendimentos de Elon Musk a análises de segurança nacional, o que incluiria o acordo para a compra do Twitter (TWTR34) e a rede de satélites Starlink, da SpaceX, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

As ações do Twitter chegaram a cair 16% antes da abertura dos mercados em Nova York nesta sexta-feira (21).

Autoridades dos EUA ficaram incomodadas com a recente ameaça de Musk de suspender o serviço de satélite Starlink para a Ucrânia – o empresário disse que seu custo soma US$ 80 milhões até agora – e o que veem como uma postura cada vez mais amigável do executivo em relação à Rússia após uma série de tuítes que descreviam propostas de paz favoráveis ao presidente Vladimir Putin. Também preocupam os planos de Musk para comprar o Twitter com um grupo de investidores estrangeiros.

As discussões ainda estão em estágio inicial, de acordo com as pessoas, que falaram sob condição de anonimato. Autoridades do governo dos EUA e da comunidade de inteligência avaliam quais ferramentas, se houver, estariam disponíveis para permitir que o governo federal revise os empreendimentos de Musk.

Uma possibilidade seria por meio da lei que rege o Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA, que permitiria avaliar os negócios e operações de Musk devido a riscos à segurança nacional, disseram as fontes.

O painel interagências, conhecido como CFIUS, analisa aquisições de empresas americanas por compradores estrangeiros. Não está claro se uma revisão do CFIUS – que envolveria avaliações dos Departamentos de Estado, Defesa e Segurança Interna, entre outros – ofereceria ao governo uma via jurídica para conduzir uma revisão, de acordo com as pessoas.

O Twitter também é confrontado por informações de que Musk pretende encolher a força de trabalho da rede social como parte da aquisição. O Washington Post informou que o plano de Musk para o Twitter envolve reduzir a equipe em 75% em questão de meses. A Bloomberg News confirmou que potenciais investidores foram informados sobre o plano de cortes, juntamente com um esforço para dobrar a receita em três anos.

Um elemento do acordo de US$ 44 bilhões para a compra do Twitter que poderia levar a uma revisão do CFIUS é a presença de investidores estrangeiros no consórcio de Musk. O grupo inclui o príncipe Alwaleed bin Talal, da Arábia Saudita, a Binance – corretora de ativos digitais fundada e administrada por um executivo nascido na China  – e o fundo soberano do Qatar.

O painel opera a portas fechadas e raramente confirma quando conduz análises. O CFIUS também detém o poder de revisar negócios que já foram consumados.

Um porta-voz do Departamento do Tesouro dos EUA disse que o CFIUS não comenta quaisquer transações que possam ou não estar sob revisão.

Musk, a pessoa mais rica do mundo, foi ao Twitter nas últimas semanas com propostas para acabar com a guerra da Rússia e ameaçar cortar o apoio financeiro à rede de internet Starlink na Ucrânia. Seus tuítes e comentários frustraram autoridades nos EUA e na Europa e atraíram elogios de rivais americanos.

Posteriormente, Musk recuou em sua ameaça de suspender o serviço da Starlink e disse que continuaria a arcar com os custos. A Starlink tornou-se uma ferramenta essencial para comunicações na Ucrânia durante a invasão russa. Musk fornece o serviço gratuitamente à Ucrânia, mas disse que a SpaceX perde US$ 20 milhões por mês e que não pode ser responsável por esse custo indefinidamente.

O governo dos EUA também usaria a Starlink no caso de uma interrupção nas telecomunicações, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Musk não respondeu de imediato a vários pedidos de comentário enviados por e-mail.

Presidente-executivo da Tesla, Elon Musk
Presidente-executivo da Tesla, Elon Musk 04/04/2019 REUTERS/Brendan McDermid

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