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Lucro recorrente do BNDES cai 28% no 1º tri, para R$ 1,7 bi

Queda se deve a menor receita com intermediação financeira.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido recorrente de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre deste ano, queda de 28,4% em comparação a igual período do ano passado, informou a instituição nesta terça-feira (16).

O lucro contábil, que inclui efeitos não recorrentes, foi de R$ 4 bilhões, ajudado em especial por recebimentos de dividendos da Petrobras.

A carteira expandida de crédito do banco ficou em R$ 479 bilhões no trimestre, alta de 8,2% ano a ano, enquanto os desembolsos totais somaram R$ 19,1 bilhões, crescimento de 29,1% na mesma comparação.

Motivo da queda

Alexandre Abreu, diretor financeiro e de crédito digital do BNDES, disse a jornalistas que a queda no lucro deve-se à menor receita com intermediação financeira, diante da devolução antecipada de R$ 45 bilhões ao Tesouro Nacional realizada pelo banco no final do ano passado, e a um efeito contábil causado pela queda do dólar frente ao real.

O índice de inadimplência do BNDES acima de 90 dias caiu a 0,06%, ante 0,13% no último trimestre de 2022 e de 0,21% no primeiro trimestre do ano passado.

O retorno sobre o patrimônio líquido recorrente (ROE) foi de 5,3% de janeiro ao fim de março, quedas de 2,7 pontos percentuais e de 5,3 pontos percentuais nas base anuais e trimestrais, respectivamente.

Abreu afirmou ainda que o recuo no lucro também foi impactado negativamente pela venda de participações em empresas no início de 2022, o que eleva a base de comparação. O banco se desfez, por exemplo, de ações da JBS por R$ 1,9 bilhão em fevereiro do ano passado.

Desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a gestão do BNDES vem mostrando menor intenção de reduzir sua carteira de participação em empresas com ações listadas em bolsa, o que era um dos focos do comando anterior. As principais participações do banco atualmente são em Petrobras, JBS, Eletrobras e Copel.

Copel

Questionado sobre a privatização da elétrica paranaense, esperada para este ano, o diretor de planejamento do BNDES, Nelson Barbosa, disse que a instituição não tem neste momento uma posição formada sobre o assunto.

“A decisão sobre privatização ou não cabe ao controlador e se o controlador assim decidir, nós vamos avaliar. Neste momento não temos posição formada”, afirmou.

A empresa, controlada pelo Estado do Paraná e na qual o BNDES tem cerca de 24% do capital, prevê uma oferta de ações visando sua privatização para outubro.

O novo comando do BNDES, presidido por Aloizio Mercadante, vem reforçando a intenção de elevar os desembolsos do banco de fomento para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2026, contra patamar anterior de 1%, enquanto tenta afastar temores de que esse movimento possa diminuir a força da atuação da política monetária executada pelo Banco Central (BC).

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