Os mineradores de bitcoin estão sentindo a pressão dos custos de mineração. A expansão espetacular em 2021 atraiu milhares de participantes para mineração ou produção de novas moedas. Como resultado, o hashrate, ou poder computacional usado pelos mineradores praticamente quadruplicou nos últimos seis meses, ultrapassando 200 milhões de ‘terahashes’ por segundo.
“Os custos operacionais são um fator importante na decisão dos mineradores de manter ou vender moedas recém-adquiridas. Eles são os primeiros e mais naturais vendedores no espaço cripto e, portanto, definitivamente impactam os preços”, disse Justin d’Anethan, diretor da Amber Group.
O valor total das moedas mantidas nas carteiras dos mineradores caiu de US$ 114 bilhões para cerca de US$ 75 bilhões no início de novembro, já que sua lucratividade foi reduzida pelo aumento do hashrate e pela queda dos preços, segundo a empresa de pesquisa de criptomoedas Arcane Research.
Os mineradores estão transferindo mais moedas para exchanges do que adicionando às reservas, segundo empresas de análise da indústria de criptomoedas, um sinal de intenção de vender.
Esses fluxos estão aumentando as pressões enfrentadas pelo bitcoin, que passou por uma liquidação nos mercados globais, impulsionada por tensões na fronteira com a Ucrânia e pelo aperto da política do Federal Reserve.
A criptomoeda dominante está sendo negociada a cerca de US$ 37 mil, 40% abaixo do pico de novembro, de US$ 62 mil.
A mineração de bitcoin é o processo pelo qual uma rede de computadores verifica e valida um bloco de transações, que são adicionados ao blockchain. Os mineradores são recompensados por completar um bloco.
É um negócio caro, exigindo não apenas equipamentos sofisticados que custam mais de US$ 10 mil, mas também uma enorme quantidade de energia. A média de sete dias do custo total de mineração por transação validada caiu para US$ 176,8, de um recorde de US$ 235,57 atingido em maio do ano passado, mostram dados da blockchain.com.
A redução da lucratividade da mineração está atingindo o mercado mais amplo porque alguns investidores institucionais, que não podem ou não querem investir direto em criptomoedas, compram ações de mineradores listados ou ETFs que rastreiam mineradores como alternativa de obter acesso à indústria.
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