As ações de energia em alta deixam de fora investidores focados em ESG. O que fazem então gestores aflitos por esses retornos, mas preocupados em manter seus rótulos ESG, enquanto o petróleo é negociado acima de US$ 100 por barril e as ações de energia registram alta de mais de 100% desde o início de 2021?
Eles flexibilizam seus critérios ambientais para permitir produtores de energia em seus portfólios, o que pode dar um impulso adicional ao grupo, de acordo com o JP Morgan.
“Com as restrições contra energia provavelmente diminuindo devido à crescente pressão de desempenho ESG, e com muitos reconsiderando como definir ESG, esperamos um impacto positivo nos fluxos de capital para ações de energia nos próximos meses”, disseram analistas do JP Morgan liderados por Dubravko Lakos-Bujas em nota.
O índice S&P 500 ESG registra desempenho inferior ao do S&P 500 Energy em nada menos que 88 pontos percentuais desde o início de 2021. As maiores participações do índice ESG incluem os favoritos do setor de tecnologia Apple, Microsoft, Amazon e Tesla.
Ironicamente, o único grande banco que entrou na lista dos 10 principais investimentos do índice ESG é o JP Morgan, que foi um dos primeiros a prever um superciclo de commodities e agora aponta para os retornos fracos do ESG.
Tornou-se cada vez mais difícil ser um gestor de fundos livre de combustíveis fósseis, de baixo carbono ou ESG com critérios de investimento rigorosos após os preços do petróleo e do gás natural dispararem.
Dados da Morningstar Direct mostram que apenas quatro dos 193 fundos negociados em bolsa (ETFs) de baixo carbono e livres de combustíveis fósseis nos EUA apresentaram retornos positivos este ano, e o grupo teve perda média de 13,5%.
A divergência entre investimentos baseados em carbono e livres de carbono provavelmente continuará de acordo com o JPMorgan, especialmente devido ao crescente interesse de fundos quantitativos e de crescimento.
“A energia é o único setor que está vendo suas pontuações de qualidade, crescimento e valorização melhorarem simultaneamente, mantendo um perfil atraente de valor e renda”, escreveram Lukas-Bujas e equipe.
Os analistas observam que a energia agora passou de pontuações negativas para positivas na maioria das métricas quantitativas e passa de alocações curtas para longas, refletindo o que aconteceu com as ações de tecnologia em 2016.
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