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Finanças

Bitcoin é volátil, sim – mas menos que ações da bolsa

Pela primeira vez em 2 anos, volatilidade da cripto caiu abaixo do nível de Nasdaq e S&P 500.

ARTIGO*

Contrariando a má fama da alta volatilidade, o preço do bitcoin (BTC) tem sofrido poucas oscilações nos últimos meses, ficando estável na casa dos US$ 19.000. Por conta disso, em meio ao caos econômico global, o BTC tem sido mais estável do que as badaladas ações americanas como Tesla (TSLA34), Apple (APPL34) e Google (GOGL34).

De acordo com o publicado pela Kaiko, empresa especializada em análise de dados on-chain, pela primeira vez em dois anos, a volatilidade do bitcoin caiu abaixo do nível das bolsas de valores americanas Nasdaq e S&P 500.

Desde 2020, pela primeira vez o bitcoin foi menos volátil do que ações que compõem a Nasdaq e S&P500
Fonte: Publicação oficial da empresa Kaiko

A grande maioria dos ativos de renda variável estão em “crise” nos últimos meses — e anos. Mas, ainda assim e conforme mostrado abaixo, desde o início de setembro, enquanto Nasdaq 100 e o S&P 500 derreteram 13% e 10%, respectivamente, o preço do BTC se manteve praticamente estável.

Comparação entre a volatilidade da Nasdaq, S&P500 e bitcoin desde o início de setembro
Fonte: Publicação oficial da empresa Kaiko

Críticos gostem ou não, apesar do bitcoin estar longe do seu preço máximo, a maior criptomoeda do mercado voltou a agir como uma espécie de amortecedor contra incertezas macroeconômicas. Com a alta volatilidade atingindo até mesmo os títulos de dívida, a moeda é um dos poucos ativos estáveis nos últimos meses.

Diferente dos traders que não estão nada felizes, a baixa volatilidade do bitcoin só reforça como os investidores de longo prazo, aqueles que veem o BTC como reserva de valor, estão fazendo uma aposta totalmente assertiva sobre o futuro da criptomoeda. 

O que é volatilidade?

Por definição, volatilidade é uma medida estatística de dispersão. Em termos práticos, é uma variável que conjuga a frequência e a intensidade das variações de preço de um ativo em um período de tempo.

Ademais, ela ajuda a dimensionar o risco de um ativo, pois sinaliza a chance de uma cotação subir ou cair em níveis elevados, já que, quanto maior a frequência e a intensidade das variações no preço, maior a amplitude dos ganhos e perdas de uma determinada negociação.

Diversos fatores, internos e externos, controláveis ou não, podem aumentar a volatilidade de um ativo como, por exemplo, notícias que são melhores ou piores do que o esperado, picos excepcionalmente altos no volume de negociação, conflitos ou acordo entre países e o aumento ou diminuição da taxa de juros da economia americana.

Embora ativos com maior volatilidade assustam algumas pessoas, somente através do investimento de risco é possível obter maiores retornos.  Além disso, é a alocação, ou seja, o percentual na carteira que define o impacto potencial, ou seja, a perda máxima com este ativo.

Bitcoin menos volátil a cada dia

Sem dúvidas, as métricas históricas mostram que a volatilidade não é pequena. Porém, através da mesma observação, também fica claro que, ano após ano, a variação no preço do bitcoin cai desde 2013.

A queda na volatilidade do preço do bitcoin observada nos últimos anos se explica, resumidamente, pela sua crescente popularidade, adoção e legitimação do BTC tanto entre pessoas físicas quanto em países e instituições.

Sem dúvidas, às vezes, a cotação do BTC fica intimamente correlacionada com as ações americanas. No entanto, os dados do portal IntoTheBlock registram o coeficiente de correlação atual da moeda para o Nasdaq e o S&P 500 gira em torno de 0,3, ou seja, um valor bem próximo de zero.

Em uma perspectiva mais atemporal, bom ou ruim, o bitcoin tende a ter uma volatilidade reduzida com o passar dos anos, uma vez que quanto mais pessoas tiverem um ativo, menor tende a ser a oscilação dos seus preços.

Além disso, com menor volatilidade, aumenta muito a possibilidade de novos entrantes na criptomoeda, uma vez que se torna cada vez mais atrativa para os investidores receosos, os players do setor institucional e até mesmo como reserva de valor.

Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.


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