Quando uma pessoa faz um investimento, precisa arcar com alguns custos por operação, como é o caso da taxa de corretagem. Ela serve para pagar os serviços que bancos e corretoras de valores fazem para o investidor aplicar seu dinheiro.
Há alguns anos, diversas instituições financeiras trabalham com um valor reduzido ou zerado de corretagem. É uma maneira de estimular que mais pessoas invistam e até diversifiquem suas escolhas por conta do custo mais baixo.
Os gastos com taxas e alíquotas também devem ser considerados na hora de fazer um investimento. Veja abaixo como a corretagem funciona e quais são os tipos existentes.
O que é a taxa de corretagem?
A corretagem é uma cobrança que o investidor paga para o banco ou para a corretora de valores para intermediar a compra e venda de ativos. A taxa custeia a estrutura e a tecnologia necessárias para fazer esse tipo de transação.
É na B3, a única bolsa de valores do Brasil, que o investidor negocia um ativo, como uma ação ou um fundo imobiliário. Ele faz isso por intermédio de uma instituição financeira.
Os bancos e corretoras precisam ser autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é o órgão que regula este setor, para conectar o investidor com as opções disponíveis para aplicar o dinheiro.
A taxa de corretagem vale tanto para ativos de renda variável quanto para renda fixa, como títulos públicos do Tesouro Direto, Certificados de Depósito Bancário (CDB) e Letras de Crédito. No entanto, a maioria dos investimentos da renda fixa tem essa cobrança zerada.
Tipos de corretagem
Cada instituição financeira pode definir a forma como vai cobrar essa taxa. De modo geral, ela é aplicada a cada operação que é feita. Existem três tipos de corretagem:
Corretagem fixa
Quando alguém vai fazer uma operação de compra ou de venda, o valor da taxa não se altera. Isso vale até para o volume da transação. Dessa forma, não importa se a pessoa vai movimentar R$ 1 mil ou R$ 50 mil em uma operação, pois a taxa terá um valor fixo.
Essa cobrança compensa para quem quer fazer poucas operações e um valor elevado em cada uma, já que a taxa não se altera. A instituição financeira pode utilizar esse tipo de corretagem para negociações de ativos específicos, como a compra e venda de ações.
Corretagem variável
A instituição financeira cobra um percentual sobre o valor. Proporcionalmente, a taxa que o investidor paga vai ser maior ou menor, a depender da quantia de dinheiro utilizada em cada operação.
Esse tipo de corretagem pode servir para operações com um volume menor por operação.
Mista
A corretagem mista tem a cobrança de um valor fixo por negociação e de um percentual sobre o valor. Portanto, é uma junção da taxa fixa com a variável.
Embora seja um formato menos comum de se ver, esse tipo de corretagem é aplicado por grandes bancos e quando o investidor qualificado faz o pedido em contato direto com o corretor.
Como é cobrada a taxa de corretagem?
Se a instituição financeira não tem a taxa zerada, o investidor paga pela corretagem sempre que faz a compra ou a venda de um ativo. Seja através de um corretor ou diretamente no home broker, o valor depende do critério que o banco ou a corretora utiliza.
Dessa forma, ao emitir a ordem de compra ou de venda, o investidor paga a instituição para que a operação aconteça. Se você vai investir R$ 1 mil, por exemplo, e tiver uma taxa de corretagem fixa de R$ 10, vai investir R$ 990 porque a corretagem já foi descontada.
Agora, usando o mesmo exemplo mas com a corretagem variável: se a taxa for de 0,5% sobre a mesma quantia de R$ 1 mil, vai pagar R$ 50 e investir R$ 950.
Vale lembrar que a taxa de corretagem, quando cobrada, não tem nenhuma relação com lucro ou prejuízo. É diferente do que acontece, por exemplo, com o Imposto de Renda na negociação de ações, em que a cobrança é sobre o lucro e para operações acima de R$ 20 mil.
Algumas instituições financeiras podem aplicar diferentes taxas quando o investidor faz o pedido para a corretora ou quando investe diretamente no home broker.
O home broker é o ambiente de negociações criado para o investidor operar diretamente. Nele, o investidor tem mais autonomia e opera em tempo real. Dessa forma, a corretagem no home broker pode ser mais baixa.
O que significa taxa de corretagem zero?
É quando o banco ou a corretora de valores não cobra a taxa de corretagem para alguns tipos de operações que o investidor fizer. De modo geral, a corretagem zero é comum para investimentos em renda fixa e vem diminuindo para transações na renda variável também.
O aumento da competitividade fez com que as instituições financeiras criassem alternativas para manter o investidor fidelizado. A redução da corretagem para algumas transações foi uma dessas soluções.
Além da competitividade, a praticidade de operar em um ambiente digital, por meio do aplicativo da empresa, e o aumento de investidores pessoa física permitiram que a taxa pesasse cada vez menos para os clientes. Com isso, os bancos e corretoras ganham com o volume diário de operações.
É importante que o investidor acompanhe o valor médio cobrado em outras taxas para saber quando um banco ou corretora está transferindo o custo que seria da corretagem em outro serviço.
Outros custos para o investidor são a taxa de custódia, de registro e de emolumentos. Quanto aos impostos, além do imposto de renda, pode haver cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS), PIS e Cofins sobre a taxa de corretagem.
Qual é o valor da taxa de corretagem?
A cobrança da corretagem vai depender do tipo de ativo que a pessoa vai negociar, como um título ou uma ação, o tipo de operação e a forma como a instituição financeira aplica a taxa.
Se que investimentos em renda fixa costumam ter a taxa zerada, é sobre as operações na renda variável que a corretagem vai fazer diferença sobre o valor investido.
Se a operação for day trade, quando o investidor compra e vende ou vende e compra no mesmo dia, a cobrança pode ser diferenciada, pelo volume de transações ou de dinheiro. Já no swing trade, quando as transações levam mais de um dia, a corretagem costuma ser por transação.
De qualquer forma, as empresas têm estimulado investidores que movimentam uma quantia maior de dinheiro ou fazem um maior número de negociações. Em alguns casos, como a compra e venda de ações, existe a possibilidade de pagar a corretagem com base no volume de operações ou de dinheiro. Já no caso das opções, pode haver uma taxa fixa por operação ou um percentual sobre o valor.
Para que a transação valha a pena em termos de custo-benefício, é possível ter conta em mais de um banco ou corretora e escolher cada uma conforme os custos forem menores para o tipo de operação que será feita. Investidores iniciantes costumam adotar essa estratégia como forma de eliminar essa barreira e continuar a negociar ativos.
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