*ARTIGO
A Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo (exchange), tem sido alvo de investigações nos Estados Unidos devido a questões de conformidade, incluindo possíveis violações de leis anti-lavagem de dinheiro (ou Anti-Money Laundering, em inglês).
Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) também abriram investigações sobre a corretora, da qual levantaram questões sobre o compliance e sua suposta ajuda a golpistas e traficantes para lavar dinheiro.
As ações da SEC já resultaram em um impacto direto sobre a Binance, com reguladores de Nova York ordenando que a Paxos parasse de emitir novas unidades do binance USD (BUSD), uma stablecoin atrelada à marca, mas sem ligação oficial com a empresa.
Ao que tudo indica, a Binance tem trabalhado com reguladores para determinar as medidas corretivas apropriadas para finalmente “fazer as pazes”. Enquanto isso, seu diretor de estratégia, Patrick Hillmann, afirmou que a exchange pode ter que pagar multas pelos comportamentos passados.
O fato é que as investigações contra a empresa levantaram a questão da segurança de deixar dinheiro em exchange em comparação com um banco tradicional. Uma vez que as corretoras de cripto estão sujeitas a diferentes regulamentações e compliance, é importante que os usuários de criptos estejam cientes dos riscos e tomem medidas para proteger seus ativos.
Perigos de deixar dinheiro na Binance ou em outra exchange
Em primeiro lugar, as exchanges são alvos frequentes de hackers, que buscam roubar criptoativos e dinheiro de contas de usuários. Para se proteger contra esses riscos, é preciso que cada investidor adote medidas de segurança robustas em vigor, como a autenticação de dois fatores.
Também é aconselhável que os usuários não deixem grandes quantidades de dinheiro ou criptos nas exchanges por um longo período, e que retirem seus fundos e assim que possível para as carteiras virtuais (wallets), a fim de armazená-los com segurança.
Nesse sentido, carteiras frias, conhecidas como hardware wallets, são as mais recomendadas. São dispositivos físicos que armazenam chaves privadas das carteiras de modo offline, mantendo as criptos seguras e protegidas de ataques cibernéticos e outras ameaças ligadas à internet.
Outra medida importante é usar senhas fortes e não compartilhar informações privadas de acesso com ninguém, mesmo se for pedido algo por e-mail ou mensagem privada, pois há um sério risco de ser um golpe financeiro.
Em resumo, deixar dinheiro em exchanges pode ser perigoso devido aos riscos de hackers ou até mesmo a alguma ação da SEC. No entanto, seguindo algumas práticas simples de segurança, os usuários podem minimizar esses riscos sem deixar de participar do criptomercado.
Cuidado: exchange não é banco!
Embora as exchanges ofereçam serviços financeiros semelhantes aos bancos tradicionais, há diferenças significativas entre essas instituições. Entre eles:
- Os bancos tradicionais são altamente regulamentados e supervisionados. Enquanto isso, as exchanges não são regulamentadas da mesma forma que as instituições financeiras.
- As corretoras de cripto são propensas a uma maior volatilidade e riscos de segurança, seja pela falta de normas para seguir ou até mesmo pela certa facilidade de fraudes.
- Por não depender de certos intermediários fiscais, as exchanges oferecem maior liberdade para realizar transações — feitas 24h por dia, 7 dias na semana — e produtos financeiros distintos do que se tem no mercado tradicional, a exemplo do “staking” e do “farming”, duas formas de ganhar renda passiva.
- Os bancos possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para depósitos de até R$ 250.000 por CPF/CNPJ por instituição financeira. Por outro lado, as corretas de cripto não asseguram qualquer valor ao usuário.
Proteja seu dinheiro para evitar surpresas negativas
Com o rápido crescimento e popularização do criptomercado, é natural que surjam desafios e questionamentos sobre a segurança e confiabilidade das exchanges. Por isso, é indispensável que os investidores tomem medidas para proteger seus ativos e evite surpresas de hacks, roubos ou outras decisões que a SEC tome sobre as exchanges.
Além disso, é importante estar sempre atualizado sobre as notícias e desenvolvimentos do mercado de ativos digitais, bem como buscar informações e orientações de fontes confiáveis. Com o conhecimento e as precauções adequadas, os investidores podem aproveitar os benefícios das criptos e minimizar os riscos envolvidos.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
Veja também
- Mastercard e JP Morgan se unem para facilitar pagamento internacional entre empresas usando blockchain
- Passou raspando: Bitcoin chega muito perto dos US$ 100 mil, mas alta perde força
- Bitcoin mantém ‘rali Trump’ e pode alcançar os US$ 100 mil em breve
- Bitcoin sobe e atinge nova máxima histórica de US$ 94 mil após estreia de opções do ETF da BlackRock
- ETF de Bitcoin da BlackRock já supera em US$ 10 bilhões o ETF de ouro