O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou em alta nesta quarta-feira (17) após um ajuste negativo no dia anterior, com elevação dos preços do minério de ferro beneficiando as ações da Vale (VALE3), que subiram mais de 3%. Enquanto isso, agentes financeiros continuam acompanhando o andamento do novo arcabouço fiscal do país. O dólar encerrou em queda sobre o real.
No dia, o Ibovespa subiu 1,17%, aos 109.459 pontos. O dólar teve queda de 0,20%, a R$ 4,9339.
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No fim da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 13,325%, ante 13,304% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,765%, ante 11,703% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 11,27%, ante 11,194% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,315%, ante 11,24%.
Cenário interno
Investidores acompanharam comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que disse que a abordagem proativa da política monetária foi oportuna e tem dado resultado, mas o processo está agora em uma fase em que a desinflação é mais lenta em meio a questionamentos sobre possível mudança nas metas de inflação e incertezas fiscais.
Os comentários vêm em meio a amplas expectativas no mercado em torno da aprovação do novo arcabouço fiscal. Durante sessão desta quarta-feira, a Câmara deve votar urgência para a tramitação da proposta, que busca impedir que os gastos do governo subam mais do que a arrecadação.
O relator da proposta da nova regra fiscal, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), afirmou na terça-feira que a proposta prevê sanções administrativas ao presidente da República em caso de descumprimento da meta por parte do governo federal e que a política de valorização do salário mínimo e os recursos para o programa Bolsa Família estarão excepcionalizados da nova regra.
“Em geral, as mudanças apresentadas trouxeram algum reforço para o cumprimento das regras, porém com certa flexibilização para o crescimento das despesas no curto prazo”
Bradesco, em relatório
Ainda do noticiário local, investidores repercutiram a notícia de que as vendas no varejo subiram muito mais do que o esperado em março sobre o mês anterior, registrando forte aumento frente ao mesmo período de 2022, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta foi de 0,8% em comparação com fevereiro, resultado bem melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de retração de 0,8%. Em relação a março do ano passado, o volume de vendas saltou 3,2%, superando com força a projeção de baixa de 0,1%. Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, a maior contribuição veio dos artigos farmacêuticos, que têm o segundo maior peso no indicador geral.
Ainda na manhã desta quarta-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) acelerou suas perdas em maio e registrou as deflações mais intensas da série histórica tanto em base mensal quanto no acumulado em 12 meses.
O índice caiu 1,53% em maio, contra queda de 0,58% registrada no mês anterior. Em 12 meses, o IGP-10 passou a recuar 3,49%, contra baixa de 1,90% acumulada no ano findo em abril.
Segundo a FGV, essas foram as maiores deflações nas taxas mensais e interanuais desde setembro de 1993, quando tem início a série histórica do IGP-10. O recuo foi puxado pelo comportamento dos preços de commodities como minério de ferro, soja e milho, segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV.
Dívida dos EUA
Do cenário externo, as atenções seguiram voltadas às negociações em torno do teto da dívida dos Estados Unidos, em uma contagem regressiva para que o governo não fique sem dinheiro. “As incertezas em torno da dívida pública norte-americana seguem pesando sobre os negócios nesta quarta-feira”, disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em relatório.
O presidente Joe Biden continuará a conversar com os líderes do Congresso no final desta semana e se reunirá com eles novamente ao voltar de uma viagem para participar da cúpula do G7, disse a porta-voz da Casa Branca nesta quarta-feira, após uma reunião de uma hora na Casa Branca no dia anterior.
O presidente adiou na terça-feira os planos de visitar Papua Nova Guiné e Austrália, interrompendo sua viagem à Ásia para poder voltar a Washington.
Destaques da B3
Vale
A ação VALE3, principal peso do Ibovespa, encerrou em alta de 3,31%. Os contratos futuros do minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura subiram para seus níveis mais altos em mais de três semanas nesta quarta-feira, ampliando os ganhos pelo terceiro dia consecutivo na esperança de uma melhora da demanda depois que algumas usinas retomaram a produção.
Petrobras
A ação PETR4 caiu 2,43%, após fortes ganhos recentes, mesmo em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, enquanto agentes financeiros continuam analisando a nova política de preços anunciada na véspera pela empresa.
Analistas acreditam que a nova estratégia será mesmo testada quando os preços dispararem e houver pressão política por controle inflacionário.
BRF
A ação BRFS3 subiu 7,53%, depois de fortes perdas no dia anterior, pressionada pelo prejuízo maior do que o previsto no primeiro trimestre. De acordo com reportagem do Valor Econômico ainda na véspera, a empresa está negociando a venda de precatórios, créditos tributários e ativos judiciais de cerca de R$ 2 bilhões.
Magalu
A ação de Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,59%, depois de despencar 22% no dia anterior na sequência de resultado trimestral pior do que as expectativas. A reação – que se estendia pelo setor como um todo – era apoiada por dados de vendas do varejo no país de março bem melhores do que o esperado.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices acionários nos Estados Unidos fecharam em alta nesta quarta-feira.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,19%, para 4.158,75 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq subiu 1,28%, para 12.500,57 pontos. O Dow Jones avançou 1,24%, para 33.422,78 pontos.
Europa
As ações europeias caíram nesta quarta-feira em meio a temores sobre se os Estados Unidos podem evitar um calote de sua dívida, bem como uma série de notícias corporativas pessimistas.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,15%, a 463,98 pontos, com setores defensivos como alimentos e bebidas, serviços públicos e imobiliárias na lanterna.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,36%, a 7.723,23 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,34%, a 15.951,30 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,09%, a 7.399,44 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,01%, a 27.196,46 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,22%, a 9.211,60 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,39%, a 6.089,96 pontos.
Ásia
Os mercados de ações da China fecharam em queda nesta quarta-feira, ampliando perdas da sessão anterior, após dados econômicos de abril que decepcionaram investidores, o que levou alguns economistas a rebaixar as previsões de crescimento do país.
O crescimento da produção industrial e das vendas no varejo da China em abril ficaram abaixo das previsões, sugerindo que a economia perdeu força no início do segundo trimestre, intensificando a pressão sobre os formuladores de política monetária para que sustentem uma recuperação vacilante pós-covid.
Economistas do Barclays cortaram a previsão para o crescimento do PIB da China em 2023 a 5,3%, de 5,6% anteriormente, devido a “preocupações com a sustentabilidade da recuperação no setor imobiliário e no consumo”.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,84%, a 30.093,59 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,09%, a 19.560 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,21%, a 3.284 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,45%, a 3.960 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,58%, a 2.494 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 1,60%, a 15.925 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,25%, a 3.173 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,49%, a 7.199 pontos.
*Com informações da Reuters.
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