Em sua segunda recuperação judicial, a Oi (OIBR3 – OIBR4) divulgou nesta terça-feira (23) que teve prejuízo 396,3% maior no 4º trimestre de 2022. Os R$ 17,6 bilhões negativos registrados no período superam os R$ 3,559 bilhões que a companhia de telefonia e rede móvel divulgou em igual período de 2021.
O fluxo de caixa operacional ficou negativo em R$ 188 milhões, apresentando uma melhora de 59%, já que no 4º tri de 2021 a empresa reportou R$ 459 milhões.
A dívida líquida da companhia fechou em R$ 19,079 bilhões, um recuo de 41,4% na comparação anual, uma vez que a companhia registrou R$ 32,573 bilhões no 4T21. Já a dívida bruta encerrou o último trimestre do ano passado em R$ 22 bilhões, um aumento de 1,7% na comparação anual.
Segundo relatório aos investidores, “a elevação no trimestre é explicada, principalmente pelo accrual de juros e amortização do ajuste a valor presente (AVP), atenuados, parcialmente pelo impacto positivo proveniente da valorização do real vs dólar, de 3,49% no período”.
A Oi encerrou o trimestre com caixa consolidado de R$ 3.223 milhões, uma redução de 10% em relação ao 3T22.
Já a receita liquida brasileira de R$ 2,618 bilhões apresentou queda de 42,1% na comparação anual e de 4,7% na trimestral. Segundo a companhia, “o resultado foi influenciado pela redução das receitas de operações descontinuadas, após a conclusão das alienações total da UPI Ativos Móveis e parcial da UPI InfraCo, conforme previsto no Plano Estratégico de Transformação da Companhia”.
A receita líquida da nova Oi apresentou alta de 5,6% para R$ 2,321 bilhões na base anual, justificada pelos resultados dos negócios “core”, como Oi Fibra e Oi Soluções, disse a empresa em relatório.
O Ebitda (o lucro ante juros, impostos e amortizações) de rotina (que é quando este indicador exclui ganhos e perdas pontuais que não são possíveis de prever, como por exemplo a venda de ativos) foi de R$ 396 milhões, queda de 75,4% na comparação anual. A margem Ebitda de rotina apresentou recuo de 19,7 pontos percentuais para 13,2% no 4T22.
Nova recuperação judicial
Na segunda-feira (22) o conselho da Oi aprovou o novo plano de recuperação judicial da companhia e das suas subsidiárias Portugal Telecom International Finance B.V. e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A.
A 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro aceitou o segundo pedido de recuperação de judicial da Oi meses depois da empresa ter anunciado em dezembro que havia saído do processo anterior que levou seis anos para ser concluído.
O novo plano prevê equalização de seu passivo financeiro e reestruturação de créditos concursais; previsão da captação de uma dívida extraconcursal de ao menos R$ 4 bilhões; prospecção e adoção de medidas a serem negociadas nos instrumentos de dívida e potencial alienação e oneração de bens do ativo permanente.
Analistas apontam que o novo pedido de recuperação é um mau sinal para a companhia e acende um sinal vermelho para investidores em geral.
Desempenho das ações na B3
No acumulado de 2023 até o fechamento da véspera, os papeis OIBR3 acumulavam queda de 34,71%, cotados a R$ 1,11. Já OIBR4 registram queda de 52,8% em igual período, cotados a R$ 2,50.
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