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Análise

Morning Call: Enquanto bolsas se preocupam com juros, Brasil com foco na PEC

Desde a semana passada que as principais bolsas do mundo se preocupam com as declarações dos bancos centrais indicando juros mais altos e por mais tempo, mas por aqui o dia é de acompanhar o desenrolar da votação da PEC da Transição e seu valores extra-teto.

Depois dos receios da semana passada sobre os efeitos de juros mais altos, especialmente nos EUA, contaminarem as bolsas ontem (19), os ativos de risco continuam a sentir a pressão negativa nesta terça-feira (20) a medida que a maioria das bolsas pelo mundo estende as perdas e devem registrar dias de menor liquidez com a chegada do Natal e Ano Novo.

Na Ásia, além dos efeitos negativos da flexibilização da política de covid zero levando a vários relatos de contaminações e mortes relacionadas à doença que já vinham afetando os ânimos dos investidores asiáticos, hoje (20) o banco central japonês começou uma ajuste para controle da curva de juros do país ao oferecer a recompra de títulos da dívida pública de 10 anos com um spread maior de -0,50% e +0,50%, do intervalo anterior de 0%. e 0,25%. A decisão mostra a primeira atitude no banco central japonês em relação às expectativas de mercado já que a autoridade monetária do país foi uma das poucas no mundo a não subir os juros para conter a inflação global.

Como resultado, o índice Nikkei encerrou o pregão com queda de 2,46%, enquanto os demais índices tiveram perdas menores como os recuos de 1,82% do Taiex, 1,33%do hang Seng e 1,07% em Shanghai.

Na Europa, mesmo a divulgação do Índice de Preços ao Produtor alemão desacelerando mais do que o esperado não foi suficiente para eliminar a preocupação com as declarações dos bancos centrais dos EUA e da zona do Euro sobre juros mais altos. O IPP alemão teve uma queda de 3,9% em novembro após o recuo de 4,2% em outubro, superando a queda projetada pelo mercado de 2,5%.

Mas o índice alemão DAX registrava leves perdas de 0,27% no começo do dia, enquanto o FTSE se manteve praticamente estável com a alta de 0,01%, o IBEX conseguia avançar 0,42%, o CAC tinha perdas de 0,34% e o índice Euro Stoxx recuava 0,12%.

Dados do setor imobiliário dos EUA devem ter dificuldade em reverter bolsas

No destaque da agenda do dia estão os dados sobre o setor imobiliário dos EUA. Às 10:30 será divulgado o total de licenças da construção de novembro que deve registrar uma leve queda do 1,51 milhão de outubro para 1,48 milhão em novembro de acordo com as expectativas. Já a construção de novas casas deve passar de 1,42 milhão em outubro para 1,40 em novembro.

Caso os dados venham em linha com o esperado pelo mercado, são pequenas as chances de conseguirem reverter os ânimos das bolsas norte-americanas que tiveram queda de 0,90% no S&P 500, 0,49% do Dow Jones e 1,49% do índice Nasdaq. Os contratos futuros dos índices lutavam para esboçar uma reação positiva no começo desta terça-feira (20) mas registravam queda de 0,27% do Nasdaq e 0,12% do S&P 500 enquanto o Dow Jones se mantinha perto da estabilidade com uma alta de 0,01%.

Votação da PEC

Depois da votação do STF que julgou o Orçamento Secreto inconstitucional, o relator do Orçamento da União de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou nesta segunda-feira (19) que os recursos previstos na emenda de relator, as chamadas PR9, serão redistribuídos para o atendimento de emendas de bancada e emendas de comissão. O relatório de Castro prevê a destinação de R$ 19,4 bilhões para as RP9, mais conhecidas por orçamento secreto.

O apelido de orçamento secreto surgiu da ausência de identificação dos deputados e senadores que indicavam a aplicação de tais recursos. Assim, segundo críticos das RP9, as emendas são usadas pelo Executivo federal para cooptar deputados e senadores a votarem matérias de seu interesse em troca de alocações diretas para órgãos públicos.

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