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Finanças

Como a alta da Selic afeta o Tesouro Direto (para cima e para baixo)?

Com Selic a 11,75% ao ano, renda fixa está cada vez mais perto de oferecer aos investidores um retorno de 1% ao mês.

Com a última alta de um ponto percentual da Selic anunciada pelo Copom, a renda fixa está cada vez mais perto de oferecer aos investidores um retorno de 1% ao mês.  Os atuais 11,75% ao ano de taxa de juros precisam apenas se transformar em 12,6% para de fato os 1% mensais se tornarem realidade na renda fixa pós-fixada. O que deve acontecer na próxima reunião, já que o Banco Central sinalizou que fará novas altas nos juros.

Segundo dados do Boletim Focus divulgado em 14 de março, a visão dos economistas aponta que a Selic deve fechar 2022 em 12,75% ao ano, enquanto o IPCA deve chegar a 6,45%. Mas há quem acredite que a taxa pode ir além. Lembrando que quanto maior a inflação, menor o ganho real. E as projeções de inflação também estão subindo. Mas ao mesmo tempo, como a Selic também está subindo, como investir tendo esse cenário em vista?

Neste caso, os grandes vencedores são os títulos de renda fixa pós-fixados (que acompanham a Selic ou o CDI) já que devem se beneficiar com a alta dos juros. Segundo o analista de renda fixa do Nu Invest, Eduardo Perez, os títulos mais curtos são os mais indicados, dado o atual cenário, a exemplo do tesouro IPCA + 2026 ( o título com vencimento mais próximo na categoria ).

“Já os prefixados de médio prazo também se destacam porque era aguardado uma melhora do cenário inflacionário em 2022 mas dificilmente teremos um IPCA em 5%; provavelmente será bem mais do que isso”, disse Perez.

O analista chama atenção para o fato de os prefixados terem um desempenho melhor se levados até o vencimento. “A chance é boa mas precisa aguentar muita volatilidade”, reitera, já que as taxas contratadas estão retornando ao investidor 12,4% (caso do Tesouro Prefixado com vencimento em 2025). O que é um retorno nominal de 1% ao mês. Ou seja: paga-se uma taxa a mais, mas têm maior risco embutido.

O que muda para quem já tem um título?

Segundo Eduardo Perez, para quem tem contratado um título do Tesouro Direto, pouca coisa muda, já que essa alta de um ponto percentual já era aguardada pelo mercado. Segundo ele, o mercado já  tinha reprecificado essa alta, além da inflação que deve se manter persistente nesse ano.

“Quem tem títulos IPCA+ e prefixados, a pancada negativa da marcação a mercado já aconteceu. Isso porque conforme o cenário vem se degradando, o preço dos títulos vêm caindo também”.


Já quem tem um CDB – Certificado de Depósito Interbancário – que não tem marcação a mercado quando se consulta a custódia, pode até ter uma impressão que não teve muita oscilação, mas se for vender no mercado secundário, o título estará sendo vendido a preço de mercado.

Segundo o analista, é necessário entender que existe uma relação inversa entre taxa e título: quando as taxas de juros da curva sobem os preços dos títulos de renda fixa caem.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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