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O desempenho da bolsa em segundos turnos: o que esperar desta eleição?

Dos seis segundos turnos desde 1989, em dois a bolsa teve queda nos meses seguintes. Veja levantamento, neste Cafeína.

Analisando apenas segundos turnos, foram seis desde 1989. Os dois anos em que a bolsa de valores brasileira teve desempenho negativo após o resultado final do segundo turno foram os anos de 2010 e 2014 – anos em que Dilma Rousseff (PT) foi eleita. Nos demais anos (1989, 2002, 2006 e 2018) o Ibovespa reagiu positivamente. Em especial no ano em que Fernando Collor de Mello (PRN) venceu.  A alta foi expressiva: 304,5% nos três meses seguintes do segundo turno de 1989 – o que pode ser interpretado em como o mercado estava confiante com o então governo.

As eleições de 2022 caminham para um provável segundo turno, segundo as pesquisas mais recentes, como Ipec e Datafolha. No entanto, e atual cenário é diferente dos anteriores. E segundo analistas, quando questionados se o mercado já teria precificado o impacto das eleições nas ações, muitos acreditam  que não. Até porquê, o cenário ainda é incerto e a bolsa não é negociada apenas com ativos que são afetados pela conjuntura eleitoral. Logo, percebe-se um maior peso vindo do cenário externo. Juros e inflação em alta nos Estados Unidos e Europa, guerra ainda em curso, o que vem influenciando mais.

No entanto, é comum investidores analisarem quais setores da bolsa podem se beneficiar em caso de uma vitória de Bolsonaro ou Lula. Em relatório, a Guide Investimentos afirmou que as eleições serão menos impactadas que em anos anteriores e que a forte performance das ações estatais  nos últimos meses deixa pouco espaço para altas mesmo em um cenário positivo pós-eleições. Por outro lado, existe bastante espaço para quedas em cenário negativo.

Segundo os analistas Fernando Siqueira, Victor Beyruti e Rafael Pacheco, “apesar de o Ibovespa estar ‘no meio do caminho’ entre as eleições de 2014 e 2018, as estatais estão em patamares melhores do que em 2014”.

Mas os analistas ponderam que, devido ao fato de a eleição estar em aberto e de alguns candidatos mostrarem interesse em mudar atuações dentro das estatais, o ideal é esperar para apostar nos papéis.

Em momentos de alta volatilidade e aumento de aversão a risco, empresas resilientes e com resultados crescentes em qualquer cenário são as preferidas dos analistas. E as empresas ligadas a commodities são um exemplo. Sendo assim, os papéis da PRIO, ex-PetroRio (PRIO3) são indicados pela Nord Research. A petroleira une a resiliência das commodities com um crescimento de resultados impulsionado por fatores particulares da empresa.

Outro ponto que vem sendo alertado é o fato de a bolsa brasileira estar ‘barata’ sendo que as empresas listadas estão financeiramente saudáveis mesmo com as baixas registradas. E entre as companhias, um setor que foi impactado pela pandemia e está indo muito bem não devendo ser afetado nesse período é o de shoppings. Entre os papéis listados, as ações da BR Malls (BRML3) negociam a um P/VPA de 0,67, o que significa que os papéis estão 33% abaixo do seu valor patrimonial.

Já outro setor recomendado nesse período é o de bens essenciais, como energia elétrica. E neste caso, as ações da Eletrobras (ELET3) vem sendo bem recomendadas. Apesar de a ação ter andado de lado desde a privatização, os papéis registram alta em 2022.

Para fugir do sobe e desce

Outra possibilidade é buscar por ativos alternativos descorrelacionados do período eleitoral. Tem investimentos em royalties musicais, em obras de arte, vinhos e criptomoedas.  Aconteça o que acontecer, esses ativos tendem a seguir um caminho próprio, independente do mercado financeiro e das eleições.

“Royalty musical depende da execução da obra nos streamings, rádios, shows e em outras mídias. Quanto mais tocada, mais pode render. Obra de arte é um segmento totalmente independente, voltado à classe alta e cuja valorização independe até mesmo das condições econômicas de um país. Se não houver compradores de obras por aqui, basta negociar no exterior. E criptomoeda funciona sem interferência dos bancos centrais”, explica Arthur Farache, CEO da Hurst Capital, maior originadora de ativos reais da América Latina. 

No entanto, estes ativos não estão isentos de riscos. Uma canção pode não fazer o sucesso esperado e uma obra de arte pode demorar mais tempo do que o esperado para valorizar ao patamar projetado.

Veja neste Cafeína a análise completa dos investimentos recomendados por analistas e dos períodos eleitorais que tiveram segundo turno.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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