Resposta de Rejane Tamoto:
Você tem 45 anos e já investe em fundos imobiliários e ações. Agora, com esses novos recursos, gostaria de planejar a renda para a aposentadoria daqui a 20 anos e também complementar o orçamento atual, pois acaba de ter bebês. Esse é um ótimo momento para fazer um planejamento financeiro, garantindo a independência financeira no momento atual e no futuro.
Para começar, é recomendável começar o planejamento com uma revisão do orçamento. Se já faz algum controle financeiro, observe todas as despesas por grupos (moradia, alimentação, saúde, transporte, pessoais) e seu histórico.
Com isso, poderá entender qual foi a evolução do crescimento das despesas e revisar cada uma delas, buscando alternativas de boa qualidade e menor custo. Isso pode ser feito com a troca de fornecedores de serviços e de marcas. A ideia é encontrar uma capacidade de poupança – ou de sobra mensal no orçamento –, para acomodar os novos gastos com a chegada dos bebês.
Se não tem nenhum tipo de controle, dedique um tempo para fazer as anotações dos recebimentos e despesas em planilha eletrônica, aplicativo ou mesmo no papel. Vale a pena fazer essa revisão pelo menos uma vez por ano. O intuito é melhorar a qualidade do que consome e reduzir custos. Afinal, sempre pode haver uma oferta melhor de marcas ou de prestadores concorrentes.
Com isso, pode evitar os resgates dos seus investimentos para arcar com despesas no momento atual. Isso proporcionará o crescimento do patrimônio e mais qualidade de vida para toda a família no futuro, principalmente na época da sua aposentadoria. Essa tarefa pode ser fácil ou difícil, dependendo de cada pessoa, mas com certeza ela é realizada com o acompanhamento de um planejador fiduciário.
A construção do orçamento permitirá dimensionar adequadamente uma reserva de segurança, que deve ser o equivalente a seis meses e no máximo 12 meses de despesas. Esse valor deve ficar em uma aplicação de renda fixa, de baixo risco e rápido resgate, para cobrir despesas inesperadas e imprevistas, que podem acontecer, inclusive com a chegada dos bebês.
Se conseguir cumprir o seu orçamento, você “ganha” o dinheiro que não precisará resgatar de seus investimentos. Se a dedicação a isso for maior, aumentará sua capacidade de poupança e de investir mensalmente parte da sua renda para os seus objetivos, que podem incluir os estudos dos filhos na idade adulta. Isso também será importante para a acumulação de recursos para a época em que você deixará de ter a renda do seu trabalho, a aposentadoria.
Mas vamos agora à sua dúvida sobre o que fazer com a herança. Para investir de forma correta, será importante estipular objetivos e prazos para a utilização dos recursos. É importante analisar o fundo de previdência VGBL e, caso não esteja condizente com o seu perfil e objetivos de acumulação, considere fazer uma portabilidade.
Atualmente, há fundos de previdência com carteira diversificada e gestão profissional, que têm mais chances de oferecer ganhos acima da inflação no longo prazo. Manter o recurso em previdência pode ser eficaz para sua estratégia de ter renda daqui a 20 anos. Mas além do desempenho da aplicação, será preciso analisar quanto precisa acumular para ter a renda desejada no futuro. Outra vantagem da previdência é que o recurso pode ser transmitido para os filhos sem o custo de inventário e não tem come-cotas.
Como mencionou que não pretende viver na casa que herdou, avalie a possibilidade de venda para investir os recursos na sua carteira de investimentos. Como informou que já tem uma parcela em fundos imobiliários e em ações, considere ter apoio de uma gestão profissional de investimentos para viabilizar uma diversificação ainda maior.
Os fundos de investimentos têm a capacidade de fazer esse trabalho, em uma cesta maior de ações nacionais e internacionais, moedas, juros, e até mesmo criptomoedas, com controle das oscilações (quedas) do mercado. Nesse novo cenário, no qual precisará conciliar sua agenda entre o trabalho e a família que acaba de crescer, pode ser crucial contar com esse serviço, que tem por objetivo o crescimento patrimonial. E o mais importante, para que você dedique o seu tempo ao que realmente importa.
*Planejadora Financeira da Fiduc
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