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Brasileiro viaja ao espaço após sorteio em compra de NFTs: ‘Privilégio enorme’

O engenheiro de produção Victor Correa Hespanha, de 28 anos, diz que está realizando sonho de infância. Ele vai ser o segundo brasileiro que viaja ao espaço, após o astronauta Marcos Pontes.

Engenheiro mineiro Victor Hespanha é um dos seis passageiros do voo da empresa de turismo espacial Blue Origin, do Jeff Bezos. Crédito: Divulgação

O engenheiro de produção Victor Correa Hespanha, 28 anos, vai se tornar o segundo brasileiro a viajar ao espaço na manhã deste sábado (4). Ele é um dos seis integrantes da missão NS-21 da empresa de turismo espacial Blue Origin, fundada pelo bilionário Jeff Bezos.

O primeiro brasileiro que viajou para o espaço foi o astronauta Marcos Pontes, ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações. Ele visitou a Estação Espacial Internacional em março de 2006.

A decolagem do foguete New Shepard está prevista para ocorrer da base de El Paso, na cidade de Van Horn, no estado do Texas, nos Estados Unidos, às 10h no horário de Brasília (8h nos EUA).

Inicialmente, a viagem estava programada para o dia 20 de maio, mas durante uma inspeção de equipamento, a Blue Origin preferiu adiar a data do voo, por conta de uma peça que estava fora dos padrões da companhia.

Sorteio Crypto Space Agency

O brasileiro foi sorteado para viajar ao espaço após comprar três NFTs (token não fungível) por US$ 800 cada um, cerca de R$ 4.000 na época, pela Crypto Space Agency (CSA), a agência espacial para a nação cripto.

Hespanha diz que ficou sem reação e não acreditou quando soube que foi sorteado.

“Fiquei algumas horas sem saber o que pensar direito. Mas não demorou muito, passei a achar tudo muito incrível, após saber da notícia, recebi alguns contatos de pessoas da Blue Origin e a ficha começou a cair. É um privilégio enorme ir ao espaço, e ainda mais sendo o segundo brasileiro da história”, disse.

Empolgado, o engenheiro diz que vai realizar um sonho de infância e não vê a hora de estar dentro do foguete.

“Ver o planeta Terra de longe e observar a escuridão do espaço devem ser sentimentos muito incríveis. Estou muito ansioso por isso. Sem falar da sensação de 0g e da oportunidade de ver a curvatura do planeta.”

Sam Hutchison, co-fundador da CSA, destaca que a viagem de Victor reforça a missão da agência.

“Trabalhamos para unir a tecnologia da indústria espacial com a inovação e o poder financeiro do mercado cripto para que a humanidade possa ter uma visão do futuro além da Terra”.

Voo suborbital

O foguete da Missão New Shepard, da Blue Origin, faz um voo suborbital, no qual a nave faz o formato de uma curva e atinge cerca de 100 km de altitude, conhecida como linha Kármán. Após alcançar a altura desejada, o foguete cai em queda livre de volta à Terra, com o auxílio de três paraquedas.

Já um voo orbital atinge uma velocidade mais elevada, que permite dar voltas na Terra.

O professor Fernando Martini Catalano, do curso de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP), explica que a velocidade na decolagem do foguete é de aproximadamente 3.500 km/h.

“O foguete para atingir a altitude tem que ter certa potência porque tem que romper a gravidade da Terra e chegar em uma posição de microgravidade. Com base no lançamentos anteriores, os ocupantes sentirão por 2 minutos uma aceleração de até 2,5 vezes a aceleração da gravidade e terão a sensação de estarem bem pesados. Depois, o foguete sobe com o impulso dessa aceleração, com o motor já parado, e atinge uma altitude e aceleração que promove Zero G que significa gravidade zero por aproximadamente 3 minutos até o apogeu e parte do retorno.”

O voo espacial dura aproximadamente 11 minutos. Os tripulantes embarcam com roupas especiais e sentados em cadeiras posicionadas na direção do espaço. No entanto, como é um voo rápido e os tripulantes não saem da aeronave, não precisam de oxigênio acoplado à roupa.

A cápsula possui um sistema de jatos que suavizam o impacto no solo. E o foguete retorna de ré e pousa no mesmo lugar que saiu.

Veja quem são os tripulantes

Ao todo, são seis tripulantes que participam da missão NS-21, o quinto voo de turismo espacial.

Além do engenheiro de produção civil Victor Correa Hespanha, viajam ao espaço o investidor e astronauta NS-19 Evan Dick; a engenheira elétrica e ex-chefe de testes da NASA Katya Echazarreta; o piloto de jato executivo e presidente da Action Aviation, Hamish Harding; o cofundador da Dream Variation Ventures, Jaison Robinson; e o explorador e cofundador da empresa de private equity Insight Equity, Victor Vescovo

O grupo participou durante 2 dias antes do lançamento do foguete de um intenso treinamento. Como a nave não exige da tripulação conhecimento técnico, eles foram submetidos a suportar variações de aceleração da gravidade, pressão e temperatura.

Em julho de 2021, Jeff Bezos participou da primeira missão tripulada com outras três pessoas.

Quem é Victor Hespanha?

Mineiro, nascido em Belo Horizonte, Victor Hespanha é casado e não tem filhos.

Ele começou a investir em 2020 e diz que possui um perfil moderado. Ele decidiu investir em ativos digitais após a indicação de um amigo e vontade de diversificar sua carteira.

Quando criança, Victor chegou a sonhar em viajar para o espaço, mas na vida adulta nunca imaginou que seu sonho viraria realidade.

“Na infância passava horas observando o céu. Mas também tive outros sonhos, como o de ser jogador de futebol, o que não deu certo. Acho que toda criança passa por isso, sonha com profissões que acabam não se concretizando na vida adulta, o sonho de ir ao espaço parecia ser muito distante|, afirmou.

O engenheiro acredita que sua experiência será transformadora em sua vida, tanto no aspecto pessoal, quanto no profissional.

“Torço muito para que a minha experiência sirva de inspiração para outras pessoas, especialmente crianças. Acredito que a exploração espacial deve ainda trazer inúmeras descobertas e avanços em muitos aspectos, e fazer parte disso é realmente especial!”

A imagem mostra três cubos vermelhos com letras, que formam a sigla NFT. Eles estão dispostos em uma placa de computador, que está em cima de várias notas de dólar.
Recentemente, os NFTs se tornaram uma forma bastante popular de investir em artes digitais. (Imagem:Unsplash / Andrey Metelev)

O que são NFTs?

Os NFTs, sigla em inglês para “non-fungible tokens”, que se traduz para o português como “tokens não fungíveis”, são um tipo de investimento digital. No primeiro momento, a compreensão sobre esse tipo de aplicação pode até parecer difícil, mas na verdade ela é mais simples do que se pode imaginar.

Para ficar mais claro, primeiramente é necessário observar com cuidado o que significam “tokens” e “fungíveis” da sigla.

Os “tokens” são a representação de um bem (seja ele virtual ou físico, como uma obra de arte exposta em um museu ou um domínio de site) no ambiente virtual, que são armazenados pela tecnologia blockchain – base compartilhada de dados que faz o registro e validação de transações digitais.

Já “fungíveis” quer dizer que são itens passíveis de serem substituídos por outras coisas da mesma espécie, qualidade e quantidade. Um exemplo seria uma nota de R$ 100, já que ela pode ser trocada facilmente por outra e ainda manter o seu valor original, sem alterar nada além da cédula.  

Sendo assim, um token não fungível é um bem único e insubstituível, que em hipótese alguma pode ser trocado por outro, além de ter um preço normalmente significativo no mercado (diga-se de passagem, o preço da originalidade).

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