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Cripto da blockchain oficial da Copa acumula perda de mais de 75% em 2022

Embora especialistas vejam potencial na algorand (ALGO), ela pode ser ‘engolida’ por outros criptoativos.

O universo das criptmoedas também fisgou os organizadores da Copa do Mundo. Pela primeira vez, a Fifa anunciou um acordo de patrocínio com uma empresa de tecnologia blockchain, a Algorand. Apesar de ser ano do evento, a cripto da rede, ALGO, acumula desvalorização de mais de 75% em 2022. Segundo especialistas, o evento promoverá visibilidade para o ativo, mas há outros projetos considerados melhores para o investidor se expor.

 A Algorand atuará como promotora regional da Copa do Mundo do Catar na Europa e na América do Norte, além de ser patrocinadora oficial da Copa do Mundo Fifa de futebol feminino de 2023.

A primeira rede blockchain patrocinadora do evento esportivo vai auxiliar a Fifa a desenvolver estratégia de ativos digitais, como, por exemplo, uma solução oficial de carteira digital.  

Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, explica que a blockchain algorand foi lançada com a promessa de ser escalável e com baixas taxas, porém, ainda possui poucos usuários se comparada a suas concorrentes. 

“O valor de mercado já é muito alto para uma blockchain com os mesmos níveis de desenvolvimento e adoção da algorand, o que aumenta o risco e diminui a possibilidade de um grande potencial de valorização do investimento”, diz Medeiros.

Paulo Aragão, cofundador do CriptoFácil, explica que a algorand possui alguns diferenciais básicos, como a mudança do formato de mineração, que é Proof of Stake (PoS) (prova de participação, em português), tendo redução das taxas da transação. Aragão destaca, no entanto, que não observa grandes diferenciais na rede algorand em relação a tantas outras no mercado.

O que é a algorand

Algorand é definiada como uma blockchain descentralizada para a criação de contratos inteligentes, com o objetivo de facilitar e acelerar as transações com criptomoedas.

A intenção é unir modelos de finanças tradicionais e descentralizadas, trabalhando, assim, para ajudar, por exemplo, bancos e empresas a criarem suas próprias blockchains.

A blockchain foi lançada em junho de 2019 por Silvio Micali, professor de ciência da computação do Massachusetts Institute of Technology (MIT) com experiência sobre aplicabilidade de ativos digitais e tecnologia blockchain.

Seu protocolo de consenso é o Proof of Stake (PoS), ou prova de participação, que usa uma menor energia elétrica e computacional que os chamados mecanismos de Proof of Work (PoW), prova de trabalho, mineração por meio de máquinas, que é, por exemplo, o usado pelo bitcoin (BTC). Nesta blockchain, usuários recebem recompensas ao participar da construção dos blocos de informação.

O token nativo da blockchain algorand é o ALGO. Ele é utilizado para proteção da rede e como moeda para fazer cobrança de taxas e para participação na governança da rede.

O fornecimento máximo total da criptomoeda é de 10 bilhões de unidades que serão distribuídas até o ano de 2030. Atualmente, 6,8 bilhões delas já estão em circulação, segundo o Coingecko.

O token aparece em 33º lugar no ranking das principais criptomoedas do mercado.

Vantagens de investir em ALGO

Entre as principais vantagens do criptoativo, Marco Castellari, CEO da Brasil Bitcoin, destaca que a algorand proporciona taxas baixas, e, ao que tudo indica, uma equipe extremamente qualificada e preocupada em solucionar problemas globais, como a emissão de carbono. Portanto, segundo Castellari, investir na criptomoeda oficial da Copa é, de certa forma, apostar nestes fundamentos.

Na visão de Aragão, outra vantagem de investir em algorand está no fato de o investidor se expor a uma alternativa da rede ethereum (ETH). “Se você acredita na parte de contratos inteligentes, mas não tanto na rede da ether, você tem algumas opções para se expor e uma delas é a algorand”,recomenda Aragão.

A outra vantagem, segundo o cofundador do CriptoFácil, está no fato de que o trabalho de marketing da algorand está sendo muito bem feito, o que pode ajudar a um deslocamento positivo do preço, a uma valorização da criptomoeda.

Riscos do investimento

Castellari avalia que, embora promissora, a algorand ainda é muito nova e precisa se provar no mercado. Assim, segundo o CEO da Brasil Bitcoin, isso faz com que ela seja abalada com muito mais facilidade que o bitcoin ou o ethereum, por exemplo. 

Aragão, do CriptoFácil, destaca que, até hoje, a criptmoeoda não ganhou a tração que era estimada no seu início. Além disso, segundo o especialista, não se trata de um dos principais criptoativos do mercado, não estando entre as mais faladas, conhecidas e, geralmente, mais negociadas.

Lucca Benedetti, analista de research do Mercado Bitcoin, aponta que, além dos riscos do mercado de criptativo, que é muito volátil, outro ponto de atenção com algorand é que a rede blockchain investiu fortemente em programas de incentivo para que seu ecossistema pudesse crescer no ano passado, além de, raramente, o preço do criptoativo subir acima do de lançamento.

“Existe um problema neste sentido, a perfomance de preço por causa de incentivos grandes que a empresa por detrás da algorand tem feito. Inclusive, uma dessas empreitadas foi se candidatar para ser patrocinadora da Copa do Mundo”, alerta Benedetti.

Copa do Mundo vai ajudar a algorand?

Felipe Medeiros, da Quantzed Criptos, avalia que a exposição midiática que a Copa do Mundo promoverá para a algorand traz vantagem para o criptoativo, mas que, muito dificilmente, o patrocínio trará benefícios no longo prazo. Segundo o especialista, a blockchain não está conseguindo capitalizar essa exposição de forma correta.

“A melhor forma seria ter uma comunidade de NFTs forte, para explorar a marca Fifa e a Copa do Mundo, mas isso ainda não aconteceu e dificilmente vai”, considera o analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos.

Medeiros aponta que, no longo prazo, dificilmente se verá a algorand se destacando entre as blockchains. O principal motivo, segundo ele, é o lento desenvolvimento de aplicações no ecossistema. 

“Enquanto outras blockchains lançam aplicações e produtos reais, investem dinheiro na captação de desenvolvedores e ganham usuários, a algorand gasta esforços em exposições midiáticas de pouco retorno prático”, defende Medeiros.

Paulo Aragão, cofundador do CriptoFácil, também avalia que o impacto da Copa do Mundo será positivo no lado do marketing para a algorand, atraindo o interesse de muitas pessoas para saber mais sobre o criptoativo. Aragão alerta, no entanto, que esse movimento não deve refletir no preço da criptomoeda.

“Copa é uma das competições mais assistidas do mundo. Então, sem sombra de dúvida, é algo que vai atrair a atenção (da criptomoeda), mas isso vai ter efeito positivo no preço? Acho que não necessariamente”, aponta Aragão.

Já Benedetti, do Mercado Bitcoin, destaca que, apesar da visibilidade que o evento esportivo traz para a criptomoeda, ele não deve resolver os problemas da algorand, que hoje são, segundo o especialista, de pouco uso na rede, ainda tendo muito a crescer.

“A algorand tem que crescer bastante para, de fato, se tornar um competidor de ethereum e outras plataformas de contratos inteligentes”, diz Benedetti.

Atenção antes de investir

Segundo dados do Trading View, em um ano, a criptoemoda algorand (ALGO) acumula desvalorização de mais de 60%. Só em 2022 até 17 de agosto, a perda acumulada pela criptomoeda era de mais de 75%.

Confira o desempenho do ativo desde o seu lançamento, em julho de 2019, até 17 de agosto de 2022, data em que estava negociada a US$ 0,3660 cada, por volta de 16h10.

Gráfico de desempenho da criptomoeda Algorand

Marco Castellari, CEO da Brasil Bitcoin, afirma que, no longo prazo, são poucos os projetos que “vingam” no universo das criptomoedas. Ele explica que a algorand recuou bastante no último ano sem apresentar perspectivas de recuperação e que, além disso, seus diferenciais não são capazes de substituir a utilidade do ethereum, um de seus concorrentes.

Benedetti, do Mercado Bitcoin, destaca que a algorand roda programas de incentivos muito pesados, com muitos tokens sendo emitidos e colocado no mercado e que, por isso, o preço do token não consegue performar tão bem.

Paulo Aragão, do CriptoFácil, alerta que para investir na algorand é preciso levar em conta os mesmo fatores de quando se vai comprar qualquer outro criptoativo.

“Idealmente, as pessoas devem estudar, minimamente, o que estão comprando antes de decidir, de fato, se expor. É buscar saber o que está fazendo, não comprar somente por compra e acabar perdendo dinheiro”, recomenda Aragão.

Perspectivas para a algorand

Na estimativa de Castellari, a maior probabilidade é que a criptomoeda algorand seja “engolida” por projetos como ethereum, na medida em que soluções forem sendo implementadas por blockchains mais relevantes.

Para Aragão, a algorand não está entre as suas criptomoedas favoritas para investimento por ele não observar grandes diferenciais nela relação a outras redes, não tendo, assim, vantagens de longo prazo.

“Não me exponho em algorand por não acreditar no projeto  a longo prazo. Não estou falando que é um golpe, que é um projeto ruim, mas eu vejo outros projetos melhores para me expor”, diz o cofundador do CriptoFácil.

Já Benedetti avalia que existem perspectivas positivas para a algorand, já que a tecnologia utilizada é boa, consegue ter muitas transações por segundo no blockchain, se comparada a outras, como ethereum, por exemplo, além de ter uma equipe competente.

Por causa desses fatores, o analista de research do Mercado Bitcoin diz acreditar que existe uma ideia que, com novas atualizações, a algorand pode se tornar muito atrativa, principalmente pelo fato de já estarem estudando a resistência à computação quântica e outros fatores similares, além de atuação junto a bancos centrais no desenvolvimento de moedas digitais. Porém, para o analista, o projeto ainda precisa avançar em relação a outros.

“Tem essa ‘destrava’ de valor para a algorand, mas, no geral, avalio que o projeto ainda está para trás, se comparado a outros do mercado, outras plataformas de contratos inteligentes”, afirma Benedetti.

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