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Por que os bancões ‘mergulharam de cabeça’ na era da tokenização?

Com a digitação ganhando força, os ativos do mundo real em forma de tokens serão o ‘novo normal’das instituições financeiras.

*ARTIGO

Com meios eletrônicos de pagamento instantâneos e bancos funcionando através de aplicativos de smartphones, a indústria financeira está entrando em uma nova era de transformação digital: a tokenização de produtos e ativos tradicionais. 

Desse modo, seguindo os passos da digitalização e oportunidades que não existiam pouco tempo atrás, o Santander (SANB4) se juntou ao grupo de instituições tradicionais — entre elas, BTG Pactual (BPAC11), Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) — que integraram a tecnologia blockchain e anunciou a emissão de R$ 40 milhões em debêntures tokenizadas.

A iniciativa, coordenada pela Vórtx DVTM, foi a primeira emissão do mundo de uma debênture tokenizada no segmento de parking, da qual veio para atender a demanda da Indigo, empresa de gestão de estacionamentos que está presente em 9 países, 500 cidades e conta com mais de 1,4 milhão de vagas.

Foto de divulgação Indigo

Além disso, recentemente o Santander brasileiro lançou o teste de uma plataforma de tokenização baseada em blockchain para transferência de propriedade de carros usados ​​no país, o qual tem o objetivo de automatizar o processo de transferência de registro de propriedade 

De fato, o segmento de tokenização ainda é pouco explorado no Brasil, mas a adoção vem crescendo em passos largos, mas a agilidade, segurança e transparência que a tecnologia confere está conquistando o coração dos investidores haja vista as novas formas de fazer operações financeiras.

Por que as instituições financeiras estão apostando na tokenização? 

Um token serve para representar qualquer bem de forma digital usando a tecnologia blockchain, o livro de registros público e imutável das criptomoedas.

Sendo assim, a tokenização oferece oportunidades para o setor financeiro que vão muito além da possibilidade de valorização de um ativo, pois conseguem oferecer benefícios que vão além dos meios tradicionais. Entre eles:

  • Acesso democratizado: é possível emitir uma grande quantidade de tokens com baixo valor unitário, aumentando o acesso do público investidor.
  • Maior liquidez: pela acessibilidade e possíveis valores baixos que um token pode ter, o processo de tokenização consegue aumentar a rapidez de conversão de um bem em dinheiro.
  • Menores gastos: a tecnologia blockchain elimina uma série de intermediários e burocracias extras, reduzindo o custo final da operação para as instituições financeiras e seus clientes.
  • Segurança e comodidade: a tokenização opera em um ambiente seguro, onde os dados podem ser auditados em tempo-real por qualquer parte interessada.

A prova do sucesso dessa tecnologia é a intenção dos Bancos Centrais de tokenizar suas moedas. O governo brasileiro, por exemplo, já anunciou que pretende lançar o real digital, conhecido pela sigla CBDC, até 2024.

Tokenização dos bancos é inevitável

O potencial da tecnologia extrapola o mercado financeiro tradicional, seja na transformação de bens físicos em um ativo virtual, seja na criação de novos produtos e modelos de negócios usando tokens.

Não obstante, de acordo com as estimativas feitas pela consultoria MarketsandMarkets, o mercado global de tokenização deve ter um crescimento médio anual de 19,5% entre 2020 e 2025, passando de US$ 1,9 bilhão para US$ 4,8 bilhões no período.

Quando uma empresa emite um token, o lastro (garantia de um ativo) tem o mesmo modelo de custódia das outras operações tradicionais. Todavia, contam com o “plus” dos registros das operações pulverizadas em uma rede global de computadores, do qual evita ponto único de falha ou controle central.

As vantagens da tokenização se sobrepõem ao potencial risco, possibilitando uma grande adesão tanto entre quem comercializa quanto para aqueles que vendem, e o que estamos observando é só o começo de uma revolução que combina tecnologia e mercado financeiro.

Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

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