Assim como o empresário, diversas pessoas estão buscando em bancos financiamentos para instalar painéis solares. Apenas em 2020, o volume de crédito para a geração distribuída alcançou R$ 4,1 bilhões, crescimento de 28% em relação ao ano anterior, segundo a consultoria Cela Clean Energy Latin America.
Essa conta deve aumentar ainda mais em meio à crise hídrica, segundo Cássio Schmitt, diretor de produtos de crédito do Santander. Por mês, o banco tem visto a sua carteira de crédito subir mais de R$ 100 milhões. O total financiado até agora pela instituição é de R$ 1,5 bilhão, e Schmitt enxerga que chegará aos R$ 2 bilhões em questão de meses.
“A inadimplência é baixa, pois os clientes usam parte da economia que têm com a energia solar para pagar as parcelas”, afirma.
O BV, por sua vez, decidiu criar um braço independente para tocar a alta da demanda. Chamado de Meu Financiamento Solar, a plataforma nasceu em 2017 e, no ano passado, começou a fazer também as contratações de maneira digital. O tíquete médio do financiamento é de R$ 31 mil, para as pessoas físicas, e de R$ 85 mil, para empresas. Já a proporção de contratantes, segundo Carolina Reis, diretora da plataforma, é de 70%, para pessoas físicas, e 30%, para as jurídicas. No primeiro trimestre de 2021, a carteira do BV cresceu 263%, a R$ 1,2 bilhão. “A barreira de entrada está muito pequena e está chamando a atenção dos consumidores e empresas”, diz.
2- Mais da metade das pequenas indústrias de SP arcam com preço elevado da energia
O encarecimento da energia elétrica pesou no bolso do setor produtivo no primeiro semestre de 2021: 62% das micro e pequenas indústrias paulistas relataram em junho terem arcado com aumentos sucessivos na conta de energia elétrica ao longo deste ano. Em maio, a proporção de empresas afetadas por esse problema era de 51%, segundo levantamento do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi). O resultado deve ainda ser pior em julho, quando as empresas passaram a pagar mais pela cobrança extra decorrente do reajuste na bandeira tarifária patamar 2.
Um quarto das empresas gasta mais de 10% do que fatura apenas com a conta de luz. O estudo mostra que 7% das pequenas indústrias gastam mais de 20% do faturamento com a conta de energia elétrica. Uma fatia de 18% compromete entre 11% e 20% do faturamento com a energia elétrica, enquanto 69% das empresas gastam até 10% do que faturam com esse mesmo fim. Os dados são do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, encomendado pelo Simpi ao Datafolha e obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.
“Essa pesquisa se refere ao mês de junho. Em julho tivemos um novo aumento de energia”, lembrou Joseph Couri, presidente do Simpi. “O cenário é muito ruim. Se chegar, nós esperamos que não chegue, a novos aumentos de energia, isso vai aprofundar mais a inflação, isso vai aprofundar mais a perda de poder aquisitivo da sociedade, porque os salários não acompanham nem a inflação que passou e que está sendo causada por essa elevação de energia elétrica. Se houver o desabastecimento e o racionamento, as consequências serão piores ainda”, alertou.
Segundo o estudo do Simpi, 59% das indústrias seriam obrigadas a parar totalmente a produção em caso de falta de energia elétrica e outros 23% dos entrevistados teriam que paralisar parte da produção. Apenas 17% dos industriais paulistas não dependem dessa fonte de energia para produzir e continuariam funcionando normalmente.
Num cenário de imposição de racionamento de energia pelas autoridades, oito em cada dez empresas avisaram que teriam prejuízo: em 48% das micro e pequenas indústrias, haveria muito prejuízo, enquanto que em 31% haveria pouco prejuízo. Os 20% restantes afirmam que não seriam prejudicados, entre eles, os que usam outra fonte de energia na linha de produção.
Para Joseph Couri, a pesquisa demonstra o prejuízo que a crise hídrica impõe ao setor industrial e à economia justamente num momento que deveria ser de retomada de negócios e normalização das atividades impulsionadas pelo avanço da imunização da população brasileira contra a covid-19.
3- China promete conter especulação de commodities para garantir estabilidade dos preços
A China vai conter o acúmulo de reservas e a especulação sobre as commodities ao mesmo tempo em que garantirá o fornecimento e que os preços fiquem estáveis, em uma medida para controlar a volatilidade dos preços observada nos últimos meses, disse o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China.
“Vamos coordenar com os departamentos relevantes para garantir a estabilidade de preços e fornecimento de commodities… orientar participantes da cadeia industrial, tanto no upstream quanto no downstream, para estabilizar a produção, a oferta e o marketing de materiais brutos”, disse o porta-voz do ministério, Huang Libin, em entrevista coletiva na sexta-feira, segundo uma transcrição no site do ministério.
“Em resposta ao risco da flutuação dos preços do mercado, vamos conter de maneira resoluta a acumulação, a especulação maliciosa, e o aumento de preços por leilões.”
Os formuladores de políticas chineses aumentaram seus esforços para conter o aumento dos preços das commodities, que pressionaram as margens de produtores na segunda maior economia do mundo, para evitar que a alta seja transferida para os consumidores.
Nos últimos meses, as autoridades têm alertado contra o comércio especulativo, leiloando reservas de metais básicos, e lançaram investigações sobre preços e reservas de minério de ferro, carvão e uréia, entre outras medidas para conter a oferta restrita.
4- EUA: medida que aumentaria fiscalização sobre impostos é retirada de pacote
Congressistas dos Estados Unidos abandonaram planos de incluir no pacote de infraestrutura bipartidário de US$ 1 trilhão o aumento da fiscalização sobre a coleta de impostos da Receita Federal. O principal motivo da decisão foi o rechaço do Partido Republicano à medida.
Segundo o senador republicano Rob Portman, de Ohio, seus correligionários resistem a dar mais poder de fiscalização ao governo. Isso lançou uma nova incerteza sobre o financiamento do plano dias antes de uma votação planejada no Senado pelos líderes do Partido Democrata.
Republicanos e democratas passaram semanas tentando negociar um acordo para o pacote de infraestrutura, mas tiveram dificuldades para tomar uma decisão sobre como cobrir os custos dos investimentos e, ao mesmo tempo, minimizar o impacto sobre o déficit federal, que atingiu níveis recordes nos últimos anos, devido a grandes cortes de impostos e gastos relacionados à pandemia de covid-19.
Os legisladores enfrentam o primeiro teste nesta semana para saber se haverá apoio suficiente para avançar com a proposta no Congresso. O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, disse na semana passada que dará o primeiro passo processual nesta segunda-feira, 19. Ele marcou uma votação para quarta-feira, 21.
Os democratas também querem avançar com um plano de investimentos mais amplo, de US$ 3,5 trilhões, que não conta com o apoio dos republicanos.
5- Turismo registra crescimento em 2020, mas ainda abaixo de 2019
O setor de turismo brasileiro registrou em maio, último mês com dados consolidados, faturamento de R$ 9,6 bilhões, 47,5% superior ao de maio do ano passado. No entanto, em comparação ao mesmo mês de 2019, antes do início da pandemia de covid-19, houve redução de 31,2% no faturamento do setor. Os dados, divulgados hoje (16), são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Em maio, o transporte aquaviário foi o único, entre os seis grupos de atividades analisados pela FecomercioSP, que conseguiu superar o patamar pré-pandemia, com alta de 20% no faturamento em relação ao mesmo mês de 2019. O transporte aéreo registra a maior queda em relação a 2019, de 50,5% – variação similar à da redução da demanda de passageiros, na mesma comparação, de 43%.
Em maio de 2021, os restaurantes e alojamentos faturaram R$ 2,8 bilhões, 33,5% abaixo do obtido no mesmo mês em 2019, com variação muito próxima do grupo atividades culturais, recreativas e esportivas (-33,8%), também afetado pelo isolamento social.
O conjunto de atividades de locação de veículos, agências e operadoras de turismo registrou queda de 13,2% em maio em relação a 2019, e o setor de transporte terrestre, redução de 6,6%.
“A vacinação ainda é a principal variável para os turistas voltarem a viajar com segurança e para os empresários se planejarem de forma mais sólida”, diz, em nota, a FecomercioSP. “Iniciativas como a redução das restrições, a ampliação das ofertas dos serviços turísticos e a aceleração da vacinação em todo o país são fundamentais para uma melhora gradativa e mais consistente do setor”, acrescenta a entidade.
(*Com informações de Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
Veja também
- O que é CVM? Entenda a importância do órgão para todo investidor
- De corretora cripto a unicórnio: como repetir a história do Mercado Bitcoin?
- Por que a B3 resolveu mudar sua plataforma para o investidor pessoa física?
- Leilão de ações: como não comprometer o investimento?
- ‘BR Distribuidora está no seu melhor momento operacional’, diz analista
- Quanto custa ter uma realeza?