1- FMI: retomada desigual e dívida de emergentes podem causar instabilidade global
Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva chamou atenção para “perigosas distorções” provocadas pela recuperação desigual da pandemia de covid-19 entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, que têm potencial para provocar instabilidade econômica e financeira global, durante evento do Fórum da Paz de Paris na segunda-feira.
De acordo com ela, um cenário em que as nações mais ricas saem da crise sanitária com recuperação sem precedentes e amplo espaço fiscal e monetário, enquanto o mundo emergente segue pressionado pela pandemia e com alto níveis de dívida, ameaça a “coerência do crescimento” e a estabilidade e segurança global. Georgieva alertou para a eventual dificuldade para o serviço da dívida em dólar de países mais pobres, uma vez que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) eleve as taxas de juros nos Estados Unidos.
A diretora do FMI credita a recuperação desigual à lenta vacinação contra a covid-19 em nações subdesenvolvidas. Diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, que também participou do evento, afirmou que apenas 0,2% das 1,1 bilhão de doses de imunizantes administradas em junho em todo o mundo foram em países de baixa renda.
“Precisamos que o Grupo dos 20 (G-20) doe mais 2 ou 3 bilhões de doses à iniciativa Covax”, disse Ngozi, acrescentando que a ferramenta, da Organização Mundial da Saúde (OMS), é mais apropriada para garantir a distribuição equitativa dos produtos em comparação à acordos bilaterais.
Segundo ela, para atingir o objetivo de vacinar pelo menos 40% da população mundial até o fim de 2021, será necessário também aumentar a produção dos imunizantes. Para isso, Ngozi defendeu que as cadeias de suprimento das matérias-primas das vacinas sejam movidas para regiões com concentração de nações de baixa renda. Ela argumentou também pela retirada de medidas de restrição ao comércio internacional.
2- Fundos de Investimento e estrangeiros predominam em oferta da BR Distribuidora
Os Fundos de Investimento ficaram com a maior parcela da oferta de ações da BR Distribuidora (BRDT3) detidas pela Petrobras (PETR3; PETR4) realizada no último dia 30 na B3. Eles compraram 251.630.490 ações, o equivalente a 57,6% do total ofertado, de 436.875.000 ações.
Os investidores estrangeiros aparecem em segundo lugar, com 149.058.368 ações, seguidos por investidores pessoas físicas, com 26.456.056 papéis.
A operação, a maior realizada neste ano até aqui, foi precificada a R$ 26, movimentando R$ 11,358 bilhões. Por ser uma oferta secundária, os recursos vão para o acionista vendedor dos papéis, ou seja, a Petrobras.
A oferta veio para encerrar um processo de venda das ações da BR que começou há cerca de quatro anos. A privatização de fato da empresa ocorreu em 2019, quando a petroleira deixou o controle do negócio.
A operação teve o Banco Morgan Stanley (Coordenador Líder), além de Bank of America, Citigroup Brasil, Goldman Sachs, Banco Itaú BBA, Banco JPMorgan e XP Investimentos.
3- Guedes: prorrogação do auxílio até atingirmos vacinação em massa
Após o presidente Jair Bolsonaro assinar a Medida Provisória que prorroga o auxílio emergencial por mais três meses, até outubro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a prometer a ampliação do Bolsa Família ainda este ano. Segundo o ministro da Cidadania, João Roma, o novo programa social do governo será lançado em novembro. “Estamos prorrogando o auxílio emergencial por mais três meses enquanto acertamos o novo valor do Bolsa Família para o ano que vem“, disse Bolsonaro em breve cerimônia em seu gabinete.
A ajuda voltada aos mais vulneráveis durante a pandemia de covid-19 foi prorrogada até outubro, nos mesmos valores de R$ 150 a R$ 375 e com igual alcance em termos de público. O benefício contempla cerca de 39,1 milhões de brasileiros e a última parcela estava prevista para julho.
“Com esses três meses adicionais, serão sete meses de proteção aos brasileiros mais vulneráveis. Isso vai dar essa proteção enquanto atingimos a vacinação em massa da população brasileira. O ministro (da Saúde, Marcelo) Queiroga prevê que em mais três meses vem o controle epidemiológico. O auxílio emergencial vai até lá, e aí então aterrissamos no Bolsa Família”, afirmou Guedes. Segundo ele, o Bolsonaro determinou que o Bolsa Família precisa ter um valor substancial “para proteger justamente a população mais frágil”.
“Pagaremos a última parcela do auxílio em outubro, e em novembro traremos o novo programa social do governo, fortalecido e ampliado para que os brasileiros possam avançar cada vez mais na sua qualidade de vida”, completou o ministro João Roma, cuja pasta é a responsável pelos pagamentos do auxílio emergencial e do Bolsa Família.
Também presente na cerimônia, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que uma das principais demandas do parlamento brasileiro é a assistência às pessoas mais vulneráveis do Brasil. “A demanda da prorrogação do auxílio emergencial, hoje atendida pelo Executivo, é motivo de satisfação para o Congresso Nacional. O combate à fome, à miséria e à desigualdade se faz com política pública“, avaliou. “Neste momento precisamos mais do que nunca de diálogo permanente, pacificação e busca de identificação de consensos e respeito a divergências”, completou Pacheco.
A prorrogação do auxílio ainda vai abrir mais espaço no Orçamento de 2021 para o lançamento da nova política social permanente, que vai suceder o Bolsa Família. Isso porque as famílias contempladas pelo Bolsa são “transferidas” para a folha do auxílio durante sua vigência, poupando o orçamento do programa.
Hoje, essa “sobra” do Bolsa dentro do teto é de aproximadamente R$ 7 bilhões e deve ficar maior com a extensão da ajuda temporária aos vulneráveis. O dinheiro deve ser usado para turbinar a nova política social. O novo programa terá orçamento maior que os R$ 35 bilhões orçados em 2021.
No dia 15 de junho, Bolsonaro chegou a dizer que o novo Bolsa Família pagará R$ 300 em média para os beneficiários em um anúncio que pegou integrantes do próprio governo de surpresa, segundo apurou o Broadcast. Até então, as tratativas das equipes eram para reajustar o valor médio do benefício social dos atuais R$ 190 para R$ 250. Um valor de R$ 300 não caberia no teto de gastos do próximo ano.
4- Empresas atingidas por ataque hacker devem levar semanas para se recuperar, dizem especialistas
Sistemas de computadores de várias empresas ao redor do mundo que sofreram um ataque hacker de tipo ransomware podem levar semanas para serem recuperados, afirmarma analistas de segurança digital nesta segunda-feira.
Hackers do grupo REvil comprometeram sistemas da companhia de tecnologia da informação Kaseya e o ataque foi replicado pelos sistemas de seus revendedores e chegou a atingir clientes finais, como redes de varejo na Europa que usam o software da empresa.
O ataque travou os dados dos sistemas e no final do domingo os hackers exigiram US$ 70 milhões para que o acesso aos dados fosse devolvido.
O grupo REvil afirmou que 1 milhão de computadores foram comprometidos, disse Mark Loman, diretor de engenharia da empresa de segurança digital Sophos.
“Dependendo do tamanho da empresa e se ela tiver ou não backups, pode levar semanas antes que consigam restaurar tudo”, disse.
Na Suécia, a rede de supermercados Coop teve que fechar centenas de lojas no sábado porque as caixas registradoras utilizam o sistema da Visma Esscom, que administra servidores para uma série de empresas suecas e utiliza ferramentas da Kaseya.
Apesar de muitas lojas da Coop continuarem fechadas nesta segunda-feira, algumas abriram as portas e estavam trabalhando com outras formas de pagamento.
“Esta é a primeira vez que estamos vendo uma rede de varejo incapaz de processar pagamentos e isso mostra o quão vulneráveis estamos”, disse Anders Nilsson, vice-presidente de tecnologia da ESET Nordics.
Para consertar os problemas, o fornecedor de ferramentas de pagamentos da Coop precisa ir fisicamente a todas as lojas da empresa e restaurar as máquinas de pagamento manualmente com a ajuda de backups.
“Não importa se eles pagarem ou não (o resgate). Vai levar tempo para se restaurar todas as máquinas”, disse Nilsson.
“Pagar um resgate apaga o fogo, mas isso não significa que torna nosso ambiente mais seguro”, disse David Jacoby, vice-diretor da empresa de segurança de computadores Kaspersky.
5- Senadores pedem que STF garanta prorrogação da CPI da Covid
Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) apresentaram ação cautelar nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a corte garanta a prorrogação da CPI da Covid no Senado.
Na peça protocolada nesta segunda, os parlamentares argumentam que, pelo Regimento Interno do Senado, qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é automaticamente prorrogada, desde que conte com o apoio de um terço dos membros da Casa.
Formulado pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o requerimento de prorrogação conta com 34 assinaturas, 7 a mais do mínimo exigido pelas regras.
Mesmo assim, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), anunciou na última semana que fará a “análise” sobre o pedido de prorrogação ao final do prazo de funcionamento da comissão, de 90 dias.
Vieira e Kajuru argumentam, no entanto, que caberia a Pacheco apenas a tarefa protocolar de leitura do pedido, sem qualquer brecha para avaliação sobre a conveniência da prorrogação.
“Infere-se que para a Mesa Diretora e a presidência do Senado Federal, depois de formalizado o pedido de prorrogação da CPI, caberia tão somente o ato formal de leitura dele, sem exercer nenhum juízo de valor sobre qual o momento temporalmente mais oportuno para assim proceder”, diz a ação cautelar encaminhada ao Supremo.
A peça pede que “seja concedida a liminar para determinar a adoção de todas as providências necessárias para garantir imediata efetividade à norma regimental, de forma mais precisa, no tocante ao direito líquido e certo da minoria parlamentar em ter assegurada a prorrogação da CPI” e que a corte determine que Pacheco “proceda com a leitura e publicação do requerimento”.
Em abril, ação dos dois senadores levou o STF a determinar a instalação inicial da CPI da Covid no Senado. Na ocasião, Pacheco vinha retardando sua decisão para instalar a CPI, mesmo que os requisitos tivessem sido preenchidos.
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