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Economia

Copom eleva Selic a 9,25% ao ano e indica nova alta de 1,5 ponto percentual

A elevação de 1,5 ponto percentual veio em linha com o esperado pelo mercado.

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Prédio do Banco Central em Brasília 20/03/2020 REUTERS/Adriano Machado

O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (8) sua decisão de elevar a taxa Selic a 9,25% ao ano, em uma alta de 1,5 ponto percentual. Foi o 7º avanço seguido, levando a taxa ao maior patamar desde 2017. A decisão foi unânime.

A elevação veio em linha com o esperado pelo mercado. O Banco Central tem endurecido o ritmo de aperto da Selic em meio à alta da inflação. O último Boletim Focus mostrou que o mercado elevou mais uma vez a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tanto em 2021 quanto para 2022, prevendo o estouro do teto da meta do BC nos dois anos.

Selic

Segundo o Copom, para a próxima reunião, que acontece em 2022, a previsão é de outro ajuste da mesma magnitude. “O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, reiterou em comunicado.

O resultado mais recente do IPCA, de outubro, mostra que a inflação acumulada em 12 meses é de 10,67% – bem distante da meta de 3,75% do BC, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

BC ainda mais duro

O comunicado do Copom foi considerado firme por especialistas do mercado. André Perfeito, economista-chefe da Necton, afirma que “a leitura preliminar do comunicado do Copom aponta que o colegiado do Banco Central vê com preocupação a desancoragem das expectativas e neste sentido adotou um tom mais duro na perspectiva de reverter o quanto antes os efeitos deletérios desta situação”.

“Vale notar que, apesar do Copom ter indicado uma alta de 150 pontos, acreditamos que as condições econômicas no entorno da reunião irão forçar uma alta menor, seja por conta do IPCA mais comportado, do câmbio mais estável ou pela atividade ainda fraca”, complementou o economista.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, comenta que, “apesar de ressaltar as elevadas incertezas no cenário global e os dados de atividade abaixo do esperado, o Comitê segue convicto da necessidade de avançar sobre o terreno contracionista da política monetária“, ou seja, juros ainda mais altos.

Borsoi diz que o tom adotado pelo Copom no comunicado demonstra que o comitê “vai prezar pela controle das expectativas de inflação, que se encontram desancoradas até 2023, neste momento, apesar da queda nos prêmios de riscos fiscais, com a aprovação da PEC dos precatórios, e a perspectiva de recessão prolongada“. Por isso, o economista diz que “devemos ver a taxa Selic em níveis elevados por período de tempo considerável, pelo menos, até o fim do 1º semestre de 2022”.

Selic e investimentos

Com a elevação da Selic para 9,25% ao ano, os investimentos em renda fixa atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) passam a render mais.

“A alta da Selic a 9,25% traz um aspecto interessante: passamos a ter oportunidades atrativas para todos os perfis de risco”, comenta Martin Iglesias, especialista líder em investimentos e alocação de ativos do Itaú Unibanco.

“Títulos indexados à inflação e bolsa já apresentavam potenciais importantes para quem aceita riscos maiores e, agora, os investimentos mais conservadores indexados ao DI também projetam rentabilidades reais interessantes”, diz Iglesias.

InvestNews consultou o mercado para entender o novo cenário. Veja como ficam as aplicações

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Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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