Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista fechou a sexta-feira em alta firme ante o real, pela terceira sessão consecutiva, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas de exportadores de commodities, numa sessão marcada pela baixa firme do petróleo no exterior e pela perspectiva de que o Federal Reserve corte juros apenas em junho ou depois disso.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9935 reais na venda, em alta de 0,83%. Na semana, a moeda acumulou elevação de 0,52%.
Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,60%, a 4,9940 reais.
Como nas duas sessões anteriores, o dólar encontrou certo suporte nesta sexta-feira na avaliação de que o Fed não cortará sua taxa de juros nem em março, nem em maio, considerando os dados econômicos mais recentes.
A manutenção de juros mais elevados nos EUA, por mais tempo, em tese favorece as cotações do dólar ante as demais moedas.
Além das expectativas em torno do Fed, o câmbio reagiu nesta sexta-feira à queda firme do petróleo no mercado internacional, superior a 2%.
“Temos um movimento global de depreciação das moedas emergentes, muito por conta da queda do petróleo e do minério de ferro. Como o Brasil é um exportador de commodities, isso acaba afetando o real”, comentou Matheus Massote, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
O minério de ferro fechou em alta nesta sexta-feira, mas havia cedido nas quatro sessões anteriores.
Neste contexto, o dólar à vista oscilou entre a cotação mínima de 4,9605 reais (+0,17%), às 9h14, e a máxima de 4,9985 reais (+0,93%), às 12h08.
O dólar futuro para março — o mais líquido no mercado brasileiro e, no limite, o que acaba por definir as cotações do segmento à vista — chegou a superar os 5,00 reais, o que levou, como de costume, a um movimento de venda de dólares por parte de exportadores e especuladores, fazendo com que as cotações perdessem um pouco de força.
No exterior, o dólar também seguia em alta no fim da tarde ante várias divisas de exportadores de commodities. A moeda norte-americana se mantinha praticamente estável ante uma cesta de divisas fortes.
Às 17:13 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,01%, a 103,930.
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