O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, apoiado principalmente no avanço de Petrobras e Vale, acompanhando os preços do petróleo e do minério de ferro no exterior, enquanto PetroReconcavo desabou próximo de 9% após a 3R Petroleum suspender negociação com a empresa na sequência de oferta da Enauta.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,44%, a 127.548,52 pontos. Na máxima do dia, chegou a 127.654,04 pontos. Na mínima, a 126.669,22 pontos. O volume financeiro somou 21,4 bilhões de reais.
O cenário para o Ibovespa, de acordo análise técnica do Itaú BBA, segue travado dentro do intervalo entre 124.800 e 131.700 pontos. “Para acionar compras a curto prazo, o patamar de 131.700 pontos precisa ser superado e terá como alvo inicial o topo histórico nos 134.400 pontos”, afirmou em relatório.
No exterior, o retorno do Treasury de 10 anos marcava 4,3551% no final da tarde, de 4,329% na véspera, enquanto o S&P 500, uma das principais referências do mercado acionário norte-americano, cedeu 0,72%, freando uma performance mais robusta da bolsa paulista.
Investidores continuam atentos a números sobre a economia dos Estados Unidos em meio ao ambiente ainda incerto sobre os próximos passos do Federal Reserve. Nesta semana, os holofotes estarão voltados para dados do mercado de trabalho da maior economia, previstos para sexta-fera.
Dólar
O anúncio de um leilão extra de swaps do Banco Central chegou a pesar sobre as cotações do dólar, mas a moeda norte-americana se recuperou durante a sessão e fechou estável no Brasil, novamente acima dos 5 reais.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0589 reais na venda, estável.
Às 17h02, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,08%, a 5,072 reais na venda.
A sessão começou com um movimento firme de baixa do dólar ante o real, com investidores reagindo ao anúncio da véspera de que o BC faria leilão extra de 20.000 contratos de swap cambial tradicional, no valor de 1 bilhão de dólares.
A oferta extra de swaps, cujo efeito é equivalente à venda de dólares no mercado futuro, tinha como objetivo atender a demanda gerada pelo resgate do título NTN-A3, atrelado ao câmbio, previsto para 15 de abril.
Em reação, o dólar à vista marcou a cotação mínima do dia, de 5,0242 reais (-0,68%), já na abertura dos negócios, às 9h.
A NTN-A3 é um título público indexado ao dólar que há anos não é negociado pelo Tesouro Nacional, mas ainda há no mercado brasileiro instituições que detêm o papel em suas carteiras.
Em 15 de abril vencem um total de 18,534 bilhões de reais em NTN-A3s que foram negociadas em 1997. Em valores atuais, os papeis equivalem a cerca de 3,7 bilhões de dólares.
Os detentores das NTN-A3s no Brasil, ao longo dos anos, também carregaram algumas posições vendidas em dólar para cobrir a exposição a estes títulos. Como agora os papéis vão vencer, os detentores precisam encerrar estas posições vendidas — o que é feito por meio da compra de dólares.
Embora o BC tenha indicado que o leilão de swaps desta terça-feira seria para atender esta demanda pontual, evitando distorções no mercado, alguns profissionais ponderaram que a instituição pode ter usado o momento para conter uma alta maior do dólar.
Apesar disso, durante a manhã o dólar foi recuperando força ante o real, ainda que no exterior o viés para a divisa dos EUA fosse negativo. No leilão, ocorrido entre 12h30 e 12h40, o BC vendeu todos os 20.000 contratos de swap ofertados.
Operador ouvido pela Reuters ponderou que, passado o efeito inicial do leilão de swaps, a alta dos rendimentos dos Treasuries no exterior — em meio à visão de que o corte de juros nos EUA ficará para mais tarde — voltou a dar certo suporte ao dólar.
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