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Economia

IPCA-15 registra deflação de 0,73% em agosto, diz IBGE

Prévia da inflação registrou o menor valor da série histórica, iniciada em novembro de 1991.

O Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo-15 (IPCA), considerado a prévia da inflação oficial, caiu 0,73% em agosto, após alta de 0,13% em julho, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta quarta-feira (24).

Esse é o menor valor da série histórica que começou em novembro de 1991. A retração foi puxada pela queda nos preços dos combustíveis, em particular da gasolina e do etanol, e da energia elétrica.

O resultado divulgado pelo IBGE nesta manhã ficou um pouco acima das projeções dos investidores. A mediana das estimativas era uma deflação de 0,84%,

“O IPCA-15 exibiu deflação, mas além do headline, a dinâmica inflacionária surpreendeu para cima, não denotando um comportamento tão desinflacionário quanto se imaginava”, disse Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,02% e nos últimos 12 meses 9,60%. Em agosto de 2021, a taxa foi de 0,89%.

Apesar da queda recorde, os preços de alimentação e bebidas, saúde e cuidados pessoais continuaram subindo.

“Boa parte dessa deflação tem uma explicação ´externa` à dinâmica da oferta e da demanda, tendo sido provocada pela redução do ICMS sobre combustíveis e energia, e pela baixa dos preços da gasolina decidida pela Petrobras. Além disso, há outros pontos. A deflação medida pelo IPCA-15 só não foi maior devido à forte alta dos preços dos alimentos”, ressaltaram analistas da Levante Investimentos.

Queda preço gasolina e etanol

Três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram variações negativas.

A queda da gasolina (-16,80%) influenciou o resultado do grupo dos transportes, que teve a maior variação negativa (-5,24%) e o maior impacto negativo, de -1,15%.

A queda nos preços dos combustíveis (-15,33%) foi provocada não apenas pela gasolina, mas também pelo etanol (-10,78%), gás veicular (-5,40%) e óleo diesel (-0,56%). Dentro do grupo transportes, outro subitem com intensa variação negativa foram as passagens aéreas (-12,22%), após subirem quatro meses consecutivos. No lado das altas, os veículos próprios (0,83%) continuaram subindo: motocicleta (0,61%), automóvel novo (0,30%) e automóvel usado (0,17%).

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Frentista abastece carro em posto de gasolina em Brasília 07/03/2022 REUTERS/Adriano Machado

Já a variação negativa no grupo habitação (-0,37%) foi motivada pelo recuo nos preços da energia elétrica residencial (-3,29%), devido à redução em vários estados da alíquota de ICMS.

Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou revisões tarifárias extraordinárias de diversas distribuidoras que operam em áreas de abrangência do índice, reduzindo as tarifas a partir de 13 de julho.

O setor de comunicação também registrou queda (-0,30%). O destaque ficou com os planos de telefonia fixa e de telefonia móvel, cujos preços caíram 2,29% e 1,04%, respectivamente, em agosto.

Maiores altas


Já a maior variação positiva veio de alimentação e bebidas (1,12%), influenciada principalmente pelo aumento nos preços do leite longa vida (14,21%).

Outros destaques no grupo foram as frutas (2,99%), que também haviam subido em julho (4,03%), o queijo (4,18%) e o frango em pedaços (3,08%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 1,24% em agosto.

A variação positiva registrada em saúde e cuidados pessoais (0,81%), influenciada pelos planos de saúde (1,22%).

O grupo educação (0,61%) também teve alta. Os cursos regulares subiram 0,52% principalmente por conta dos subitens creche (1,47%), ensino fundamental (0,71%) e ensino superior (0,44%).

Consumidores pesquisam preço do leite em supermercado de São Paulo Imagem: Tatiana Santiago/InvestNews
Consumidores pesquisam preço do leite em supermercado de São Paulo Imagem: Tatiana Santiago/InvestNews

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