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Economia

Mesmo após comunicado duro do Copom, apostas de corte de 0,25 pp da Selic sobem

Contratos de opção de Copom mostram que projeções foram a 39% para reunião de agosto.

Mesmo após um comunicado considerado duro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que manteve a Selic em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida, a expectativa do mercado nesta quinta-feira (22) por uma redução da taxa de juros na próxima reunião em agosto em 0,25 ponto percentual subiu, passando de 38,5% na véspera para 39%.

Sede do Banco Central, em Brasília 14/02/2023 REUTERS/Adriano Machado

Já as expectativas por um corte mais forte diminuíram. De acordo com dados B3, bolsa de valores brasileira, sobre contratos de opção de Copom, na quarta-feira (21), data do anúncio do Banco Central, a projeção de redução de 0,5 pp estava em 30% e caiu para 28,50% nesta quinta.

Já as apostas da Selic no atual patamar foram mantidas em 25%. A probabilidade de redução da Selic em 0,75% estava em 2,45% e foi para 2,97%, e a expectativa de queda de 1% era de 2,45% e subiu para 2,97%.

Além dos contratos de opção de Copom, os juros futuros também seguem precificando corte da Selic em agosto. Nesta manhã, operadores continuavam embutindo cerca de 80% de chance de o BC cortar a Selic em 0,25 ponto em agosto, de acordo com probabilidades implícitas em contratos de juros futuros.

Comunicado duro

Especialistas ouvidos pelo InvestNews consideraram o comunicado do Banco Central “duro”. No texto, divulgado em um momento em que boa parte do mercado precifica corte dos juros já na próxima reunião, o Copom diz que “a conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia.”

Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, diz que o comunicado do Copom trouxe elementos mais duros do que a expectativa, “mas o tom geral foi no sentido de abrir espaço para flexibilização nas próximas reuniões”. “Esperamos que as condições permitam, ao fim, um corte de 0,25% em agosto”, diz.

“A comunicação é compatível com flexibilização em agosto, mas o BC optou por assegurar graus de liberdade e não se comprometeu com queda de juros iminente”.

Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital

Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, acredita que o comunicado “abriu a porta para o ciclo de cortes com 0,25 ponto percentual” ao falar em cautela e parcimônia, sendo que “os dados irão apontar se será na reunião de agosto ou setembro”. “O Banco Central parece estar olhando mais pra reunião de setembro, enquanto o mercado parece estar mais convicto com a próxima reunião de agosto”, diz.

Inflação no Brasil

As apostas do mercado de queda da Selic nos próximos meses têm ganhando força diante de sinais de alívio nos dados de inflação, assim como nas expectativas do mercado para os indicadores de variação de preços.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, acumula alta de 3,94% nos últimos 12 meses até maio, contra 4,18% registrados no mês anterior, de acordo com divulgação mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

À vista disso, observa-se que o indicador se aproxima cada vez mais da meta determinada pelo BC, que é de 3,25% em 2023. A inflação também já caiu para o seu intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, na faixa de 1,75% a 4,75%.

Para 2024, a meta de inflação é de 3%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, na faixa de 1,50% a 4,50%.

Dados do Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC, mostram que as expectativas para a inflação seguem em queda. A alta do IPCA este ano agora é estimada em 5,12%, de 5,42% antes, enquanto, para o ano que vem, a conta foi reduzida em 0,04 ponto percentual na última leitura, a 4%. Para os dois anos seguintes houve redução a 3,80%, de 3,90% e 3,88%, respectivamente, no levantamento anterior.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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