1 – Petrobras prevê aporte recorde de R$ 2,5 bi em paradas de manutenção em refinarias em 2022
A Petrobras (PETR3, PETR4) planeja investir recorde de R$ 2,5 bilhões em paradas de manutenção de unidades em suas refinarias em 2022, que envolverão em torno de 4,5 mil equipamentos, informou a petroleira estatal em comunicado à imprensa nesta quarta-feira (19).
O montante irá superar o investimentos realizados em 2021 em paradas preventivas de manutenção no seu parque de refino, de R$ 2,3 bilhões, informou a companhia.
“Investimos fortemente na cultura de prevenção e buscamos sempre a excelência em segurança. Além das paradas programas de manutenção, realizamos treinamento intensivo dos colaboradores e simulados frequentes nas nossas unidades”, disse em nota o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa.
Mesmo com diversas paradas programadas de manutenção no ano passado, a Petrobras alcançou a média de 83% de fator de utilização total de suas refinarias em 2021, o maior índice dos últimos cinco anos, o que mostra os ganhos de eficiência na gestão das unidades, ressaltou a empresa.
2 – Contas do governo devem fechar no vermelho em R$ 106,2 bi este ano, prevê IFI
Após encerrar o ano passado com um rombo estimado em R$ 38,2 bilhões, as contas do governo devem fechar 2022 no negativo com um déficit primário de R$ 106,2 bilhões em 2022. Ambas as projeções constam no Relatório de Acompanhamento Fiscal de janeiro, publicado nesta quarta-feira, 19, pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado. O órgão aponta que a aprovação da PEC dos Precatórios abriu espaço para mais gastos, levando à piora da situação das contas públicas em um ano em que o arrefecimento da atividade deve impactar também as receitas.
“Essencialmente, a piora no resultado primário prevista para 2022 decorre do aumento nas despesas possibilitado pela promulgação das Emendas Constitucionais nº 113 e nº 1148, de 2021, que promoveram modificações na regra do teto de gastos e limitaram a despesa anual da União com o pagamento de precatórios, e da redução no ritmo de crescimento das receitas primárias em decorrência da desaceleração na atividade econômica e da piora relativa nos termos de troca na comparação com 2021”, destaca o documento.
A IFI lembra que o Orçamento de 2022 foi aprovado com uma previsão de déficit primário de R$ 79,4 bilhões (ou seja, as despesas vão superar as receitas nesse valor, sem levar em conta os gastos com os juros da dívida). “O Orçamento já nasceu com pressões por ajustes”, avalia o relatório. “No Executivo, há um excesso de despesas em relação ao teto de gastos no valor de R$ 1,8 bilhão, o qual deverá ser corrigido apenas em 2023. Nos demais Poderes, os gastos não acompanharam a elevação dos limites e deverão sofrer reajustes no decorrer do ano. Além disso, parte dos pleitos enviados pelo Executivo ao Relator-Geral do Orçamento não foram atendidos, o que também deve gerar aumento nos gastos previstos para 2022”, detalha o texto.
O órgão alerta ainda para o risco associado à criação ou ampliação de novas despesas permanentes, como o reajuste ao funcionalismo – em meio ao movimento disseminado de insatisfação dos servidores federais.
O resultado do nominal do setor público também deve piorar em 2022, sobretudo pelo aumento dos gastos com juros decorrente do ciclo de alta da Selic e dos maiores prêmios pedidos pelos compradores de títulos do Tesouro. “Tudo indica que a despesa de juros, como proporção do PIB (Produto Interno Bruto), seguirá em elevação nos próximos meses, podendo até reverter a atual trajetória favorável de redução do déficit nominal do setor público”, completa a instituição.
A IFI destaca ainda que os dados de atividade no último trimestre do ano passado reforçam um quadro de menor crescimento do PIB para 2022. “Apesar do avanço da vacinação, o aumento recente de casos de covid-19 ocasionado pela variante Ômicron gera incertezas adicionais em relação ao desempenho do PIB deste ano”, lembra a instituição.
Apesar das projeções para o IPCA neste ano continuarem ligeiramente acima do teto da meta (de 5%), a IFI considera que a elevação expressiva da taxa real de juros, a diminuição dos preços de energia e a reversão parcial dos preços de commodities são fatores que devem contribuir para o processo de desinflação ao longo de 2022.
3 – Bolsonaro cita presidente da Caixa como um dos possíveis candidatos a vice
O presidente Jair Bolsonaro citou nesta quarta-feira o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, como um dos nomes que poderia ser o candidato a vice em sua chapa na disputa à reeleição em outubro.
Em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, Bolsonaro disse que Guimarães e diversas outras pessoas demonstram vontade de colaborar com o país formando a chapa com ele na eleição presidencial.
Atualmente, o presidente tem como vice o general Hamilton Mourão (PRTB).
Bolsonaro se elegeu pelo PSL, mas deixou o partido e recentemente se filiou ao PL.
Na entrevista, Bolsonaro citou que a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, é uma possível candidato ao Senado por São Paulo.
4 – Biden: com inflação, é apropriado que Fed recalibre apoio como for necessário
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reconheceu o desafio da inflação no país como um dos grandes problemas em seu primeiro ano de mandato. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, o democrata afirmou que, no momento, é necessário recalibrar o apoio do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), como o presidente da autoridade, Jerome Powell, indicou. Segundo Biden “apoio extraordinário na pandemia” foi providenciado pelo Fed, mas com a inflação do país atingindo a máxima desde 1982, mudanças podem ser necessárias.
“Covid-19 causou série de problemas econômicos, incluindo alta de preços no mundo”, afirmou o democrata, que disse respeitar a independência do Fed. Biden defendeu seus projetos, e afirmou: “se preocupação é alta dos preços, melhor resposta é Build Back Better”. Segundo o presidente, o problema inflacionário é causado em grande parte por questões nas cadeias de fornecimento, e o apoio por meio dos investimentos em infraestrutura é a melhor maneira de solucionar o tema.
Questionado sobre a possibilidade de aprovar parte de seus planos antes do final do ano, quando há a chance de os democratas perdem força legislativa por conta do processo eleitoral, se disse “confiante de que aprovaremos peças antes da eleição de meio de mandato”. “Iremos fazer investimentos históricas para termos a melhor infraestrutura do mundo”, afirmou.
Além disso, o democrata afirmou que aumentar a produtividade é necessário. Outro ponto destacado por Biden foi a ausência de competitividade, que seria responsável por avanço de preços. Segundo ele, na indústria de carne, “apenas quatro empresas dominam o mercado”. “Capitalismo sem competição não é capitalismo, é exploração”, afirmou, sugerindo que movimentos no legislativo podem ser aplicados para elevar a competição no país.
Sobre as ações em seu primeiro ano de mandato, afirmou: “criamos 6 milhões de empregos, maior valor em um ano na História, e a taxa de desemprego caiu para 3,9%”. Segundo Biden, “pela primeira vez, trabalhadores realmente ganharam um aumento”. Para ele, há “muita frustração, e entendemos”.
De acordo com o democrata, a variante Ômicron do coronavírus é “razão para preocupação, não para pânico”. O presidente disse que o país tem ferramentas para salvar vidas e manter negócios abertos, lembrando que 95% das escolas seguem funcionando, e descartando novos lockdowns. “Vacina, testes, máscaras e pílulas” são parte do combate à pandemia, indicou, anunciando que 1 bilhão de testes para serem entregues em casa estarão disponíveis.
5 – Auxílio Brasil deve injetar, no mínimo, R$ 84 bilhões na economia
Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado hoje (19), analisa que o programa Auxílio Brasil deverá injetar na economia, ao longo deste ano, pelo menos R$ 84 bilhões, dos quais 70,43%, ou o equivalente a R$ 59,16 bilhões, deverão se transformar em consumo imediato, enquanto 25,74% (R$ 21,62 bilhões) se destinarão para quitação ou abatimento de dívidas e 3,83%, ou R$ 3,21 bilhões, serão poupados para consumo futuro.
O programa Auxílio Brasil substituiu o Bolsa Família, extinto no ano passado, e teve suas primeiras parcelas mensais pagas aos beneficiários em 2022 a partir de ontem (18).
Em entrevista à Agência Brasil, o economista da CNC, Fabio Bentes, explicou que o valor de R$ 84 bilhões foi apurado tomando por base o benefício mínimo de R$ 400. “Como a gente não sabe quanto cada brasileiro vai receber, porque depende de outras variáveis, a gente fez a conta por baixo. Como o benefício mínimo é de R$ 400 pago a 17,5 milhões de famílias, durante 12 meses, isso perfaz R$ 84 bilhões”. Esse será o valor que o programa vai disponibilizar, no mínimo, em 2022. Entretanto, como o benefício é variável, a estimativa pode ser ainda mais otimista: R$ 89,9 bilhões.
A estimativa da CNC é que 70% desse montante se destinará ao consumo imediato, mas não ao consumismo, até porque os elegíveis do antigo Bolsa Família estão na pobreza extrema ou na pobreza, afirmou Bentes. “Há necessidades de curtíssimo prazo, por conta da pandemia e da letargia da economia, e as famílias vão ter que fazer frente a esses gastos com alimentação, com medicamentos, serviços do dia a dia, transportes”, indicou.
Do total de R$ 59 bilhões que deverão ir para o consumo imediato, a CNC estimou que pela estrutura de gastos do brasileiro, cerca de 47% são consumo no comércio e no setor de serviços. “A gente estima que R$ 28 bilhões devem chegar ao comércio”. Isso significa um impulso de 1% a 1,5% no faturamento anual do varejo nacional.
Bentes advertiu, entretanto, que isso não vai salvar as vendas do comércio em 2022. “Mas pode ajudar o comércio a ter um ano menos amargo no momento em que a expectativa para a economia, este ano, tem sido corrigida para baixo. A expectativa é que a economia cresça 0,3% este ano. Então, ajuda no sentido de disponibilizar um pouco mais de recursos para consumo, o que acaba aliviando um pouco mais o ano difícil que o comércio vai ter pela frente”.
Endividamento
Diante do grau de endividamento da população, o percentual de recursos destinado ao pagamento de dívidas tende a ser relativamente alto dessa vez. Segundo dados do Banco Central (BC), 30,3% da renda média dos brasileiros estavam comprometidos com dívidas no terceiro trimestre do ano passado, maior patamar da série histórica iniciada em 2005. “Mas a gente sabe que, por conta da inflação, dos juros mais altos, o comprometimento da renda seguramente deve aumentar um pouco, pelo menos nessa primeira metade de 2022”.
Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil.
Veja também
- Calendário Auxílio Brasil 2022: confira as datas de pagamentos
- Preços do etanol: alívio deve seguir após disparada em 2021, dizem especialistas
- Carteiras recomendadas: veja ranking do desempenho de 8 corretoras no 4º tri
- Curva de juros recuando: as ações que saíram ganhando