1 – Eletronuclear, da Eletrobras, assina contrato com empreiteiras e vai retomar obras de Angra 3
A estatal Eletronuclear, do grupo Eletrobras (ELET3, ELET6), anunciou nesta quarta-feira (9) que assinou um contrato com empreiteiras que permitirá a retomada das obras da usina nuclear Angra 3, paralisada há anos, no litoral do Rio de Janeiro.
As obras serão tocadas por um consórcio formado pelas empresas Ferreira Guedes, Matricial e ADtranz, grupo vencedor da licitação para contratar os serviços do chamado ‘Plano de Aceleração do Caminho Crítico’ da usina. Hoje só há duas unidades nucleares em operação no País, Angra 1 e 2.
Segundo a empresa, o consórcio escolhido foi anunciado em julho de 2021. Superadas as etapas de recurso, as três companhias passaram por uma avaliação de ‘compliance’. Depois, a assinatura do contrato foi aprovada pelo Conselho de Administração da Eletrobras, no fim de janeiro.
O contrato prevê a conclusão da superestrutura de concreto do edifício do reator de Angra 3, além de uma parte da montagem eletromecânica, que inclui o fechamento da esfera de aço da contenção e a instalação da piscina de combustíveis usados para produzir energia.
O cronograma prevê outra licitação para contratar a empresa ou o consórcio que vai finalizar as obras civis e a montagem eletromecânica da usina. Os investimentos totais para concluir a usina foram estimados no ano passado em R$ 15 bilhões. Nenhum empreendimento em construção hoje no Brasil, em qualquer setor da infraestrutura, tem um custo que supere o de Angra 3.
A usina nuclear, que teve suas obras iniciadas em 1984 pelo governo militar, é, de longe, a construção mais cara do País. Por outro lado, a unidade paralisada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ), terá uma participação mínima, quando comparada à geração total de energia do País.
Hoje, o Brasil tem apenas duas usinas nucleares em operação, Angra 1 e 2, que somam cerca de 1,9 gigawatts de potência. No dia em que Angra 3 entrar em operação, em 2026, vai somar 1,4 GW extra de geração por fissão nuclear, chegando a um total de 3,3 GW. Com essa potência reunida, as três usinas responderão por apenas 1,5% da capacidade total de entrega de energia do País. Se considerado o fato de que, anualmente, cada vez mais usinas de outras fontes entram em operação, essa fatia tende a encolher ainda mais.
Os militares defendem que o investimento em energia nuclear deve ser feito pelo País, porque apoia o desenvolvimento local de tecnologias, explora as jazidas nacionais de urânio e traz mais segurança ao abastecimento, já que as plantas nucleares entregam o volume total de energia que suas turbinas podem gerar no momento em que o setor elétrico quiser, diferentemente de outras fontes ‘intermitentes’ – como hidrelétricas, eólicas e solar, que dependem das condições climáticas de chuva, vento e sol para proverem energia, sobre as quais não se tem controle total.
Entre especialistas do setor elétrico, há ainda menção ao alto custo da energia nuclear, ante outras fontes mais baratas, como eólica e hidrelétrica. Hoje, o Brasil soma 175 gigawatts (GW) de potência. Desse total, por exemplo, cerca de 51% estão ligados à geração hidrelétrica. Já as nucleares respondem por 1% da força total. A Eletronuclear afirma que, além de ter garantia plena de geração, Angra 3 passará a gerar o equivalente a 50% do consumo do Estado do Rio de Janeiro.
2 – Aprovada resolução que trata da participação obrigatória da Petrobras em blocos exploratórios
O presidente Jair Bolsonaro aprovou resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para estabelecer a participação da Petrobras (PETR3, PETR4) nos blocos exploratórios de Água Marinha e Norte de Brava, a serem ofertados no Sistema de Oferta Permanente, sob o regime de Partilha da Produção. A resolução será ainda publicada no Diário Oficial da União.
Em nota, a Secretaria Geral da Presidência da República explica que a Petrobras, no exercício do direito de preferência que lhe é assegurado por lei, já manifestou interesse em ser operadora dos blocos, nos quais terá participação de 30% no consórcio a ser formado com a empresa ou consórcio que vencer a licitação.
“Os demais blocos incluídos pela Resolução nº 26, de 2021, no Sistema de Oferta Permanente, poderão ser licitados sem indicação de participação obrigatória da Petrobras (blocos de Esmeralda, Ágata, Bumerangue, Sudoeste de Sagitário, Cruzeiro do Sul, Itaimbezinho, Turmalina, Jade e Tupinambá)”, diz a nota.
A resolução, segundo a Secretaria Geral, “cumpre as determinações legais para viabilizar a disponibilização dos blocos para a apreciação das empresas participantes do processo, possibilitando a nominação de áreas para início do ciclo de oferta permanente, de modo que se possa realizar o certame em 2022”. A expectativa do governo é que, com a medida, haja geração de empregos, atração de investimentos e recebimento de receitas de Bônus de Assinatura de até R$ 1,28 bilhão.
3 – Embraer faz acordo e encomenda de cargueiro KC-390 cai menos que o previsto por FAB
A Embraer (EMBR3) anunciou nesta quarta-feira (09) que fechou acordo para reduzir a encomenda de cargueiros KC-390 feita pela Força Aérea Brasileira (FAB), de 28 para 22 unidades, mas um corte menor do que o anunciado pela FAB no fim de 2021.
Em novembro, a FAB anunciou que reduziria a encomenda de forma unilateral para 15 unidades do KC-390, após não fechar um acordo com a fabricante brasileira na época.
Em 2014, Embraer e o Comando da Aeronáutica assinaram contrato para a produção do cargueiro no valor de R$ 7,2 bilhões em valores da época. A primeira aeronave foi entregue à FAB em 2019.
A Embraer afirmou agora que a redução da encomenda foi acertada com cláusulas que minimizam efeitos sobre a companhia. A empresa não deu detalhes, mas afirmou que a carteira de pedidos firmes foi reduzida em US$ 500 milhões.
A empresa mencionou ainda que o acordo poderá gerar impacto imediato de até US$ 50 milhões que será expresso no balanço financeiro do ano passado, previsto para ser divulgado em 24 de março. Porém, a companhia afirmou que isso não vai comprometer o atingimento do “guidance” para o ano.
4 – Banco do Brasil lança conta digital em dólar para correntistas
O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou nesta quarta-feira (9) o lançamento de uma conta digital em dólar, exclusiva para seus correntistas pessoas físicas. Batizada de Conta Easy!, a solução foi feita em parceria com o BB Americas Bank.
A Conta Easy permite aos clientes realizarem transferências sem tarifas de sua conta corrente pessoa física no Banco do Brasil diretamente para a sua conta digital em dólar no BB Americas, criando reserva para as suas viagens internacionais ou outras finalidades. Segundo o banco, a solução está disponível para correntistas do BB que não tenham sido clientes do BB Americas nos últimos 12 meses.
O BB destacou que, ao abrir a sua Conta Easy, o cliente receberá um cartão de débito bandeira Visa, que possibilitará a realização de compras em mais de 44 milhões de estabelecimentos comerciais em todo o mundo. Além disso, no exterior o cliente também poderá realizar saques em caixas eletrônicos, os chamados ATMs (Automated Teller Machine, em inglês). O cartão também poderá ser utilizado em carteiras digitais, como Apple Pay, Samsung Pay e PayPal.
Por meio do convênio que o BB Americas tem com as empresas Allpoint, Presto, Plus e Star, é possível ainda realizar saques sem tarifas com o cartão em cerca de 40 mil caixas eletrônicos nos Estados Unidos.
Entre os diferenciais da nova conta digital, estão um seguro de proteção financeira para depósitos até US$ 250 mil, tarifa zero de abertura e zero custos de manutenção. Também há disponibilidade de atendimento diário 24 horas em call centers que atendem em português, inglês e espanhol.
A abertura da Conta Easy pode ser feita diretamente no aplicativo do Banco Brasil. Ao acessar o app, o cliente escolhe o menu “Câmbio” e seleciona a opção “Conta BB Americas”. Em seguida, é direcionado para o site seguro do BB Americas, onde será necessário realizar o carregamento online de documentação (CNH ou RG com CPF e comprovante de residência).
5 – Dexco: lucro líquido recorrente soma R$ 407,057 mi no 4º tri; alta de 44,6%
A Dexco (DXCO3), fabricante de painéis de madeiras, revestimentos cerâmicos e louças e metais sanitários, obteve lucro líquido recorrente de R$ 407,057 milhões no quarto trimestre de 2021. O montante foi 44,6% maior do que no mesmo intervalo do ano anterior.
Os resultados foram impulsionados pelo nível alto de utilização da capacidade fabril instalada, com diluição de custos. Também houve melhora no mix de produtos comercializados e repasse de aumento de custos para os preços finais.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e recorrente atingiu R$ 588,114 milhões, avanço de 13,9% na mesma base de comparação.
A margem Ebitda recuou de 27,3% para 26,1%. A margem líquida subiu de 14,9% para 18,1%.
A receita líquida totalizou R$ 2,250 bilhões, crescimento de 18,9%.
O custo dos produtos vendidos aumentou e 21,1%, para R$ 1,325 bilhão, devido à pressão de custos dos insumos (em especial àqueles atrelados à produção de resina) e à alta nos preços do gás natural.
As despesas com vendas totalizaram R$ 331,0 milhões, valor 54,5% superior. No período foi internalizado time de representantes comerciais das Divisões Deca e Revestimentos Cerâmicos.
O resultado financeiro pro forma foi negativo em R$ 38,1 milhões, um aumento de 39,3%, afetado pela alta dos juros no País.
No fim do quarto trimestre, a Dexco tinha uma dívida líquida de R$ 2,448 bilhões, aumento de 65,7%. O total em caixa somava R$ 1,421 bilhão. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) estava em 1,12 vez, ante 1,15 vez um ano antes.
Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil.
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