O retorno médio do aluguel residencial ficou em 4,68% em abril, praticamente estável em na comparação com o resultado dos últimos meses, segundo dados divulgados nesta terça-feira (18) na pesquisa FipeZap.
A pesquisa monitora a rentabilidade do investimento em aluguel por meio da razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis. Essa medida (rental yield) serve de parâmetro para o investidor que opta em adquirir um imóvel com a finalidade de obter renda com aluguel ao longo do tempo.
Com o resultado de abril, a rentabilidade do investimento em aluguel ficou maior que o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que serve de referência para retornos de investimentos como CDB. Segundo a provedora de dados financeiros Economatica, o CDI rendeu 2,14% em abril, em 12 meses.
Por outro lado, o rendimento com aluguel ficou menor na comparação indicadores de rentabilidade de outros investimentos, como o IND FDO IMOB (índice de fundos imobiliários), que teve retorno anualizado de 9,89% em abril, também segundo a Economatica. Outro exemplo é o o IMA-B, termômetro para a rentabilidade de títulos ligados ao IPCA, teve retorno positivo em 12 meses de 9,66% em abril.
Aluguel segue abaixo da inflação
Para os inquilinos em busca de novos imóveis residenciais para alugar, o preço médio da locação apresentou alta de 0,19% para novos contratos em abril, após permanecer praticamente estável no mês de março, ainda segundo a pesquisa FipeZap.
Comparativamente, a variação mensal do Índice FipeZap de Locação Residencial no mês passado foi superada pela inflação, considerando tanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,31%, quanto o Índice Geral de Preços–Mercado (IGP-M), que avançou 1,51%. Com isso, houve queda real do preço médio do aluguel residencial no período.
No acumulado do ano e também em 12 meses, os valores do aluguel também apresentam perda real. Entre janeiro e abril, o Índice FipeZap de Locação Residencial acumula uma alta de 0,66% – bem menor que os 2,37% do IPCA e os 9,89% do IGP-M.
Já nos últimos 12 meses encerrados em abril, a alta acumulada dos preços é de 0,29% – contra 6,76% da inflação e 32% do IGP-M.
A pesquisa leva em consideração os valores para novos contratos em anúncios de imóveis disponíveis para locação residencial. Os contratos já existentes costumam ser corrigidos pelo IGP-M. No entanto, desde o início da disparada do índice desde 2020 em meio à alta do dólar e das commodities, muitos proprietários passaram a abrir mão do reajuste pelo IGP-M e a negociar com os inquilinos.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV), que calcula o IGP-M, já chegou inclusive a admitir que estuda a criação de outro índice para reajustar contratos de aluguel.
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Preço médio de locação residencial
Com base em dados de todas as 25 cidades monitoradas pelo índice FipeZap, o preço médio do aluguel do segmento encerrou o mês de abril em R$ 30,69/m².
Entre as 11 capitais monitoradas, São Paulo se manteve a com o preço mais elevado (R$ 39,67/m²), seguida pelos valores médios registrados em Brasília (R$ 32,83/m²), Recife (R$ 32,62/m²) e Rio de Janeiro (R$ 31,43/m²).
Já entre as capitais monitoradas com menor valor de locação residencial estão: Fortaleza (R$ 17,21/m²), Goiânia (R$ 18,29/m²), Curitiba (R$ 21,84/m²) e Belo Horizonte (R$ 24,06/m²).
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(* colaborou Fabiana Ortega)