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Economia

Como reajuste do salário mínimo impacta INSS, abono e seguro-desemprego?

Aumento do salário mínimo ao trabalhador foi de 1,3%; medida impacta o valor de benefícios e serviços que usam o piso como referência.

Entrou em vigor na segunda-feira (1º) o novo valor do salário mínimo, que passou de R$ 1.302 para R$ 1.320. O aumento ao trabalhador foi de 1,3%, ou, de R$ 18. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se comprometeu a enviar ao Congresso um projeto de lei que reajusta o valor do mínimo anual acima da inflação do país

A medida impacta o valor de benefícios e serviços que usam o piso como referência. Um exemplo é o seguro desemprego, o abono salarial PIS-Pasep, Benefício de Prestação continuada (BPC) além de benefícios do INSS que terão reajustes.

Segundo o Diesee, 22,7 milhões de pessoas serão atingidas pelo aumento. Veja detalhes abaixo:

Abono PIS/Pasep

Segundo o Codefat, o abono salarial PIS/PASEP de 2023 será pago a 23,6 milhões de trabalhadores em todo o país que tenham carteira assinada. Desse total, 21,4 milhões que trabalham na iniciativa privada receberão o PIS e 2,2 milhões de servidores públicos, empregados de estatais e militares têm direito ao Pasep.

Em 2023, têm direito ao benefício aqueles que trabalharam por mais de 30 dias durante o ano de 2022.

dinheiro

O valor é calculado proporcionalmente aos meses trabalhados, sendo que o teto para quem trabalhou o ano cheio é equivalente a um salário mínimo vigente.

Logo, o valor do abono salarial passa a variar de R$ 110 (valor da divisão do salário mínimo por 12 meses) a R$ 1.320 (montante cheio), de acordo com a quantidade de meses trabalhados.

Como ocorre tradicionalmente, os pagamentos serão divididos em seis lotes, baseados no mês de nascimento – no caso do PIS – , e no número final de inscrição, – no caso do Pasep. O dinheiro será depositado nas datas de liberação dos lotes e poderão ser sacados até 28 de dezembro de 2023. Após esse prazo, será necessário aguardar convocação especial do Ministério do Trabalho e Previdência.

Veja abaixo o calendário para recebimento do PIS em 2023:

Nascidos em:Recebem a partir de:
Janeiro15/02/2023
Fevereiro15/02/2023
Março15/03/2023
Abril15/03/2023
Maio17/04/2023
Junho17/04/2023
Julho15/05/2023
Agosto15/05/2023
Setembro15/06/2023
Outubro15/06/2023
Novembro17/07/2023
Dezembro17/07/2023
Ano-base 2021 | Codefat nº 968 de 15 de dezembro de 2022

Veja abaixo o calendário para recebimento do Pasep em 2023:

Final da inscriçãoRecebem a partir deRecebem até
015/2/202328/12/2023
115/3/202328/12/2023
2 e 317/4/202328/12/2023
4 e 515/5/202328/12/2023
6 e 715/6/202328/12/2023
8 e 917/7/202328/12/2023
Fonte: Codefat

INSS

Assim como no PIS/Pasep, quem recebe benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) terão direito ao reajuste. Logo, aposentadorias, auxílio-doença e pensão por morte entram no “pacote”.

O pagamento referente ao mês de maio já terá o reajuste do benefício para aqueles que recebem um salário mínimo.

a tabela de contribuição também muda. A alíquota mínima de primeira faixa de contribuição, de 7,5% passou do antigo salário mínimo de R$ 1.302 (até abril) para o atual, de R$ 1.320, um aumento de R$ 18. Acima deste valor, os percentuais da tabela se mantiveram inalterados até o teto, de R$ 7.057,49, cuja alíquota é de 14% (veja abaixo).

Tabela de contribuição do INSS 2023 atualizada

AlíquotaAntes do reajusteApós o reajuste
7,5%Até R$ 1.302,00Até 1.320,00
9,0%De R$ 1.302,01 a R$ 2.571,29De 1.320,01 até 2.571,29
12,0%De R$ 2.571,30 a R$ 3.856,94De 2.571,30 até 3.856,94
14,0%De R$ 3.856,95 a R$ 7.507,49De 3.856,95 até 7.507,49

Fonte: INSS

Seguro-desemprego

O trabalhador que tinha carteira assinada e foi demitido sem justa causa terá o seguro desemprego reajustado pelo novo piso. O cálculo a ser recebido vai depender da média salarial dos três meses que antecedem a demissão – mas sem que o valor da parcela seja inferior ao atual salário mínimo.

Os beneficiários que receberão a parcela em 11 de maio já verão o reajuste, de acordo com o Ministério do Trabalho.

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Novo salário mínimo

A partir da segunda-feira, o trabalhador que recebe salário mínimo teve o segundo reajuste do ano. O valor de R$ 1.320 originalmente estava previsto no Orçamento Geral da União de 2023. No entanto, foi adiado em quatro meses porque o salário mínimo neste valor não permitiria pagar os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) durante todo o ano.

O aumento para R$ 1.320 ficou em discussão porque os R$ 6,8 bilhões destinados pela Emenda Constitucional da Transição se mostraram insuficientes para bancar o aumento dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atrelados ao salário mínimo. Isso porque a forte concessão de aposentadorias e pensões no segundo semestre do ano passado criou impacto maior que o estimado para os gastos do INSS neste ano.

De acordo com o Ministério da Fazenda, além dos R$ 6,8 bilhões, o governo precisaria de R$ 7,7 bilhões para bancar o aumento do salário mínimo para R$ 1.320 ainda em janeiro. Inicialmente, a equipe econômica queria adiar o reajuste para 2024, mas o governo conseguiu encontrar recursos para o novo aumento do mínimo. O dinheiro veio do recadastramento do Bolsa Família, que eliminou 1,2 milhão de beneficiários em situação irregular apenas em abril.

Reajuste por inflação

Após os dois reajustes deste ano, um em janeiro e outro agora em maio, o governo busca discutir uma política de valorização permanente do salário mínimo a partir de 2024. Na última sexta-feira (28), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, informou que o governo em breve enviará um projeto de lei que retoma a fórmula que vigorou de 2012 até 2019.

Pela política anterior, o salário mínimo era corrigido pela inflação do ano anterior, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Caso o PIB encolha, haverá apenas a reposição pela inflação. O Ministério da Fazenda defendia outra fórmula, que incluiria a variação do PIB per capita e teria impacto menor no Orçamento, mas foi vencido.

Com Agência Brasil

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