2023 tem sido um ano mais generoso com os fundos imobiliários, uma vez que o índice de referência do setor na bolsa segue em retomada após três anos difíceis, devido à pandemia. No ano, o IFIX acumulava alta de 7,52% até o fechamento de 16 de junho, o que aponta para um termômetro mais favorável. Com isso, alguns FIIs seguem entregando bons retornos ao investidor.
Levantamento da Quantum Finance aponta os 10 FIIs que mais acumularam alta no ano até o final de maio, seja em valorização das cotas como em rendimentos distribuídos. No entanto, foram considerados os fundos que tivessem pelo menos uma negociação diária – o que aponta que alguns podem ter baixa liquidez. Veja lista abaixo:
10 FIIs com maiores retornos de cotas em 2023*
Ranking | Nome do ativo | Ticker | Retorno |
1 | KINEA II REAL ESTATE EQUITY FII | KNRE11 | 43,75% |
2 | TELLUS PROPERTIES FII | TEPP11 | 25,15% |
3 | VIDA NOVA FII | FIVN11 | 20,57% |
4 | GENERAL SHOPPING OUTLETS DO BRASIL FII | GSFI11 | 19,60% |
5 | BRESCO LOGÍSTICA FII | BRCO11 | 19,46% |
6 | NAVI IMOBILIÁRIO TOTAL RETURN FII | NAVT11 | 16,91% |
7 | MOGNO HOTÉIS FII | MGHT11 | 16,65% |
8 | VINCI SHOPPING CENTERS FII | VISC11 | 15,54% |
9 | KINEA CREDITAS FII | KCRE11 | 14,99% |
10 | CSHG IMOBILIÁRIO FOF FII | HGFF11 | 14,62% |
O FII Kinea II Real State Equity (KNRE11) viu suas cotas acumularem alta de 43,75% até 31 de maio deste ano. No entanto, o fundo encontra-se em fase de desinvestimento, segundo carta da gestora, e as distribuições realizadas são compostas por rendimento e devolução de capital; logo, não reflete a dinâmica dos demais fundos imobiliários. O fundo tem como prazo para acabar em agosto deste ano.
Por isso, a variação das cotas está bem acima da segunda posição do ranking, ocupada pelo Tellus Properties FII (TEPP11). O fundo tem em carteira cinco imóveis localizados em bairros nobres da capital paulista. A taxa de vacância está em 5,18%, e o patrimônio líquido do FII é de R$ 402 milhões.
Recentemente o fundo levantou mais de R$ 26,5 milhões pela venda de unidades em um dos edifícios de sua propriedade, o que levou os cotistas terem um retorno de R$ 0,40 por cota.
Como o TEPP11 tinha dívidas devido à aquisição de outros imóveis em dois edifícios (São Luiz e Fujitsu), parte do recurso foi utilizado para amortização dos débitos, o que reduziu em 33% o endividamento do FII.
“Com essas liquidações, o fundo teve uma redução de 33% nas dívidas e logo a alavancagem da carteira passou a ser de 10,2% do patrimônio líquido”.
trecho de relatório gerencial do tepp11
10 FIIs com maior DY em 2023*:
Ranking | Nome do Ativo | Ticker | Dividend Yield |
1 | LIFE CAPITAL PARTNERS FII | LIFE11 | 7,04% |
2 | JPP CAPITAL RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII | JPPA11 | 7,02% |
3 | CARTESIA RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII | CACR11 | 6,81% |
4 | URCA PRIME RENDA FII (hY) | URPR11 | 6,71% |
5 | HABITAT RECEBÍVEIS PULVERIZADOS FII | HABT11 | 6,70% |
6 | MOGNO HOTÉIS FII | MGHT11 | 6,65% |
7 | VOTORANTIM SECURITIES MASTER FII | VOTS11 | 6,58% |
8 | RIZA AKIN FII | RZAK11 | 6,57% |
9 | VINCI CREDIT SECURITIES FII | VCRI11 | 6,55% |
10 | RBR PREMIUM RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII | RPRI11 | 6,44% |
Já entre os 10 fundos que entregaram os maiores retornos em dividend yield (relação entre os rendimentos pagos em dividendos e o preço atual da cota), o Life Capital Partners FII (LIFE11) encabeça o ranking. O fundo retornou aos cotistas 7,04% em DY no acumulado do ano até 31 de maio.
Este é um fundo híbrido com patrimônio líquido de R$ 175 milhões e que está exposto em maior parte ao setor de loteamento em especial na região sul do Brasil. São 12 projetos que constam no portfólio do fundo com boa parte da carteira atrelada à inflação (51% ao IPCA e 21% ao IGP-M). Já os 28% restantes estão atrelados ao CDI.
O fundo investe também em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) além de outros instrumentos de dívida imobiliária com taxas atreladas ao IPCA, IGP-M e CDI.
Estes recebíveis são títulos de crédito lastreados em empreendimentos imobiliários, como financiamentos e aluguéis. Ao adquirir cotas do fundo, os investidores recebem rendimentos com base nos pagamentos dos CRIs, possibilitando investir no mercado imobiliário sem comprar imóveis diretamente.
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