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Finanças

58% procuraram crédito em fintechs durante pandemia, diz Serasa

No pós-pandemia, 54% dos brasileiros devem procurar crédito em sites ou apps de bancos digitais e 44% nas plataformas de bancos tradicionais.

dinheiro

A pandemia potencializou a procura de crédito dos brasileiros em bancos digitais e fintechs, segundo um estudo apresentado pela Serasa com a Opinion Box nesta terça-feira (27).

De acordo com o levantamento, cerca de 58% dos consumidores acredita que as plataformas digitais oferecem melhores condições de pagamento quando o assunto é crédito. Contudo, segundo a Serasa, a centralização do crédito ainda está concentrada nos cinco grandes bancos. “Estes detêm 79% de toda a concessão de crédito, dos diferentes produtos financeiros no Brasil hoje”, apontou Amanda Raposo, gerente do Serasa eCred, em coletiva.

Segundo ela, esta concentração vem melhorando nos últimos cinco anos, e na pandemia com a necessidade de digitalização este movimento se potencializou.

A depender do tipo de crédito, a concentração dos grandes bancos é maior, por exemplo no crédito habitacional, eles são responsáveis por 98% dos financiamentos, no cartão de crédito este percentual é de 72%.

Já em áreas como empréstimo pessoal e financiamento de veículos, a concentração diminui com participação de 56% e 51%, respectivamente. “A maioria das fintechs surgiram oferecendo empréstimo pessoal e isso ajudou a criar um ambiente plural de ofertas, aumentando o poder de barganha do consumidor, de avaliar e comparar preços”, reforçou Amanda.

A pesquisa entrevistou 2068 pessoas de todo o Brasil, nos meses de junho e julho de 2021. Segundo o levantamento, 79% dos brasileiros utilizaram algum tipo de crédito durante a pandemia.

Uso de crédito na pandemia

Segundo o estudo do Serasa, durante a pandemia 79% dos brasileiros utilizaram algum tipo de crédito, destes 32% apontaram ter buscado crédito 6 vezes ou mais.

Em relação aos tipos de crédito mais utilizados o cartão de crédito liderou com 62% de procura. Os brasileiros também recorreram a outras modalidades na pandemia, tais como empréstimos com amigos ou familiares (14%), cheque especial ou limite em conta (12%) e empréstimo pessoal sem garantia (10%).

Entre os entrevistados que já tinham cartão de crédito, 88% apontaram ter utilizado alguma fonte de crédito na pandemia, enquanto 51% teve dificuldade de acesso a esta modalidade e 35% teve o crédito recusado.

Já entre aqueles que não tinham nenhum cartão de crédito, 37% usou alguma fonte de crédito durante a pandemia, 67% teve dificuldade de acesso e 46% teve o recurso negado.

Mesmo com as taxas de juros em patamares baixos, atualmente a Selic está em 4,25% ao ano, 59% dos entrevistados apontaram não ter sentido esses efeitos nos seus empréstimos e financiamentos. A percepção do consumidor é que os juros foram mais elevados durante a pandemia.

Diferenças entre classes sociais

De acordo com a pesquisa, as classes A e B foram as que menos procuraram informações sobre crédito, no entanto estas tiveram mais facilidade de aprovação.

Nestas, 95% dos entrevistados possui cartão de crédito, enquanto 74% afirmaram ter mais de dois cartões. Em relação aos limites, 42% tinham mais de R$ 10,5 mil, 16% entre R$ 7,6 mil e R$ 10,5 mil e 18% no patamar de R$ 3,6 mil a R$ 7,5 mil.

Nas classes A e B, apenas 41% teve dificuldade de conseguir crédito na pandemia e 18% teve o crédito negado.

Já nas classes C e D, 79% dos entrevistados afirmaram ter cartão de crédito e 64% possui mais de dois cartões.

Destes, 32% tem um limite de crédito entre R$ 1 mil e R$ 3,5 mil, enquanto 31% desta classe social tem até R$ 1 mil de crédito liberado.

Neste grupo, a dificuldade de acesso ao crédito aumenta. Nas classes C e D, 55% teve dificuldade de conseguir crédito e 41% teve o crédito negado.

Diferenças de gênero

No gênero também foram encontradas diferenças, embora 85% dos homens têm cartão de crédito, as mulheres representam 80%, contudo a divergência ocorre nos limites liberados pelas instituições financeiras.

No caso dos homens, 48% tem um limite superior a R$ 3,6 mil e 52% tem um limite de até R$ 3,5 mil. Já nas mulheres, apenas 41% tem um limite superior a R$ 3,6 mil e 59% se encaixa no limite de até R$ 3,5 mil.

Segundo Felipe Schepers, COO da Opinion Box, esta disparidade ainda reflete dinâmicas do mercado de trabalho atual, onde homens recebem melhores remunerações do que as mulheres.

Ele ainda destaca que apesar da democratização do mercado de crédito estar avançando, as diferenças apontadas no estudo entre as classes AB e CD comprovam que existe um grande desafio pela frente.

Crédito Recusado

Entre os entrevistados, 37% tiveram o crédito recusado. Os principais motivos foram: renda baixa ou ausência de renda (40%) e inadimplência (35%).

Com o crédito negado, os brasileiros procuraram outras soluções: 37% procurou bancos digitais, 28% desistiu da procura, 27% pegou dinheiro emprestado com amigos e familiares, 19% tentou em outros bancos, 13% foi para o cheque especial e 7% procurou crédito em fintechs.

O crédito na retomada econômica

De acordo com a pesquisa, 63% dos brasileiros acredita que o crédito será um elemento importante para a retomada econômica.

Entre os entrevistados, 62% garantiu que pretende usar alguma forma de crédito após a pandemia:

  • 40% devem recorrer ao cartão de crédito
  • 9% a empréstimos com amigos e familiares
  • 8% a empréstimo pessoal
  • 8% a empréstimo consignado
  • 8% a financiamento

Deste total, cerca de 54% deve procurar crédito no site ou aplicativos dos bancos digitais e 44% nas plataformas dos bancos tradicionais.

A maior procura por bancos digitais está entre os consumidores do Norte e Nordeste, com 58% de participação, enquanto no Sul e Sudeste será de 57% e 52%, respectivamente.

O uso do cartão de crédito, será na sua maioria para compra de produtos essenciais, como alimentos e higiene pessoal segundo 70% dos entrevistados.

No caso dos financiamentos, 51% apontaram que pretendem destinar o dinheiro para comprar um carro ou uma casa.

Já o empréstimo pessoal ganha um novo papel: o de pagar dívidas. No caso do empréstimo com garantia, 49% dos entrevistados devem destinar o dinheiro para este fim, e no empréstimo sem garantira a proporção é 55%.

Entre os que preferem empréstimo consignado, 60% deve usar o recurso para pagar as dívidas.

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