ARTIGO*
Apesar das incertezas macroeconômicas mundiais e uma queda de 71,5% do bitcoin (BTC) desde seu topo histórico, a maioria dos investidores da moeda segue tranquila, segurando o ativo sem realizar venda.
De acordo com dados recentes do TipRanks, 62% das carteiras de criptomoedas que possuem bitcoin não vendem o ativo há mais de um ano — mesmo em um mercado em plena turbulência e de rumo extremamente incerto.
Em outras palavras, isso significa que mais da metade de todos usuários de BTC são holders, termo atribuído aos investidores de longo prazo.
Vale notar que o ouro 2.0 ainda conta com um cenário amplamente desfavorável, entre eles várias notícias clickbait alegando que “bitcoin morreu”, assim como se encontra em um ambiente de alta inflação junto com as elevações das taxas de juros do banco central norte-americano (Federal Reserve, Fed).
Embora o curto prazo seja incerto e pareça ser o “fundo do poço”, os proponentes intrínsecos da tecnologia do bitcoin fazem com que o atual mercado de queda — e desespero — seja visto como uma oportunidade indispensável para adquirir a moeda pagamento muito pouco.
Conforme os dados históricos, todos os holders que compraram a maior criptomoeda do mercado e a mantiveram em carteira por pelo menos 4 anos nunca viram seu dinheiro derreter igual acontece em uma perspectiva de curto prazo.
Curto prazo não é motivo de preocupação
O bitcoin está correlacionado ao risco e fortes oscilações no curto prazo? Claro que está. Contudo, todos os ativos, até mesmo os títulos de renda fixa das finanças tradicionais estão.
O momento é desafiador em razão dos fatores externos às criptomoedas, uma vez que a inflação continua crescendo e a possibilidade de recessão nos Estados Unidos começa a se mostrar inevitável e os investidores tendem a buscar ativos de menos riscos.
No entanto, o bitcoin é descentralizado, escasso e sem controle de entidades ou governos, características internas que não se alteram independente do cenário macroeconômico.
Por isso, indo na contramão do que se espera, uma pesquisa recente feita pela plataforma de análise Appinio mostrou que 40% dos entrevistados acredita que BTC é a melhor oportunidade de investimento nos próximos três meses, fato que só reforça os dados do TipRanks.
Mais métricas relevantes, menos ruídos
No momento, mais de 19 milhões de bitcoins já estão no mercado. Isso quer dizer que, do total da oferta máxima de 21 milhões de unidades, mais de 91% das moedas da rede já foram criadas.
Com a popularização e conhecimento sobre a criptomoeda cada vez mais disseminado globalmente, os investidores de várias gerações estão demonstrando um nível de maturidade, sem deixar as emoções ditarem decisões importantes sobre dinheiro.
Olhando do ponto de vista mais racional, embora o preço do bitcoin tenha sofrido várias quedas ultimamente, quase um quarto da oferta circulante permaneceu nas carteiras.
Ao que tudo indica, os investidores holders sabem que mineração da última fração de bitcoin está prevista para o ano de 2140, assim como têm conhecimento de que a rede, com 13 anos de histórico ininterrupto de funcionamento, continua intacta.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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