O bitcoin (BTC) subia nesta quinta-feira (4), com os investidores reagindo aos últimos sinais de estresse no setor bancário regional dos EUA e digerindo a decisão de política monetária do Federal Reserve (FED) em aumentar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 5% a 5,25%.
A cripto de maior valor de mercado subia 2,9% às 7h nesta quinta, negociada a US$ 29.241. Já no decorrer do dia, a moeda chegou a cair 0,3%, segundo o Tradeview. Nas últimas três semanas, o bitcoin chegou a superar a marca dos US$ 30 mil após um salto de 76% neste ano.
Segundo Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move, era esperado que o mercado cripto não reagisse negativamente com a alta do juros americano em 0,25%. Agora, caso o aumento do Fed fosse mais intenso, a volatilidade seria maior porque estaria fora da previsão do teto de juros.
“Tudo anda mais ou menos dentro do esperado dado que o cenário [de juros nos EUA] já se consolidou e o bitcoin deve ficar oscilando neste ano dentro dos US$ 40 mil. Claro que essa onda pode mudar de direção mediante mudança de política do Fed”.
TASSO LAGO, ESPECIALISTA EM CRIPTOMOEDAS
Essa recuperação parcial vem após o chamado “inverno cripto” do ano passado, causado em maior parte por polêmicas como a quebra da exchange FTX. Mas, agora, outra série de turbulências envolvendo a quebra de bancos regionais americanos vem favorecendo as criptomoedas.
Quebra de bancos aciona alerta para crise
As falências do Silicon Valley Bank, Signature Bank, Silvergate Bank e First Republic Bank acionaram o alerta para uma crise financeira nos EUA. O PacWest Bancorp é o mais recente foco de preocupação sobre os bancos regionais americanos. E com condições de crédito mais apertadas – dado a alta dos juros -, alimenta-se expectativas de turbulência econômica.
Com isso, defensores do bitcoin argumentam que a falta de confiança na moeda fiduciária está reforçando o interesse em criptomoedas, por serem consideradas uma alternativa ao sistema financeiro tradicional.
Segundo o TradingView, a dominância de mercado (parcela do valor de mercado) do bitcoin subiu de 42% para 49% em março, sendo este o maior percentual em 22 meses. Já o ETF SPDR S&P – que replica o comportamento de ações de bancos regionais nos EUA – teve queda de mais de 35% em igual período.
Bitcoin é o novo ouro?
Para Tasso Lago, a tese de que o bitcoin é uma proteção de capital é validada uma vez que a moeda está subindo junto com o ouro e sua dominância vem se mantendo.
“Tem muitas mais pessoas entrando no mercado cripto e fazendo prevalecer o BTC como um porto seguro”.
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Segundo o especialista, o bitcoin é o novo ouro uma vez que vem fazendo movimentos de defesa de proteção de capital – “o que fortalece mais visão de longo prazo” – e sendo uma alternativa ao sistema financeiro tradicional.
O analista também ressaltou que o BTC foi criado na crise do Subprime – que foi a crise financeira causada pela quebra de bancos em 2008.
“Ele [bitcoin] veio justamente do resgate dos bancos perante o Estado, então estamos vendo mais uma vez o BTC sendo uma inspiração para os investidores. E acho que quem não investe é maluco”.
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