* ARTIGO
O bitcoin (BTC) é a criptomoeda mais popular e valiosa do mundo, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 800 bilhões. Muitas empresas e investidores têm apostado no potencial do BTC como reserva de valor, meio de pagamento e ativo de diversificação.
Entre os principais players destaca-se a MicroStrategy, empresa de software co-fundada por Michael Saylor que possui cerca de 189 mil bitcoins em caixa, equivalentes a mais de US$ 8,1 bilhões. Ela é seguida da Marathon Digital Holdings e da Tesla (TSLA34), detendo 13.726 e 9.720 BTC, respectivamente.
A MicroStrategy é atualmente a maior detentora de bitcoin do mundo, mas pode perder esse posto em breve para outra gigante do mercado financeiro: a BlackRock (BLAK34), a líder na gestão de ativos do mundo com mais de US$ 9 trilhões sob sua administração.
Ainda que — teoricamente — esteja longe dos top 3 maiores detentores de BTC, a expectativa de que a BlackRock ultrapasse a MicroStrategy se dá pela aprovação inédita pela Sec de 11 pedidos de ETFs de BTC à vista. Um deles foi o da gestora.
Primeiros 11 ETFs de bitcoin à vista da história aprovados pela Sec |
GBTC – GRAYSCALE |
IBIT – BLACKROCK |
EZBC – FRANKLIN TEMPLETON |
BRRR – VALKYRIE |
BTCO – INVESCO/GALAXY; |
DEFI – HASHDEX |
HOLD – VANECK |
FBTC – FIDELITY |
BITB – BITWISE |
ARKB – ARK INVEST |
O fundo ETF iShares Trust da BlackRock (IBIT), listado na Nasdaq, foi um sucesso imediato. Segundo o analista de ETFs da Bloomberg Eric Balchunas, em apenas dois dias o ativo subiu 22,5% e captou mais de 11 mil bitcoins, o equivalente a quase US$ 500 milhões. Logo, a BlackRock não tem mais “apenas” 8.000 BTC anteriores ao lançamento do fundo.
Junto às falas de Larry Fink, CEO da maior gestora do mundo, esses feitos colocaram a BlackRock no radar dos entusiastas do bitcoin, prevendo que é questão de tempo até que se torne a empresa líder mundial na detenção de BTC.
Curiosamente, a atual posição de Fink é uma guinada drástica em relação a 2017, quando ele considerava o bitcoin um “meio de lavagem de dinheiro”. Hoje, ele acredita que a criptomoeda é extremamente importante em países com regimes autoritários e problemas econômicos.
“Se você está em um país com medo do futuro, do governo, ou preocupado com a desvalorização da moeda devido a déficits excessivos, o bitcoin representa uma reserva potencial de valor a longo prazo”, afirmou.
Especulação embasada em dados
Analisando a wallet (carteira digital) da Coinbase, a corretora que está sendo escolhida para custodiar os BTCs adquiridos por algumas gestoras com os ETFs aprovados, foi identificado dois endereços com duas peculiaridades: foram criados recentemente e ambos têm US$ 130 milhões cada.
Especificamente, um desses endereços foi criado no dia 5 de janeiro, o mesmo dia em que a BlackRock anunciou a compra de BTC.
Ainda que a gestora não tenha se manifestado, a especulação sobre ela ser a detentora das carteiras bate. Se o ritmo de captação de BTCs se mantiver, a empresa deterá um montante astronômico da criptomoeda em pouco tempo.
Mais do que números
A possível ultrapassagem da BlackRock sobre a MicroStrategy não é apenas uma questão de números, mas também de significado. A gestora é um dos players mais influentes e respeitados do setor financeiro tradicional.
Durante entrevista no programa “Squawk Box” da CNBC, Fink destacou os ETFs de bitcoin como o primeiro passo de uma revolução tecnológica iminente no que se refere ao setor financeiro.
Segundo ele, a BlackRock tem uma visão ampla e estratégica sobre o futuro das finanças, que inclui a tokenização de ativos e a digitalização de processos.
“Os ETFs de BTC são o primeiro passo da revolução tecnológica nos mercados financeiros. O segundo passo será a tokenização de todos os ativos”, disse.
Mesmo antes do lançamento dos ETFs de bitcoin inéditos, a ideia de tokenizar ativos do mundo real, como imóveis, ações e ouro, já estava sendo considerada ativamente por várias instituições financeiras.
Devido ao seu peso no mercado, o envolvimento da BlackRock com o bitcoin e as novas tecnologias demonstra um reconhecimento da criptografia como algo legítimo e relevante. Portanto, a BlackRock não está apenas confiando no BTC, mas também liderando uma mudança de paradigma no mundo das finanças.
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