O número de contas de pessoas físicas que investem na bolsa brasileira alcançou a marca histórica de 4 milhões, segundo dados da B3 referentes ao terceiro trimestre deste ano. O patamar representa um aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O número representa a quantidade de contas abertas por pessoas físicas em cada corretora no Brasil – já o número de CPFs únicos é de 3,4 milhões, pois uma mesma pessoa pode ter conta em diversas corretoras.
No terceiro trimestre, a bolsa atingiu um total de R$ 519 bilhões em recursos sob custódia, um aumento de 37% ante o penúltimo trimestre de 2020. Com 1,1 milhão de contas de mulheres e 2,9 milhões de homens, o valor em custódia da pessoa física é de R$ 490 bilhões.
A intensa chegada de novos investidores à bolsa vinha sendo observada desde 2019, momento em que se iniciou um ciclo de queda gradual da taxa de juros no país, até chegar ao menor nível da história, em 2% ao ano. Agora, o cenário é de alta da Selic, que está atualmente no patamar de 7,75% ao ano.
Segundo a B3, desde 2020, a média de investidores que fazem ao menos um negócio no mês está acima de 1 milhão. No 3º trimestre de 2021, mais de 1,5 milhão de investidores fizeram ao menos uma operação no segmento de equities por mês. Esses investidores também ganharam participação no volume negociado e representam 24% do volume na B3.
Ações, FIIs, ETFs e BDRs
A quantidade de investidores pessoas físicas que investem em ações no mercado à vista alcançou 2,9 milhões no terceiro trimestre, com R$ 419 bilhões sob custódia na B3. Já o número dos que investem em fundos imobiliários (FIIs) bateu a marca de 1,5 milhão no período, o que representa um aumento de 40%.
Já o número de CPFs que investem em ETFs (fundos de índice) chegou a 474 mil no trimestre, um salto de 96% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 10 bilhões em recursos sob custódia na B3.
Por sua vez, a quantidade de investidores pessoas físicas de BDRs não patrocinados (recibos de ações listadas no exterior) alcançou a marca de 262 mil CPFs, uma evolução de 1.414% em relação ao terceiro trimestre de 2020. Vale lembrar que os BDRs passaram a ser acessíveis para o pequeno investidor a partir de outubro do ano passado.
Faixa etária e diversificação
Os dados confirmam que a maior parte dos novos investidores (48%) entra no mercado de equities na faixa de 25 a 39 anos. A faixa entre 19 e 24 anos está na sequência, com 24% dos novos investidores.
Diversificação é uma característica que tem se tornado cada vez mais recorrente na carteira dos investidores. Em 2016, 78% das pessoas físicas detinham apenas ações em seus portfólios. Em 2021, esse número caiu para 49%.
Observa-se, também, a diversificação dos investidores nos tickers negociados. Em 2016, 39% das PFs possuíam apenas 1 ativo em carteira, hoje, esse número caiu para 21%. Isso significa que um a cada dois investidores possui mais de 5 tickers na carteira.
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