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Finanças

Bolsa fecha em alta de 2,16%, puxada por fala de Guedes e NY; dólar cai

Na semana, índice acumulou ganhos de 3,76%

bolsa de valores ibovespa B3

Apesar da sexta-feira (13) foi um dia de otimismo para o mercado. O Ibovespa fechou em alta de 2,16% aos 104.723 pontos. Na semana, o índice da B3 acumulou ganhos de 3,76%.

O principal motivo foi a fala de Paulo Guedes, ministro da Economia, que descartou a prorrogação do auxílio emergencial e reforçou o seu compromisso com o teto de gastos. O ministro evitou usar a palavra hiperinflação e afirmou que trabalha em um cenário de “pandemia descendo e vacina chegando”.

As declarações de Guedes aliviaram o mercado, muito preocupado com o risco fiscal.

Nos Estados Unidos, os investidores desconsideraram o aumento de casos de coronavírus e focaram na política, com a consolidação da vitória de Biden após recontagem de votos. A China também reconheceu Biden como presidente o que impulsionou ainda mais os ganhos.

Os resultados de balanços corporativos das companhias também animaram o mercado, com grandes altas como Disney e Cisco.

As bolsas americanas fecharam em alta: Dow Jones subiu 1,37%, o índice S&P 500 avançou 1,36% e Nasdaq valorizou 1,02%.

Na Europa, também foi um dia de alta generalizada com exceção de Londres que recuou 0,36%, a 6.316,39 pontos.

No cenário doméstico, além do aceno de Guedes ao teto de gastos, o Ibovespa valorizou com bons resultados na safra de balanços e companhias superando as expectativas.

O dólar comercial fechou em queda de 0,05%, cotado a R$ 5,475. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,525.

Na semana, o dólar acumulou alta de 1,5% devolvendo parte da queda na semana anterior. O mercado de câmbio sofreu forte volatilidade nos últimos dias com o risco fiscal no radar.

As principais dúvidas dos investidores sobre o orçamento brasileiro continuam sem resposta, sendo a principal delas como o governo pretende financiar seus programas sociais em 2021. Esse ambiente de incerteza fiscal em alta ajudou o real a se descolar de outras moedas emergentes nos últimos dias, mesmo com o forte ingresso de capital externo para a Bolsa, com entradas diárias recordes, superando os R$ 11,7 bilhões esta semana.

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Prévia do PIB no 3º tri

Com o quinto mês consecutivo de melhora na atividade econômica, o Banco Central informou nesta sexta-feira (13), que seu Índice de Atividade (IBC-Br) registrou alta de 9,47% no acumulado do terceiro trimestre de 2020 – meses de julho a setembro -, na comparação com o trimestre de abril a junho, pela série ajustada sazonalmente.

Impactado pelos dos efeitos da pandemia de covid-19 sobre a economia, o mesmo índice concentrou baixa de 4,93% no acumulado do ano até setembro. O porcentual diz respeito à série sem ajustes sazonais. Pela mesma série, o IBC-Br apresenta baixa de 3,32% nos 12 meses encerrados em setembro.

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, apesar de percebidos em fevereiro, se intensificaram em todo o mundo a partir de março.

Para conter o número de mortos, o Brasil adotou o isolamento social em boa parte do território, o que impactou a atividade econômica. Os efeitos negativos foram percebidos principalmente em março e abril. Nos últimos cinco meses, porém, o IBC-Br já demonstrou reação.

Conhecido como uma espécie de “prévia do BC para o PIB”, o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses.

Segundo Murilo Breder, analista da Easynvest, o auxílio emergencial de R$ 600 devolveu o poder de compra do brasileiro e auxiliou na recuperação em V da economia brasileira. Contudo a dúvida é se esta mesma recuperação se repete com um auxílio menor de R$ 300 ou sem auxílio em 2021. “Se o impacto for grande, a pressão por mais estímulos aumentará certamente”, avalia.

Ele aponta que a prova do bom desempenho econômico foram os balanços das companhias que mostraram resiliência elevada apesar da pandemia. “As empresas comprovaram que conseguem continuar operando e produzindo apesar dos novos desafios”, explica.

Destaques da Bolsa

As maiores altas do dia foram: Yduqs (YDUQ3) que valorizou 9,76%, seguida de IRB Brasil (IRBR3) e Intermédica (GNDI3) que avançaram 7,70% e 7,46%, respectivamente.

No lado oposto do índice recuaram: Multiplan (MULT3) com queda de 2,35%, Magazine Luiza (MGLU3) que desvalorizou 1,49% e CSN (CSNA3) caiu 1,18%.

Ainda no cenário corporativo, Breder destaca o Banco Inter (BIDI4) que foi a maior alta do IBrX-100, índice com as 100 maiores ações da Bolsa, valorizando 11,7%.

Segundo o analista, o banco surpreendeu o mercado chegando a 7,2 milhões de correntistas no terceiro trimestre de 2020, um crescimento de 120% na comparação anual. O banco também registrou alta de 45% nas receitas líquidas.

“O Inter mostrou crescimento expressivo de 128% na receita de serviços, na contramão de grandes bancos. E impulsionado pelo Shopping, os números indicam que o varejo é uma nova avenida de crescimento para o banco”, afirma.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta sexta-feira, 13, e o índice acionário S&P 500 registrou recorde histórico de fechamento. O pregão foi de apetite por risco nos mercados internacionais, com a percepção de investidores de que a consolidação da vitória de Joe Biden nas eleições americanas reduz o espaço para que as contestações judiciais de Donald Trump tenham algum efeito.

No fechamento, o Dow Jones subiu 1,37%, a 29.479,81 pontos; o S&P 500 avançou 1,36%, a 3.585,15 pontos, recorde histórico de fechamento; e o Nasdaq registrou ganho de 1,02%, a 11.829,29 pontos. Na comparação semanal, os dois primeiros acumularam alta de 4,08% e 2,16% respectivamente. Já o Nasdaq caiu 0,55% na semana, já que as ações de tecnologia foram as que mais recuaram após as notícias promissoras sobre vacinas no início da semana.

“Os riscos políticos representados pela recusa de Donald Trump em reconhecer a vitória eleitoral de Joseph Biden estão começando a se dissipar à medida que mais e mais legisladores republicanos começam a se distanciar do atual presidente”, comenta o analista Boris Schlossberg, da BK Asset Management. “Essa ameaça parece ter desaparecido e os mercados podem estar vendo uma pequena recuperação de alívio como resultado”, acrescenta.

A imprensa americana projetou hoje a vitória de Biden na Geórgia, um estado que ainda fará recontagem dos votos, o que, porém, não tende a alterar o resultado, de acordo com especialistas. O democrata também venceu no Arizona, enquanto Trump triunfou na Carolina do Norte. Com essas atualizações, Biden deve obter 306 delegados no Colégio Eleitoral e Trump, 232.

No Arizona, a equipe de Trump desistiu de um processo que questionava a votação. Já o apresentador da Fox News Geraldo Rivera, que é próximo ao republicano, disse que Trump é um “realista” e “fará a coisa certa”.

Um recado veio também de Pequim: a China parabenizou Biden pela vitória. De acordo com o editor-chefe do jornal Global Times, Hu Xijin, a intenção do país asiático é demonstrar simpatia por Biden e pela vice-presidente eleita, Kamala Harris, ao mesmo tempo em que reage “aos recentes ataques violentos” vindos do secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

No S&P 500, o subíndice de energia liderou os ganhos (+3,81%), seguido pelo do setor imobiliário (+2,28%). O setor de tecnologia, que foi o mais pressionado pelas notícias promissoras sobre vacinas, já que as gigantes de tecnologia se beneficiaram do isolamento social na pandemia, subiu 0,86% hoje.

As ações da Chevron avançaram 2,93%, as da Amazon subiram 0,60% e as do Facebook registraram alta de 0,68%. Os papéis da Walt Disney, que divulgou balanço após o fechamento do mercado ontem, ganharam 2,10%.

Bolsas na Europa

As bolsas da Europa fecharam majoritariamente em alta nesta sexta (13) encerrando em tom positivo uma semana marcada por fortes ganhos, em meio ao otimismo pelo desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o coronavírus. A leitura positiva do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no terceiro trimestre alimentou o apetite por risco, mas avanço acelerado da covid-19 pelo continente segue como foco de preocupação.

O índice Stoxx 600, que reúne as principais ações da região, encerrou em alta de 0,01%, a 385,18 pontos, com avanço semanal de 5,13%.

A bolsa de Londres contrariou o movimento ascendente das praças europeias e cedeu 0,36% na sessão de hoje, a 6.316,39 pontos, mas saltou 6,88% na semana. As perdas foram puxadas pelo setor de exportação, pressionado pelo fortalecimento da libra, em meio às especulações de renúncia de Dominic Cummings, um dos representantes da linha-dura no gabinete do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no que diz respeito ao Brexit – a saída do Reino Unido da União Europeia.

Para o ING, a saída de Cummings é um bom sinal para o futuro das relações bilaterais entre o país insular e o bloco europeu. “Na margem, isso deve balançar o pêndulo das probabilidades em direção a um acordo comercial”, explica o banco.

Na bolsa de Paris, o CAC 40 avançou 0,33% nesta sexta-feira e 8,45% em relação à última, a 5.380,16 pontos. Em Frankfurt, o DAX ganhou 0,18%, 13.076,72 pontos, uma alta semanal de 4,78%. Investidores reagiram bem à informação de que o PIB da zona do euro cresceu 12,6% no terceiro trimestre de 2020 ante o segundo, de acordo com a Eurostat, a agência de estatísticas da UE. Já as exportações no bloco subiram 4,1% em setembro ante agosto, enquanto as importações cresceram 2,7% no período.

Os indicadores, contudo, representam uma fotografia do passado, em um momento em que analistas projetam que a atividade econômica europeia voltará ao território negativo nos próximos meses, por conta da segunda onda de casos de coronavírus. O Ministério da Economia da Alemanha reconheceu que as medidas de restrições à circulação de pessoas impactaram negativamente a economia do país em novembro.

Na segunda-feira, a chanceler Angela Merkel se reúne com líderes estaduais para discutir se o lockdown tem sido suficiente. Na Inglaterra, o jornal The Guardian revelou que um comitê científico do governo defendeu ações ainda mais restritivas para conter a disseminação do vírus.

Diante desse cenário, as esperanças para a solução da pandemia seguem depositadas no desenvolvimento de uma vacina eficaz, depois que a Pfizer e a BionTech informaram que o imunizador experimental no qual trabalham teve mais de 90% de eficácia, de acordo com resultados preliminares da terceira fase dos ensaios clínicos. A expectativa é de que a Moderna também divulgue conclusões semelhantes ainda este mês.

A possibilidade de uma vacinação em massa impulsionou o FTSE MIB, de Milão, que avançou 0,41% hoje e 6,21% na semana, a 20.903,58 pontos. Em Madri, o Ibex 35 fechou em alta de 0,75%, a 7.783,70 pontos, com ganho nas últimas cinco sessões de 13,29%. O PSI 20, de Lisboa, por sua vez, caiu 0,06% hoje, a 4.367,43, mas subiu 8,0% na semana.

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