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Finanças

Bolsa fecha nos 95 mil pontos e dólar encerra em R$ 5,76 com avanço da pandemia

Índice da B3 zerou praticamente todos os ganhos de outubro

bolsa de valores ibovespa B3

Dia sangrento nos mercados globais, o avanço de casos de coronavírus provocou uma aversão ao risco generalizada puxando todas as bolsas para queda. O Ibovespa se distanciou bastante da marca dos 100 mil pontos. O índice da B3 fechou em queda de 4,25% aos 95.368 pontos.

Esta foi a maior queda do Ibovespa desde 24 de abril, quando o índice recuou 5,45%. A baixa de hoje levou o benchmark ao seu menor nível desde 2 de outubro, quando o Ibovespa fechou nos 94.015 pontos. Todas as ações do índice fecharam no vermelho.

Nos Estados Unidos houve uma explosão de novos casos de coronavírus, o país registrou mais de 70 mil novos casos nas últimas 24 horas, um novo recorde. As bolsas americanas repercutiram o cenário. Dow Jones fechou em queda de 3,43%, o índice S&P 500 caiu 3,53% e Nasdaq recuou 3,73%.

Para Murilo Breder, analista da Easynvest, a queda expressiva de hoje começou ontem quando o Ibovespa fechou em baixa de 1,4%, patamar pior do que esperado. No entanto, no mercado futuro as perdas se acentuaram com as expectativas frustradas de que o pacote de estímulos americano seja aprovado antes das eleições. “Os ânimos se esfriaram após Trump reforçar que o pacote não sai mesmo”, explica.

E para completar o desastre a Alemanha anunciou lockdown parcial de um mês, enquanto a França decretou isolamento a partir desta sexta-feira (30) até o dia 1º de dezembro. “Lockdown bate direto na economia e isso assustou o mercado”, aponta Breder. Ele reforça que embora a segunda onda seja menos intensa do que a primeira, duas nações em lockdown colocam em dúvida a resiliência contra o vírus.

Na Europa as bolsas encerraram o dia com perda generalizada.

No Brasil apesar de um cenário misto com os balanços corporativos, entre companhias surpreendendo o mercado e poucas desapontando, não conseguimos fugir do temor global com o coronavírus. Somado as incertezas com risco fiscal e lentidão na aprovação das reformas.

O dólar valorizou com aversão ao risco. De manhã, a moeda americana chegou a bater a máxima de R$ 5,79, mas o Banco Central fez leilão o que ajudou a desacelerar a alta. O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,763, com valorização de 1,43%.

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Hoje teve reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) que decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) no patamar de 2% ao ano, confirmando as previsões da maior parte do mercado financeiro.

Em sua última reunião, em setembro, o órgão interrompeu um ciclo de nove cortes seguidos iniciado em julho do ano passado, ao manter a Selic no nível atual, o menor da história.

Destaques da Bolsa

Todas as ações do índice fecharam em queda. Entre as commodities os papéis da Petrobras (PETR4;PETR3) caíram 6,09% e 6,14%, respectivamente. As ações acompanharam o tombo nos preços do petróleo.

A segunda onda da covid-19 além dos novos lockdowns impactam diretamente na demanda do petróleo e a commoditie depende dos avanços na economia.

O barril Brent para dezembro caiu 4,81%, cotado em US$ 39,61. E o WTI para o mesmo mês recuou 5,64%, cotado em US$ 37,34 o barril.

A maior queda do dia foi da Cielo (CIEL3), com baixa de 11,66%. Recuaram também companhias que sofrem diretamente os impactos da pandemia. CVC (CVCB3) e Azul (AZUL4) despencaram 9,88% e 9,58%, respectivamente.

Na ponta contrária do Ibovespa, as ações que caíram menos são de empresas e setores mais defensivos, algumas conhecidas por ser boas pagadoras de dividendos. Taesa (TAEE11) recuou 1,25%, seguida de Intermédica (GNDI3) com baixa de 1,41%. Caiu também a Natura (NTCO3) que desvalorizou 1,74%.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam em forte baixa nesta quarta-feira, 28, em dia marcado pela aversão global a riscos, com o avanço da covid-19 e as eleições dos Estados Unidos no radar. O dia também contou com balanços importantes, e foi marcado por novas restrições na Europa e intensa queda no setor de tecnologia.

O índice Dow Jones encerrou em baixa de 3,43%, a 26.519,95 pontos. O S&P 500 cedeu 3,53%, a 3.271,03 pontos. O Nasdaq caiu 3,73%, a 11.004,87 pontos. O índice VIX, espécie de termômetro do medo em Wall Street, disparou 20,78%, a 40,28 pontos, no maior nível desde junho, segundo a imprensa americana.

“Os mercados reagem aos aumentos de covid-19 e impasse de estímulos”, avaliou a LPL Markets. O dia não contou com avanços na negociação por um novo pacote fiscal nos EUA, que parece improvável de ser aprovado antes das eleições, em menos de uma semana. A chegada do pleito e as incertezas que ele traz, como a possibilidade de um resultado contestado, alimentam a aversão a riscos.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, informou que o governo vai determinar o fechamento de restaurante, bares, teatros e academias por um mês. Medida semelhante foi anunciada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que viu no novo lockdown a única maneira para conter o aumento no número de casos. A Eurasia avalia que a postura de Paris pode influenciar outros líderes, como na Espanha e na Itália, agora que o “estigma” do primeiro movimento foi transposto.

Com perspectivas econômicas negativas, o petróleo teve queda próxima a 5% em Londres e Nova York, refletindo temores pela demanda. O resultado levou petroleiras a alguns dos piores resultados na sessão, com Chevron (-3,78%) e ExxonMobil (-3,81%). O setor aéreo, bastante volátil às notícias do vírus, também teve baixas, e a American Airlines registrou queda de 2,49%.

Em dia de balanço, a perspectiva ruim para o setor afetou a Boeing, que teve baixa de 4,57% nas ações. Mastercard (-8,11%) também divulgou números que desagradaram. Já a General Electric, que também apresentou resultados nesta quarta, teve um dia positivo, avançando 4,36%.

Outro setor com forte queda foi o de tecnologia, em dia também de audiência com líderes de algumas das big techs no Senado dos EUA, o que explica o recuo do Nasdaq maior que o dos outros índices. Facebook (-5,51%), Apple (-4,63%), Amazon (-3,76%), Microsoft (-4,96%) e Twitter (-5,34%) tiveram algumas das grandes quedas no dia.

Bolsas na Europa

As bolsas da Europa fecharam em forte queda nesta quarta-feira, 28, em uma sessão marcada pela observação do avanço da covid-19 pelo continente e suas consequências, em especial o estabelecimento de restrições de mobilidade, reforçando o sentimento de aversão ao risco. Em um cenário de perspectivas econômicas negativas, as petroleiras tiverem robustas baixas, assim como setores muito ligados ao noticiário da doença, a exemplo das aéreas e automotivos. O índice pan-europeu Stoxx 600 atingiu seu menor valor desde maio, caindo 2,95%, a 342,17 pontos.

Com menos de uma semana para as eleições americanas, a incerteza com o cenário não beneficia a busca por riscos. Além disso, os últimos dias não deram indícios positivos sobre as tratativas por um acordo para um novo pacote fiscal no país.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse nesta quarta que a expectativa é de que o número de casos da doença continue aumentando na região pelas próximas “duas a três semanas”. Para o Morgan Stanley, as coisas vão piorar antes de melhorar com o inverno na Europa.

Sensível ao noticiário sobre o coronavírus, o setor da aviação registrou recuos consideráveis. As perdas foram sentidas pela Lufthansa (-4,54%), Air France – KLM (-6,35%), IAG (-2,76%), que controla Iberia e British Airways, EasyJet (-3,19%) e Ryanair (-5,18%).

Outro setor afetado negativamente com as perspectivas econômicas foi o de petróleo, com os preços do barril acumulando perdas próximas a 5% em Londres e Nova York. BP (-1,18%), Royal Dutch Shell (-2,11%), Total (-3,53%), Repsol (-3,11%), Eni (-3,52%) acumularam baixas em diversas praças, e à Galp, que caiu 6,81% em Lisboa, soma-se ainda um balanço divulgado nesta semana visto como negativo.

Em dia de balanço, a Fiat Chrysler divulgou queda na receita, levou as ações da companhia a caírem 3,87% em Milão. O dia também contou com notícias sobre a fusão da empresa com a PSA Group, responsável por marcas como Peugeot e Citroen, que também registrou queda. Em Paris, as ações cederam 3,92%.

No setor em Milão, a Pirelli registrou uma das maiores baixas, em 7,54%, e ajudou a pressionar o FTSE MIB a baixa de 4,06%, a 17.897,79 pontos. Na Itália, não são descartados novas medidas de isolamento em Milão e Napolês. Já na França, onde é aguardado o anúncio do presidente Emmanuel Macron sobre as ações do país para a contenção do vírus nesta tarde, a Renault com queda de 7,98% também reforçou a importância do setor para a baixa nas bolsas desta quarta. O CAC 40 teve queda de 3,37%, a 4.571,12 pontos.

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel conseguiu um acordo para a imposição de um lockdown parcial pelo período de um mês. A Volkswagen teve queda de 5,12% em Frankfurt, e está entre os destaques que levaram o DAX ao pior resultado dentre as principais bolsas europeias nesta quarta, em queda de 4,17%, a 11.560,51 pontos.

Em Londres, o HSBC registrou baixa de 3,69% sendo o setor financeiro mais um dos duramente atingidos nesta sessão. O Barclays teve queda de 2,63%, sendo ambos importantes fatores para a baixa de 2,55% no FTSE 100, a 5.582,80 pontos. Em Madri, o setor também teve perdas relevantes, com Santander (-2,89%), BBVA (-1,83%) e Caixabank (2,93%). O Ibex 35 teve baixa de 2,66%, a 6.474,40 pontos.

Em Lisboa, meios locais registraram o PSI 20 nos menores níveis desde março. O BCP Millenium ajudou nas quedas, fechando em baixa de 3,57%. O índice teve perdas de 2,23%, a 3.888,82 pontos.

*Com Estadão Conteúdo

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