O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, fechou em queda nesta segunda-feira (22), puxado pelas ações da Vale em dia de recuo da cotação do minério de ferro no exterior. O dólar também caiu sobre o real.
No dia, o Ibovespa caiu 0,48%, aos 110.213 pontos. O dólar recuou 0,50%, a R$ 4,9701.
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No fim da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 13,315%, ante 13,303% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,745%, ante 11,7% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 11,28%, ante 11,229% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,345%, ante 11,322%.
Dívida e juros dos EUA
Nesta segunda, seguiu no radar as discussões sobre o teto da dívida nos Estados Unidos. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Deputados do país, o republicano Kevin McCarthy, planejam se reunir para tratar do teto da dívida, apenas 10 dias antes de o Tesouro norte-americano começar a ficar sem dinheiro no que seria um calote sem precedentes, com potencial para afetar a economia global.
Membros das equipes de ambos os lados se reuniram no escritório de McCarthy no Capitólio na noite de domingo para conversas que duraram cerca de duas horas e meia, depois que McCarthy disse ter tido um telefonema “produtivo” com Biden no mesmo dia.
Biden também adotou um tom otimista sobre a conversa, dizendo aos repórteres: “Correu bem. Conversaremos amanhã”, na volta à Casa Branca após reuniões de três dias com outros líderes do Grupo dos Sete no Japão.
A incerteza contínua já está pesando sobre investidores e ações. Qualquer acordo para aumentar o limite da dívida de US$ 31,4 trilhões precisa passar pelas duas câmaras do Congresso dos EUA antes que Biden possa sancioná-lo.
O fracasso em elevar o teto da dívida desencadearia um calote que pode abalar os mercados financeiros e aumentar as taxas de juros.
Além disso, investidores seguem em busca de mais pistas sobre os juros com base nos dados sobre a economia dos EUA.
Economistas adiaram expectativas de quando o Federal Reserve (Fed) cortará os juros dos Estados Unidos e elevaram projeções para a inflação e a força do mercado de trabalho norte-americanos, mostrou uma pesquisa divulgada nesta segunda.
Economistas agora acreditam que o banco central dos EUA, que está debatendo se precisa elevar os juros novamente, reduzirá a taxa no primeiro trimestre do ano que vem, de acordo com a pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Economia Empresarial (Nabe).
Cenário interno
No Brasil, especialistas reduziram ligeiramente suas perspectivas para a inflação tanto neste ano quanto no próximo, mostrou pesquisa semanal Focus, do Banco Central, nesta segunda.
Agora, a expectativa é de que o IPCA suba 5,80% neste ano, revisão significativa para baixo ante a taxa de 6,03% prevista na semana passada. Para 2024, a redução na projeção foi mais modesta, a 4,13%, contra 4,15% esperados na última sondagem. Para os dois anos seguintes a estimativa para a inflação segue sendo de 4%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda que tem observado uma desaceleração grande na inflação brasileira, mas que o núcleo dos preços ainda segue muito alto.
Em comentários durante seminário da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com o jornal Folha de S.Paulo, em São Paulo, Campos Neto ainda afirmou que os aumentos nas taxas de juros foram grandes em todo o mundo e que o mercado agora espera cortes.
Destaques da bolsa
Vale
A VALE3 caiu 1,6%, a R$ 68,1, na esteira do declínio dos futuros do minério de ferro na Ásia. O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, também publicou que o governo iniciou uma articulação para deter mais poder na Vale. E a mineradora ainda reafirmou interesse em cisão de área de metais para transição energética.
Oi
A ação OIBR3 subiu 3,74%, com o mercado na expectativa pela divulgação do balanço da empresa depois do fechamento do pregão. Além disso, a Oi anunciou seu novo plano de recuperação judicial.
Alpargatas
As ações da Alpargatas (ALPA4), dona da marca Havaianas, dispararam 17,41%, após a companhia informar que, na última sexta-feira, a MS Alpa Participações (empresa que pertence ao bloco controlador da varejista) comunicou que decidiu realizar uma oferta pública voluntária (OPA) para a aquisição de até 32 milhões de ações preferenciais da Alpargatas em circulação.
Petrobras
A ação PETR4 caiu 1,16%, em dia de baixa da cotação do petróleo no exterior. Do noticiário envolvendo a empresa, a agência Fitch divulgou relatório avaliando que a nova estratégia comercial anunciada pela Petrobras não tem impacto material no perfil de crédito da estatal em um primeiro momento, mas levanta preocupações com riscos políticos.
“O anúncio levanta preocupações em relação à implementação de decisões políticas adicionais que podem deteriorar seu fluxo de caixa e métricas financeiras”, disse a agência, acrescentando que a nova política é menos transparente do que o antigo PPI, parâmetro de paridade com os preços no mercado interancional.
A Fitch considera que os riscos políticos já estão incorporados a seu rating atual para a Petrobras, “BB-“/Estável, em linha com rating soberano para o Brasil.
Bolsas no exterior
Wall Street
O S&P 500 e o Nasdaq subiam nesta segunda-feira, enquanto os mercados aguardam atualizações sobre as discussões do aumento do teto da dívida dos Estados Unidos, enquanto as ações da Micron caíam após a China proibir a venda de seus chips de memória.
O Dow Jones caía 0,29%, para 33.329,81 pontos, o S&P 500 subia 0,04%, em 4.193,62 pontos, e o Nasdaq Composite avançava 0,37%, para 12.704,52 pontos.
Os investidores buscarão pistas sobre o curso da política monetária através das falas de autoridades do Federal Reserve e dados econômicos importantes nesta semana, como o índice de despesas de consumo pessoal de abril e bens duráveis.
Europa
As ações europeias ficaram estáveis nesta segunda-feira.
O índice pan-europeu STOXX 600 ficou praticamente inalterado, depois de atingir uma máxima de mais de um ano na sexta-feira.
O índice alemão de blue chips DAX caiu 0,3% depois de atingir uma máxima histórica na sessão anterior.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,18%, a 7.770,99 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,32%, a 16.223,99 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,18%, a 7.478,16 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,76%, a 27.310,70 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,58%, a 9.305,00 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,80%, a 5.994,82 pontos.
Ásia
As bolsas de valores da China fecharam em alta nesta segunda-feira, depois que o banco central do país prometeu apoiar o crescimento econômico e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse esperar uma melhora nas relações com a China “em breve”.
Biden disse no domingo que as nações do Grupo dos Sete concordaram sobre sua abordagem em relação à China e a necessidade de diversificar suas cadeias de suprimentos para que não dependam apenas de um país. “Não estamos procurando nos separar da China. Estamos procurando reduzir os riscos e diversificar nosso relacionamento com a China”, disse ele.
Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores da China pediu aos Estados Unidos que tenham o entendimento correto da China, de forma a encontrá-la no meio do caminho e trazer as relações bilaterais de volta aos trilhos.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,90%, a 31.086,82 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,17%, a 19.678 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,39%, a 3.296 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,63%, a 3.969 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,76%, a 2.557 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,04%, a 16.180 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,27%, a 3.211 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,22%, a 7.263 pontos.
*Com informações da Reuters.
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